sábado, 19 de novembro de 2011

A Evolução alcança a Religião

"Poderíamos dizer que o darwinismo funciona como religião alternativa. É exatamente o que diz Michael Ruse, filósofo de ciências. Ruse é evolucionista pugnaz e agressivo, que, em 1982, testemunhou em tribunal contra o estatuto criacionista do Estado de Arkansas. Nessa ocasião, conversou com Duane Gish, famoso criacionista, que o imprensou contra a parede. "O problema com os evolucionistas é que vocês não jogam limpo", disse-lhe Gish. Vocês nos acusam de ensinar uma opinião religiosa, mas "vocês, evolucionistas, são a seu modo igualmente religiosos. O cristianismo fala de onde viemos, para onde vamos e o que devemos fazer enquanto isso. Desafio-o a mostrar qual é a diferença com a evolução. A evolução fala de onde você veio, para onde vai e o que deve fazer enquanto isso"[58]. Em suma, a evolução funciona como religião.

O comentário irritou Ruse, que não pôde tirar isso da mente. No fim, deu-se conta de que Gish na verdade estava com a razão, que a evolução é "mais que mera ciência", como disse em recente artigo. "A evolução veio a ser como um tipo de ideologia secular, substituto explícito do cristianismo." Mesmo hoje, "é promulgada como ideologia, uma religião secular - uma alternativa madura ao cristianismo, com significado e moral".

Ruse se apressa em garantir aos leitores que ele continua sendo "um evolucionista ardente e ex-cristão". Contudo, "tenho de admitir que nesta querela... os literalistas [bíblicos] estão absolutamente certos. A evolução é uma religião. Desde o princípio foi assim, e ainda hoje é verdade".[59]

Ruse anunciou seu novo discernimento na reunião anual de 1993 da Associação Americana para o Avanço da Ciência (sigla em inglês AAAS), onde sua apresentação foi recebida com um silêncio aturdido. Um relatório da conferência publicado por um grupo defensor da evolução ficou imaginando: "Será que Michael Ruse Entregou o Ouro?"[60]

Mas Ruse não estava fazendo alegações precipitadas. Ele as fundamentava com exemplos incontestáveis, citando pessoas como Stephen Jay Gould, que afirmou que a evolução "liberta o espírito humano". Por pura provocação, acrescentou Gould, a evolução "bate qualquer mito das origens humanas por anos-luz". Visto que a história evolutiva é contingente de modo completo, "em sentido plenamente literal, devemos nossa existência, como mamíferos grandes e racionais, as nossas estrelas da sorte".[61]

"Se isso não for concorrente ao ensino judaico-cristão tradicional", comenta Ruse de maneira perversa, "não sei o que é." [62]

A análise de Ruse elucida a controvérsia sobre ensinar evolução nas instituições de ensino. Os críticos acusam os defensores do desígnio inteligente de tentar injetar religião em sala de aula. Por exemplo, durante a Controvérsia de Ohio, um editorial num jornal do Columbus Dispatch disse: "O problema é que os proponentes do desígnio inteligente querem trazer a religião para as aulas de ciências, de onde não fazem parte". [63]

A resposta correta é que a religião já está em sala de aula, porque a evolução naturalista é, em si, uma religião ou cosmovisão. "A suposta guerra entre ciência e religião", escreveu o historiador Jacques Barzun, deveria "ser vista como guerra entre duas filosofias e, talvez, entre duas crenças". A batalha sobre a evolução é mero incidente "na disputa entre os crentes na consciência e os crentes na ação mecânica; os crentes no propósito e os crentes no puro acaso". [64] Promover uma fé à custa do Estado no sistema americano de escola pública, enquanto proíbe a outra fé, é exemplo de discriminação de ponto de vista, que o Supremo Tribunal americano declarou inconstitucional em diversos casos." [65]



[58] Citado em Michael Ruse, "Saving Darwinism from the Darwinians", National Post, 13 de maio de 2000, p. B-3.
[59] Ruse, ib. Ruse usa a mesma argumentação no seu mais recente livro, Mystery of Mysteries: Is Evolution a Social Construction? (Cambrigde, Massachusetts: Harvard University Press, 1999)
[60] Ver Tom Woodward, "Ruse Gives Away the Store, Admits Evolution Is a Philosophy", em http://www.leaderu.com/real/ri9404/ruse.html.
[61] Citado em Ruse, "Saving Darwinism from the Darwinians". Em outro lugar, Gould foi explícito em descrever o darwinismo como substituto da religião: "A evolução substituiu a explicação naturalista de consolo desinteressado por nossa convicção anterior de que uma deidade benevolente nos formou diretamente segundo sua própria imagem" (Stephen Jay Gould, "Introduction", em: Carl Zimmer, Evolution: The Triumph of an Idea [Nova York: HarperCollins, 2001], p. xi).
[62] Ruse, "Saving Darwinism from the Darwinians".
[63] Editorial, Columbus Dispatch, 14 de junho de 2002.
[64] Jacques Barzun, Darwin, Marx, Wagner: Critique of a Heritage (Chicago: University of Chicago Press, 1941), p. 37.
[65] Ver Nancy Pearcy, "Scopes in Reverse", Washington Times, 24 de julho de 2000.

Fonte: Nancy Pearcey. Verdade Absoluta: libertando o cristianismo de seu cativeiro cultural. Editora CPAD, Edição 1, p. 193, 194, 2006.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Eduque o seu filho usando Provérbios

- diligência e dedicação (Pv 6.6-11; 11.27; 12.24; 13.4; 15.19; 18.9; 19.24; 20.4,13; 21.5; 22.13; 26.13-16);

- justiça (11.1; 16.11; 17.23; 20.10,23; 31.8-9);

- bondade (11.17);

- generosidade (11.24; 19.6);

- domínio próprio, especialmente no modo de falar (12.18; 13.3; 21.23) e reagir (14.17,29; 15.18; 16.32; 19.11; cf. tb. 25.28);

- retidão (12.21,28; 14.34);

- veracidade e honestidade (12.22; 16.13; 24.26);

- discernimento na escolha de amigos (13.20; 18.24) e especialmente do cônjuge (18.22; 31.10-31);

- cautela e prudência (14.16; 27.12);

- brandura (15.1,4);

- contentamento (1.16-17; 16.8; 17.1);

- integridade de caráter (15.27; 28.18);

- humildade (16.19; 18.12; 22.4);

- amabilidade (16.24);

- franqueza (em lugar de dissimulação; 16.30; 17.20);

- comedimento (17.14,27-28; 18.6-7; 29.20);

- fidelidade nas amizades (17.17) e em outras áreas (28.20);

- pureza (20.9; 22.11);

- busca intensa por aquilo que é bom e certo (20.29);

- aptidão no trabalho (22.29);

- paciência (25.15);

- não participar de farras, glutonarias e bebedeira (23.20-21; 28.7);

- não ser arrogante e nem fútil (21.24);

- não ter um estilo de vida hedonista (21.17).

Fonte: Andreas J. Kostenberger. Deus, casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico. Editora Vida Nova, p. 100, 2011.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Vamos esclarecer as coisas!

Os tempos ficarão difíceis, não para a Igreja Evangélica, mas para aqueles evangélicos que:

-insistirem que a Bíblia é inerrante;
-acreditarem que foi Deus que criou o mundo e não a evolução;
-afirmarem que o casamento é entre um homem e uma mulher;
-declararem que só Jesus Cristo salva e que o Cristianismo é a única religião verdadeira;
-acreditarem na necessidade da Igreja;
-se recusarem a negar qualquer das posições acima.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Espírito Santo se entristece com a gritaria.

"Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção. Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade." Efésios 4.30-31

"A gritaria (krauge) descreve as pessoas que ficam excitadas, que erguem a voz numa altercação (disputa, discussão acalorada, polêmica), e começam a gritar, até mesmo a berrar, umas contra as outras" John Stott. Ver Pv 29.9; At 22.22,23; 1Tm 6.4,5.

Um dos símbolos do Espírito Santo é uma singela e calma pomba. Ser cheio do Espírito não significa estar agitado e muito menos em êxtase, pelo contrário, o fruto do Espírito é "...mansidão e domínio próprio" (Gálatas 5.22,23). E isso se traduz em como nós falamos, na maneira de nos comunicarmos uns com os outros. A gritaria, portanto, tem que desaparecer de nossas vidas e dar lugar à calma no falar. Cada vez que percebemos as nossas vozes em tom alto em alguma discussão ou argumento é a hora então de nos deter, dominar, lembrando-nos desse texto e da oração.





sábado, 8 de outubro de 2011

Testemunho sobre o Pentecostalismo (altamente recomendado)


No livro "A Face de Deus" Michael Horton conecta o gnosticismo ao pentecostalismo. Isso é bastante sugestivo, devido ao calibre desse teólogo. Abaixo está um texto escrito não por um teólogo renomado, mas por alguém que viveu por muito tempo com uma crença falsificada. O texto é muito pessoal, direto e no mínimo confrontador. As observações abaixo são fortes demais para serem ignoradas e muito simples para serem complicadas. LEIAM.

Danilo.


A PEDIDO DE UM PASTOR ESCREVI ESTAS OBSERVAÇÕES
por Nelson Nincao, quinta, 29 de setembro de 2011 às 11:58

1). O que o irmão citou sobre o Pentecostalismo realmente não é tudo. Porque o que acontece lá dentro é muito, muito pior. Eu estive mais de trinta (30) anos dentro daquele movimento. Vi quase tudo o que ocorre lá dentro. É de arrepiar. Hoje, depois que o bom Deus abriu os meus olhos, vejo o quanto eu estava enganado. Sair do Pentecostalismo, para mim, foi uma das maiores bênçãos da minha vida. Nesses anos todos em que estive lá dentro a única coisa boa que posso falar de lá é que há forte motivação e entusiasmo para fazer as coisas. Os pentecostais são muito dedicados. Mas, diga-se de passagem, os Mórmons, Testemunhas de Jeová e Maometanos também o são. Muitos dos pentecostais também são muito sinceros e realmente querem agradar a Deus, mas estão cegos. Têm um zelo sem entendimento (Rom. 10.2).

2). Eu comecei a conhecer o Evangelho numa igreja pentecostal. Eles não davam ênfase na leitura da Bíblia, mas eu queria conhecer a Palavra de Deus. Fui ensinado que os demais crentes, evangélicos não tinham o Espírito Santo. Também fui ensinado que os pastores são ungidos de Deus, quase infalíveis. Ninguém podia julgar o que diziam. Ai daquele que tocasse o “ungido de Deus”. Seria amaldiçoado. Aliás, amaldiçoar as pessoas que discordam deles é uma prática comum no meio pentecostal. Eu mesmo fui vítima dessa maldição algumas vezes. Dois líderes que mais considerava me amaldiçoaram.

3). Línguas estranhas. Aqui foi onde tudo começou. O movimento pentecostal começou com a chamada “segunda bênção”, que tinha como sinal ou evidência o “falar em línguas”. Todos ali são quase que obrigados a falar em “línguas”. Durante todo esse tempo que estive ali eu nunca ouvi uma língua estrangeira ou um dialeto. O que ouvia eram algaravias, - sons incompreensíveis que não dizem nada e que cada um interpreta como quer. As “profecias” eram sempre em torno de coisas óbvias, ou coisas que ninguém podia provar, e até bobagens como “profecias” sobre a vida dos outros, relacionamentos, vestimentas, etc; as “revelações” nunca podiam ser comprovadas. Se era sobre alguma enfermidade, geralmente nem mesmo a própria pessoa tinha conhecimento da enfermidade. Assim por diante.

4). Mais tarde alguns setores do movimento pentecostal não enfatizavam tanto a necessidade do falar em “línguas”, mas o ensino sobre uma “segunda benção”, uma experiência após a conversão, continuou sendo ensinado. Essa “segunda benção”, não é de graça ou por graça. Você tem que “pagar o preço”. Oração, jejuns, santificação, busca, busca e mais busca. E mesmo assim, nem todos a recebiam. Eu ficava desesperado. Achava que não era crente. Pensava que Deus não me amava. Após anos de angustiante luta pela “benção” que nunca vinha, fui ensinado a tentar emitir alguns sons com a boca. Qualquer coisa servia – glo-glo-glo-glo... alabas-alabas-alabas... ripalá...balalá... etc. De repente você está “falando em outras línguas”. Quando não lhe vem nada a mente você fica observando como os outros falam e você os imita. Quem está fora do movimento vê o absurdo, mas quem está lá dentro acha aquilo normal. Fui ensinado a não pensar mas apenas sentir. Se alguém não consegue “falar em línguas” é porque tal pessoa é muito racional. “Não pense” diziam “apenas flua, deixe o espírito fluir”. É verdade que há também os que “fluíram” a coisa sem muito esforço, mas a maioria pena para consegui-lo.

5). Depois que você “aprende” a balbuciar as algaravias, você fica dependente delas e não consegue mais orar sem que aquela coisa lhe encha a mente. É maligno! Todos que “oram em línguas” (algaravias) precisam de libertação. Precisam desaprender aquilo que aprenderam. As algaravias atrapalham você de orar, porque a oração deve ser pensada e quando você pronuncia as tais algaravias não precisa pensar em nada, ou pior pode pensar em qualquer coisa, menos no que está falando. É ridículo!

6). Quando numa reunião todos começam a dançar e falar algaravias, uma ‘alegria’ geral toma conta do ambiente e vira uma “farra”. Um solta gargalhadas, outro cai ao chão, outro pula, treme, etc... Claro que isso não acontece em todas as reuniões. Mas acontece demais por lá. Os pentecostais são ávidos por novidades, e não pelas “antigas veredas” (Jer. 6.16).

7). Espiritualidade de fato, nunca vi ali dentro. Vi, isso sim, muita carnalidade. As pessoas “falavam línguas” mas mentiam, roubavam, adulteravam, brigavam, agiam com brutalidade, faziam negócios escusos, enganavam os irmãos, eram insensíveis, deselegantes, etc. Isso tudo eu vi, e não uma só vez, mais muitas vezes. Eu poderia falar indefinidamente, por horas. De modo que o tal ‘enchimento’ do Espírito não adiantava nada.

8). O que me fez sair de lá? Primeiro é Deus quem nos abre os olhos. É exatamente como na conversão ou como para alguém sair de uma seita. Só Deus. Mas por outro lado, vários fatores me motivaram a sair daquele movimento. Primeiro eu via que, embora nos dissessem que conosco acontecia exatamente igual como no primeiro século da Igreja, eu nunca vi, nem as línguas, nem os sinais apostólicos, nem as maravilhas que aconteceram no primeiro século. Em mais de 30 anos eu nunca vi algo que realmente me reportasse aos tempos apostólicos. Nunca. Nada. A falsificação é bem ruim. Havia uma preocupação dos pastores com o falso, isto é, crê-se que muito do que acontece no meio pentecostal é falso, mas que existe o verdadeiro. Mas enquanto se está atrás do suposto “verdadeiro” todos acabam envolvendo-se com o falso.

9). Eu via que na Bíblia era muito diferente. E ficava deprimido por não ver acontecendo aquilo em nosso meio. Claro, nem podia ser diferente, pois a época dos milagres apostólicos já passou. Os apóstolos passaram. Os sinais dados por Deus para autenticar a mensagem apostólica também ficaram no passado. Demorei para entender isso, mas entendi a tempo. Li muitos livros antigos, dos homens sérios do passado. Então vi que algo estava errado. Ou com eles ou conosco.

10). Eu aprendi a observar a história da Igreja. Temos muito a aprender com a história. A Igreja de Cristo existiu na terra por 1900 anos sem o movimento pentecostal. Irmãos e irmãs, enfrentaram Roma, os Césares, os Papas; encararam as feras, as arenas, as piras ou fogueiras, escreveram livros que nos abençoam até hoje, e tudo isso fizeram “sem o Espírito”??? Será que aqueles irmãos não foram cheios do Espírito??? Segundo os pentecostais, só eles têm o Espírito e essa bênção foi descoberta só pelo final do século XIX e início do século XX. Teria Deus deixado Sua Igreja na terra por 19 séculos sem uma bênção tão especial e necessária??? E se aqueles irmãos do passado não tinham essa bênção, como conseguiram enfrentar o que enfrentaram? Vencer e trazer a chama do Evangelho até nossa geração? E mais, se eles não receberam o Espírito Santo porque não buscaram, então eles cometeram um grande erro. O fato é que eles foram muito diferentes dos crentes das últimas gerações. Então ou eles erraram lá ou nós erramos cá. Os dois grupos não podem estar certos. Um dos dois está errado. E eu prefiro crer os irmãos (remanescentes) daqueles 19 séculos estavam certos, e os pentecostais estão errados.

11). Há alguns anos fizemos um estudo sobre os efeitos do movimento pentecostal sobre a Igreja, seus principais expoentes, e vimos que esse movimento dividiu, criou inimizades, e seus principais líderes se envolveram com falsos ensinos, heresias, escândalos morais, crimes, etc. Por esse estudo eu vi onde desembocou esse movimento. Toda heresia, toda irreverência, toda adulteração nos cultos, todo mundanismo dentro das igrejas, todo comércio vergonhoso do evangelho que vemos hoje, tudo isso teve sua origem no movimento pentecostal. Se não tudo, pelo menos 99%. Disso estou certo. Outra coisa que chamou-me a atenção foi que todos os livros profundos sobre teologia, comentários bíblicos, etc, foram escritos por não-pentecostais. Dos escritores e teólogos pentecostais só li coisas superficiais e de pouca utilidade.

12). A experiência (negativa) também ajudou bastante em minha decisão de abandonar o pentecostalismo. Eu havia sido ensinado a não aceitar nenhuma doença. Contudo eu tenho enxaqueca e nunca fui curado. Deus tem orientado o tratamento e hoje estou muito melhor. Deus me ensinou que ninguém tem o dom de curar hoje. Ele cura, quando assim deseja, mas se não, Ele irá sustentar nossa vida com Sua graça. E esse é o melhor para nós. Contudo, vi pessoas declarando que estavam saudáveis, confessando que não estavam doentes, que não aceitavam nem mesmo o diagnóstico médico, as vi morrerem doentes e brigando com Deus e revoltadas com Ele. Minha esposa é médica. Ela me conta que atende inúmeras pessoas evangélicas, principalmente das igrejas pentecostais e carismáticas, que estão doentes, deprimidas, agitadas, perturbadas emocionalmente, desequilibradas. Muitas dessas pessoas são líderes em suas igrejas (pastores, presbíteros, líderes de célula, líderes de coral, integrantes de bandas, etc. Hoje eu sei que o pentecostalismo faz muito mal à saúde das pessoas.

13). Se você falar com um pentecostal, talvez ele aceite que existe muita coisa falsa por lá – línguas falsas, curas falsas, revelações falsas – mas ele continua crendo que existe o verdadeiro. Agora, eu nunca vi nada ali que fosse digno de ser testemunhado. De fato, tenho é muita vergonha do meu tempo no pentecostalismo. Mas creio que o Deus Soberano usa todas as coisas para nos ensinar.

14). Outra observação que me fez aborrecer o pentecostalismo foi quando comprovei que não éramos os únicos que “falávamos em línguas” (algaravias), mas que isso era também “privilégio” dos Católicos Romanos Carismáticos, adoradores da Virgem Maria (ou melhor, da Deusa-Mãe), também dos Espíritas, invocadores de estranhas entidades, e também dos Mórmons que seguem o falso profeta Joseph Smith e seu anjo Moroni, e que até os Hindus e Maometanos “falam línguas” (algaravias). Quando vi que os pentecostais estavam na mesma categoria dessas seitas, isso me enjoou. E não apenas eles manifestam as algaravias, mas também fazem curas e milagres muito parecidos com os curandeiros pentecostais.

15). O crescimento espantoso do movimento pentecostal também me encucou. O Senhor Jesus disse que a porta é estreita e o caminho apertado e são poucos os que acertam-nos. Então, multidões não entram pela porta estreita e sim pela larga. Elas não andam no caminho restrito e sim no espaçoso e liberal. Quando os pentecostais proclamam que estamos vivendo um grande avivamento, caem num ridículo porque nunca tivemos uma geração de crentes incrédulos, desobedientes, mundanos, imorais. Políticos evangélicos são corruptos, cantores gospel são verdadeiros mercadores, pastores, ou bispos, bispas, apóstolos e apóstolas são trambiqueiros. Nunca se barateou tanto a mensagem do evangelho, nunca se vulgarizou tanto a mensagem da cruz do Calvário, nunca as coisas estiveram tão vergonhosas. Avivamento? Onde? O que vemos, isto sim, é um reavivamento do paganismo, do espiritualismo, do misticismo, da fé metafísica. Mas não um avivamento da Igreja de Cristo. Ainda não.

16).Quem está fora do pentecostalismo percebe que eles dão uma ênfase no Espírito Santo em detrimento de Jesus Cristo. Mas o que ocorre é pior que isso. Nem mesmo o Espírito Santo recebe qualquer honra ali. Quando eles enfatizam o Espírito Santo é só por causa do Seu poder. Tudo o que querem é o poder do Espírito para fazerem maravilhas. Então, de fato, nem mesmo é a Pessoa do Espírito que enfatizam, mas o poder dele. E não querem o poder do Espírito para serem bons esposos, bons pais, bons cidadãos, bons políticos, bons ministros de Cristo, mas querem ser poderosos para serem adorados como pequenos deuses. É só por isso que falam muito no Espírito Santo.

17). Li sobre os antídotos que vocês sugeriram para resguardar as igrejas sadias do veneno do pentecostalismo. Achei-os bons, mas temos que ser absolutamente radicais. Não podemos ceder nem um milímetro. Se abrirmos um milímetro o mal entra e aí não há limites. Vejo que muitos crentes históricos pensam que a coisa não é tão grave. Digo que é muito pior do que se pode imaginar. Por isso precisamos nos humilhar debaixo das mãos de Deus e lhe pedir misericórdia.

Nelson Nincao

FONTE:https://www.facebook.com/notes/nelson-nincao/a-pedido-de-um-pastor-escrevi-estas-observações/235370203179434

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Como pode Deus ser amoroso e mandar pessoas para o inferno? - D. A. Carson


"Nossa cultura é tão norteada pelo tempo presente, que rejeitamos descrições de julgamento final. Não temos medo do inferno. Temos mais medo de guerras, velhice, enfermidades, pragas e falência. Temos mais pavor de juízos temporais do que do julgamento final... Isso diz muito sobre o nosso foco na vida presente." Carson, Escândalo


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Se Deus quer que eu seja feliz, porque eu tenho tanto sofrimento? - John Piper



Se precisamos sofrer, devemos sofrer bem; e nós só sofreremos bem se tivermos uma boa teologia sobre o sofrimento. Esse vídeo está no meu Top Five e ele muito me ajuda a entender o sofrimento numa visão bíblica, numa perspectiva correta. Assista-o e, se possível for, divulgue ele por e-mail e pelas redes sociais (twitter, orkut...). Que Deus o (a) abençoe com sabedoria. Em Jesus. Amém.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O que o perdão NÃO é - Mark Driscoll


O pastor M. Driscoll expõe alguns mitos, entendimentos errados, sobre o significado do perdão cristão. Talvez você tenha alguns desses mitos. Assista!

sábado, 16 de julho de 2011

Um Deus que está contra nós em ira e, ao mesmo tempo, nos ama?

"Propiciação é o ato pelo qual alguém (neste caso, Deus) se torna propício, ou seja, favorável. Propiciação é o ato sacrificial pelo qual alguém se torna favorável.

No paganismo antigo, a propiciação operava assim. Havia muitos deuses em vários domínios (deus do mar, deus/deusa da fertilidade, deus da fala, deus da guerra, etc.) que eram um tanto caprichosos e irascíveis. O seu dever consistia em torná-los propícios (favoráveis) a você. Por exemplo, se você queria fazer uma viagem marítima, devia assegurar-se de que o deus do mar, Netuno, era favorável, por oferecer-lhe um sacrifício propiciatório na esperança de que ele lhe daria uma travessia segura. Portanto, o objeto do sacrifício propiciatório era o próprio deus, e o propósito era tornar esse deus propício.

A expiação, por contraste, tem o alvo de cancelar o pecado. A expiação é o ato sacrificial pelo qual o pecado é cancelado, removido, expiado. O objeto da expiação é o pecado. Por contraste, o objeto da propiciação, como já vimos, é Deus. A expiação se refere a cancelar o pecado, e a propiciação se refere a satisfazer ou afastar a ira de Deus. A palavra específica usada em Romanos 3.25 é empregado comumente no Antigo Testamento para fazer referência a um sacrifício propiciatório que remove a ira de Deus.

[...]

Na propiciação pagã, um ser humano oferece um sacrifício propiciatório para tornar um deus propício. Na propiciação cristã, Deus, o Pai, apresenta Jesus como a propiciação para tornar-se ele mesmo propício. Deus é tanto o sujeito quanto o objeto da propiciação. Deus é aquele que provê o sacrifício precisamente como um meio de afastar sua própria ira. Deus, o Pai, é assim o propiciador e o propiciado; e Deus, o Filho, é a propiciação.

[...]

A ação de Deus em oferecer a Cristo como um sacrifício propiciatório não é um exemplo de "abuso infantil cósmico", em que Deus surra o seu próprio filho. [ver Rm 5.6-8]. Deus prova o seu amor em que Cristo morreu por nós. Você não deve pensar que Deus está contra nós enquanto Cristo é por nós, como se o Pai e o Filho estivessem, de algum modo, em conflito, de modo que o Pai abusa do seu Filho. Deus mostra seu amor por enviar Cristo. Isso está envolvido na própria natureza e mistério da encarnação e da Trindade. É o plano do Deus trino. Perder o Filho magoa o Pai, mas ele faz isso porque nos ama. E o Filho demonstra seu amor por nós por ouvir e conformar-se ao maravilhoso plano de seu Pai. Assim, o plano do Deus trino é realizado para que a justiça de Deus seja garantida e preservada na virtude do fato de que Cristo toma o nosso pecado e os justos padrões de Deus são preservados, enquanto permanecemos livres e recebemos perdão. Deus mostra a sua justiça na cruz.

Você quer ver a maior evidência do amor de Deus? Olhe para a cruz. Você quer ver a maior evidência a justiça de Deus? Vá à cruz. Na cruz, a misericórdia e a ira se encontram. A santidade e a paz se beijam. A cruz é o clímax da história da redenção.

[...]

Você crê? Ou está entre os milhões que começam a vislumbrar o que a cruz significa e rejeitam todo o seu relato como escandaloso? Um Deus vivo que morre e vive novamente? Um Deus que está contra nós em ira e, ao mesmo tempo, nos ama? Uma cruz em que a punição é aplicada por Deus e recebida por Deus? Escandaloso!

E o que você fará quando prestar contas a Deus no último dia e lhe disser que leu este capítulo ou ouviu esta mensagem e rejeitou-a?"


Fonte: D. A. Carson. Escândalo: a cruz e a ressurreição de Jesus. FIEL, p. 63,64,68,72,73,74. 2011.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A quem você serve com o "seu" dom?

A igreja é uma instituição muitas vezes complicada, difícil de lidar internamente. Isso porque são múltiplos os pecados que assolam os seus membros e que as vezes "parecem" não ter solução, dada a insistência dos mesmos em continuarem pecando e do desgaste emocional que eles causam aos outros irmãos. Geralmente, tais dificuldades estão mais relacionadas com o mal uso dos dons de liderança (pastores, presbíteros e diáconos) e dos dons musicais ligados à área de louvor. Por isso, acredito que muitos desses problemas podem ser melhor tratados se a igreja aprender a manter uma perspectiva correta sobre o uso dos dons do Espírito.

O texto abaixo sintetiza e expressa aquilo que é essencial para a boa administração da graça de Deus em suas múltiplas formas:

Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros (1Pe 4.10a, NVI)

É importante notarmos 3 coisas nessa passagem:

1) O dom ou o talento que temos NÃO é nosso. Nós não produzimos o dom que temos e muito menos pastor ungido ou apóstolo de oração "forte" pode concedê-lo ao cristão. Recebemos os dons pelo Espírito, o qual soberanamente os distribui (1Co 12.11). Assim, o dom é dado e, portanto, o crente possui algo que pertence ao seu Senhor. Em vez de dizermos "Eu tenho o dom para isso ou aquilo", devemos corrigir essa idéia "servocêntrica" e então dizermos: "Deus me deu o dom de...". Essa linguagem é melhor e glorifica mais a Deus. Diante dessa primeira consideração, surge naturalmente a seguinte pergunta: para que eu ganhei o dom?

2) para servir, é o alvo ou o propósito do dom que Deus te deu, caro irmão. Antes da nossa conversão não possuíamos nenhum dom e apenas servíamos aos prazeres da nossa carne, do pecado (Rm 6.17ss). Libertos em Cristo Jesus e servos de sua justiça, passamos a ganhar dons e a servir não mais ao pecado, mas à Deus que nos diz como devemos usar os nossos dons: servindo! Servir significa se doar ou se entregar e a compreensão máxima que podemos adquirir sobre essa ação está no Senhor e Servo Jesus (Is 53 // Mc 10.45 // 1Pe 2.21ss). Pedro diz a igreja que os dons são por ela servidos. Com isso ele elimina toda e qualquer idéia de autoritarismo (os que só sabem mandar), estrelismo (os que querem se mostrar, aparecer de pop star) e inatividade (crente que não trabalha na igreja, descompromissado). O princípio é "receber para servir" e não "sirvo para receber". Mas se servimos, a quem servimos?

3) aos outros. A igreja é um conjunto de servos aos quais o seu Senhor diz: sirvam uns aos outros com aquilo que receberam de mim! Os cristãos devem se ajudar mutuamente, sendo dispenseiros da graça de Deus. Deus nos deu Cristo como Senhor e irmãos para serví-los. Somos assim levados a pensar mais no outro quando tocamos numa equipe de louvor ou ensinamos na escola dominical ou limpamos o banheiro da igreja ou exercemos o presbiterato. É aos outros e não a nós mesmos, e a igreja deve fazer tudo isso pensando unicamente na glória de Deus (1Pe 4.11). Isso exclui do servir motivos interesseiros, egoístas e políticos.

Portanto, a igreja necessita ser constantemente relembrada sobre o seu status de serva. Cristo é o cabeça da igreja e Ele é Senhor, e se Ele é Senhor, nós, os membros, somos servos, súditos. É interessante notar que é exatamente nessa qualidade de escravo que o apóstolo Pedro exorta os cristãos a usarem os seus dons. Mas infelizmente muitos dos problemas da igreja se servem dessa falta de entendimento sobre os dons ou talentos dados pelo Senhor.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Furadores de gelo no olho, mutilações com serra elétrica, tramas mínimas, modos de filmagem, metal punk,...[A nova violência da mídia e o facismo]

"O comício de Nuremberg com cerca de 140 mil seres humanos transformados em um, não foi apenas um modo para a criação de um sentido de comunidade de massa; foi também a maneira de incitar aquela comunidade à violência. Essa era outra função de todo o aparato de propaganda nazista - voltar as pessoas contra os judeus; mobilizar toda a comunidade para uma guerra total.

A cultura de massa hoje é adubada pela violência. Em sua maioria, trata-se de uma violência estetizada, uma emoção substituta de um filme ou de um concerto de rock. Embora não tenha ainda um foco específico ou escape político, resta pouca ou nenhuma dúvida de que a violência celebrada pela mídia está respingando na realidade, com o crescimento da criminalidade bizarra e da terrível violência de rua.

A estética da violência, que no passado foi associada somente à vanguarda fascista, agora está completamente tomada pela indústria de entretenimento popular. Reflections on violence (Reflexões sobre a violência), de Sorel, e o desejo dos futuristas de "exaltar movimentos de agressão", o "gesto destrutivo", e "a bofetada e o golpe com o punho" costumavam ser chocantes e controversos. Tal estética seria especialmente ultrajante à cultura popular da época, que ainda sofria da sentimentalidade e do orgulho associados à era vitoriana. Mas hoje, a estética da violência é a província da cultura popular.

Os filmes de mercado de massa de hoje revelam [a violência] por meio de decapitações, furadores de gelo no olho, mutilações com serra elétrica e munição de alto teor explosivo para estourar os miolos das pessoas. Um subgênero completo, um filme de terror, consiste em nada menos do que um episódio depois do outro de adolescentes e mulheres sendo massacrados. Mesmo os filmes mais sofisticados contêm sempre carro explodindo ou um tiro no rosto de alguém.

Ainda que o entretenimento popular tenha valorizado a aventura e o suspense, o que exige certos elementos de violência, a nova violência da mídia é diferente daquela do passado. As narrativas tradicionais podem empregar violência como parte de uma história, municiando o suspense e a catarse no contexto de um significado maior. Em muitos filmes contemporâneos, como os de terror, a violência é tudo o que existe. As tramas são mínimas e parecem ser assim porque são reutilizadas de um filme para outro. A única atração é ver os efeitos especiais que os técnicos criam, superando uns aos outros com simulações de novos atos de brutalidade. É claro que depois de algum tempo os efeitos chocantes se desgastam e os assassinatos começam a acontecer para boas risadas.

Mais significativo é o modo como a violência é filmada. As histórias tradicionais de horror são contadas do ponto de vista da vítima. A audiência se identifica com os bons personagens; a câmera mostra o que o herói está vendo - um rosto na janela ou um monstro chegando cada vez mais perto. Os espectadores dos filmes sofrem e ficam momentaneamente assustados, mas o monstro é derrotado no final, e a conclusão é de encerramento emocional e moral. Os novos filmes de horror assumem muitas vezes o ponto de vista do monstro. A câmera mostra o que o assassino está vendo - observando uma mulher através do buraco da fechadura, seu rosto, quando ela olha para a câmera, é suplicante, o punhal é visto perifericamente na câmera sendo cravado em seu corpo. Os espectadores têm uma experiência substitutiva do que seria estar no lugar do assassino e matar alguém. O filme não é assustador, porque os espectadores não se identificam com as vítimas. Ao contrário, dependendo da psique do espectador, o filme pode ser repulsivo, pode ser emocionante, oferecendo uma onda de prazer por violar um tabu moral; ou pode dessensibilizar o espectador e desumanizar as vítimas a ponto de que o assassinato vicário passa a ser engraçado.

Os comícios de Hitler, completos com shows de luz e música, nos lembram os megashows de rock de hoje. No passado, ir a um concerto significava simplesmente ouvir um artista pessoalmente; com o fenômeno de Woodstock, o concerto se tornou uma oportunidade de participar de uma experiência comunitária. Hoje, muitos concertos de rock se transformaram em ilusões coletivas de violência. As bandas de heavy-metal cantam o estupro, a tortura, e o assassinato em massa ("grite, enquanto eu estiver matando você"). A música pulsante é acompanhada de cenas cruéis no palco - decapitação, tortura e matança de animais. Nos concertos dos Slayers, eles simulam abrir à faca o corpo de uma mulher para tirar dela uma criança, e depois jogá-la para a multidão. à medida que isso acontece, os adolescentes (em sua maioria garotos) se juntam à banda em um canto violento. Então eles começam a dançar com energia e violência, uma dança que envolve toda a multidão, na qual eles se golpeiam uns aos outros o mais forte que podem.

As primeiras bandas a empregar a estética da violência, com letras de música violentas e cheias de raiva, em que os participantes da audiência se empurram agressivamente e batem uns nos outros, foram os roqueiros punk dos anos de 1980. As bandas punk mais modernas foram aos limites extremos da rebelião moral. Alguns grupos de música punk e heavy-metal perceberam que as letras racistas violavam os tabus e emocionavam a audiência. Alguns roqueiros leram Mein Kampf e começaram a usar a suástica em uma joia, cultivando um modo nazista chique de ser.

O movimento dos cabeças raspadas (skinheads) cresceu, pelos menos parcilamente, por causa do rock-punk. Especialmente na Europa, os jovens da classe trabalhadora, ressentido-se dos imigrantes estrangeiros e das baixas perspectivas econômicas, rapavam suas cabeças e formavam células neonazistas. Alguns se tornaram parte dos partidos fascistas organizados, como a Frente Nacional da Inglaterra. Organizações similares se espalharam por quase toda a Europa. Os primeiros partidos fascistas, como Bertrand de Jouvenel disse uma vez, eram semelhantes a grupos de "jovens incendiados por um amor de heroísmo e violência", especialmente o último. Como seus antepassados da SA, os skinheads se divertiam com o vandalismo, desde as surras que davam nos negros aos tumultos nas partidas de futebol. Em seus comícios, eles tocavam metal punk e mosh.

Foucault louvava a irracionalidade violenta por seu poder de superar a "violência da razão". Enquanto Foucault acreditava que os loucos são oprimidos pelos sãos e os criminosos são oprimidos pela lei, a História mostra que a eliminação de todas as restrições da razão e da moralidade leva não à liberação, mas ao facismo."



Gene Edward Weith Jr. O Facismo Moderno: a cosmovisão judeu-cristã ameaçada. Editora Cultura Cristã, p. 135-137, 2010.



terça-feira, 14 de junho de 2011

Deus deseja ser conhecido dessa maneira

"A autorrevelação de Deus a nós não foi feita para um propósito primariamente intelectual. Não desconsideramos, é claro, que a mente verdadeiramente piedosa possa, por meio de uma contemplação intelectual das perfeições divinas, glorificar a Deus. Isso seria apenas tão verdadeiramente religioso como mais intensa ocupação da vontade a serviço de Deus. Mas isso não seria o todo da religião que a revelação almeja. É verdade que o evangelho ensina que conhecer a Deus é vida eterna. Porém, o conceito de "conhecimento" aqui não deve ser entendido no sentido do pensamento grego. Deve antes ser entendido no sentido semítico do termo. De acordo com o primeiro, "conhecer" significa reproduzir a realidade de uma coisa na consciência. A ideia bíblica e semítica é a de ter a realidade de alguma coisa interligada com a experiência íntima de vida. Portanto, "conhecer" pode significar "amar", "separar em amor" no idioma bíblico. Porque Deus deseja ser conhecido dessa maneira, ele fez que sua revelação acontecesse no meio da vida histórica de um povo. O ambiente da revelação não é uma escola, mas um "pacto". Falar sobre a revelação como uma "educação" para a humanidade é uma maneira racionalista e não escriturística de falar. Tudo o que Deus desvendou de si mesmo veio em resposta às necessidades religiosas práticas de seu povo à medida que essas emergiam no curso da História."



Fonte: Geerhardus Vos. Teologia Bíblica. São Paulo: Cultura Cristã, p. 19,20, 2010.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Implicações do conceito de casamento como aliança

"... o que significa para um casal adotar o conceito de casamento como aliança? Se a aliança de casamento é definida como vínculo sagrado entre homem e mulher, instituído por Deus e firmado diante dele (ainda que o casal não reconheça isso), consumado, normalmente, pela relação sexual, propomos que aceitar o conceito de "aliança de casamento" significa que o casal deve entender e se comprometer com pelo menos cinco coisas:

(1) A permanência do casamento: Uma vez que foi estabelecido por Deus, o casamento foi planejado para ser permanente (Mt 19.6 par. Mc 10.9). Constitui um compromisso sério que não deve ser assumido de forma leviana ou irrefletida. Envolve uma promessa ou voto solene feito não apenas ao cônjuge, mas diante de Deus. O divórcio não é permitido, exceto em certas circunstâncias biblicamente prescritas.

(2) A sacralidade do casamento: O casamento não é apenas um acordo humano entre dois indivíduos que consentem com ele (uma "união civil"); é um relacionamento vivido diante de Deus e em sujeição a ele (Gn 2.22; daí a expressão "casamento entre pessoas do mesmo sexo" ser uma contradição; uma vez que as Escrituras condenam universalmente os relacionamentos homossexuais, Deus jamais sancionaria um vínculo matrimonial sagrado entre dois membros do mesmo sexo). Embora seja sagrado, porém, o casamento não é um "sacramento". Não é uma união mística sob os auspícios da Igreja que serve de veículo para obter ou manter a salvação.

(3) A intimidade do casamento: O casamento é o mais íntimo de todos os realcionamentos humanos e une homem e mulher como "uma só carne" (Gn 2.23-25). Envolve "deixar" a família de origem e "unir-se" ao cônjuge, o que significa estabelecer uma nova unidade familiar distinta das duas famílias originais. Ainda que "uma só carne" sugira a relação sexual e, normalmente, a procriação, em seu cerne o conceito implica a formação de um novo relacionamento de parentesco, por meio do mais íntimo dos vínculos humanos entre dois indivíduos antes não aparentados.

(4) A mutualidade do casamento: O casamento é um relacionamento de abnegação mútua e voluntária entre dois seres humanos (Ef 5.25-30). Os cônjuges devem ser preocupar, acima de tudo, com o bem-estar um do outro e se comprometer um com o outro em amor e devoção firmes. Implica a necessidade de perdão e restauração do relacionamento no caso de pecado. "Mutualidade" não significa, porém, "igualdade de papéis". As Escrituras deixam claro que a mulheres devem se sujeitar aos maridos e ser suas "ajudadoras adequadas", enquanto os maridos devem arcar com a responsabilidade final pelo casamento diante de Deus (Ef 5.22-24 par. Cl 3.18; Gn 2.18,20).

(5) A exclusividade do casamento: Além de ser permanente, sagrado, íntimo e mútuo, o casamento também é exclusivo (Gn 2.22-25; 1Co 7.2-5). Isso significa que nenhum relacionamento humano deve interferir com o compromisso de casamento entre marido e mulher. Por esse motivo, Jesus tratou o imoralidade sexual da pessoa casada (Mt 19.9; inclusive os pensamentos lascivos do marido, Mt 5.28) com extrema seriedade. Por esse motivo, também, o sexo antes do casamento é ilegítimo, pois viola os direitos exclusivos do futuro cônjuge do indivíduo. Como Cântico dos Cânticos deixa claro, somente no contexto seguro do vínculo matrimonial exclusivo cada cônjuge pode se entregar de forma livre e plena.



Fonte: Andreas J. Kostenberger. Deus, casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico. Editora Vida Nova, p. 86,87, 2011.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Nossa ignorância nos incapacita

"Os desafios do antiteísmo e do islamismo radical não podiam advir em momento pior para a Igreja, porque a maioria dos cristãos não entende aquilo em que crê, por que crê, nem por que essa crença é importante. Como se pode praticar o cristianismo se ele não é compreendido? E como ele pode ser apresentado na sua verdadeira natureza de paz, liberdade e alegria? Como os céticos hão de entender os aspectos positivos do cristianismo?

Tragicamente, a cultura pós-moderna infectou e debilitou a Igreja, em especial no Ocidente. A Espanha, no passado o país mais católico da Europa, passou a figurar, no curso de uma geração, entre os mais secularizados. Um recente relatório entre os bispos espanhóis culpa diretamente o ensino herético sobre a natureza de Cristo e sua obra expiatória. Da mesma forma, quando perguntei a um amigo padre por que a filiação às igrejas estava diminuindo tão depressa numa Irlanda outrora tão rigidamente católica, ele respondeu: 'Porque os padres não pregam o evangelho'.

[...]

Os cristãos precisam compreender que a fé é mais que uma religião ou mesmo um relacionamento com Jesus. A fé é uma visão completa do mundo e do lugar da humanidade nele. O cristianismo é uma mundividência que diz respeito a todas as áreas da vida, e suas doutrinas fundamentais definem seu conteúdo. Se não conhecemos aquilo em que cremos - nem mesmo o que vem a ser o cristianismo -, como vivenciá-lo e defendê-lo? Nossa ignorância nos incapacita."


Fonte: Charles Colson e Horold Fickett. A Fé em tempos pós-modernos. Editora Vida, p. 33,35, 2009.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mande e-mail para os nossos senadores!

Como geração eleita, sacerdócio real e nação santa (1Pe 2.9), devemos nos manifestar contra a injustiça, que é pecado, através de várias mídias. A web é uma delas. Portanto, deixe o comodismo e mãos ao teclado. Digite um e-mail e envie-o aos nossos políticos se posicionando contra a PL 122/2006.

O profeta Jeremias confrontou a política de seus dias dessa maneira quando foi preciso (contextualizando Jr 36, em vez de rolo, leia e-mail, e no lugar de Baruque, leia Yahoo, Gmail etc.). Não deixemos de fazer isso com oração (Ef 6.18), por amor à Deus, o SENHOR.

Abaixo estão o link para os e-mails dos senadores e senadoras da nossa República e um modelo de redação:


Modelo:

Senhores senadores e senadoras,

com relação a PL 122/2006, peço que considerem a diferença entre criticar conduta (comportamento) e discriminar pessoas.

Tal projeto de lei deverá criminalizar ou penalizar a crítica?

Att.

Seu Nome

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A inveja é pecado pior do que a cobiça

"O que um invejoso quer não é, antes de tudo, o que o outro tem; o que um invejoso quer é que o outro não tenha. Daí um rapaz de dezoito anos fará campanha contra a permissão dos pais para que o irmão mais novo chegue em casa mais tarde, ainda que nada ganhe com isso (Tudo o que ganha é a inimizade com o irmão). O mais velho simplesmente não quer que o seu irmão usufrua das vantagens que ele não teve. Ele é como um médico residente que suportou uma sombria ou insana escala de trabalho e que, só por isso, não quer ver essa escala relaxada em benefício dos novatos.

Quando um invejoso faz uma oração intercessória às avessas, por seu rival ("Esvazia a piscina dele, ó Deus, e enche de água o seu porão"), ele não faz isso por malignidade sem motivo, por simples cobiça. Cobiçar é querer o bem que pertence a alguém de modo tão forte ("desordenado", como diz a tradição cristã) que chega a ser tentado a roubá-lo. Invejar é ressentir-se do bem que alguém possui a ponto de querer destruir esse bem. O que cobiça tem as mãos vazias e quer enchê-las com os bens de alguém. O invejoso tem as mãos vazias e quer esvaziar as mãos de quem ele inveja. A inveja, sobretudo, carrega tons de ressentimento pessoal: um invejo se ressente não apenas por causa da benção de outra pessoa, mas ressente-se daquele que foi abençoado. A cobiça focaliza mais em objetos do que em pessoas: mesmo quando focaliza uma pessoa, tende a vê-las como objetos.

Assim, em 1 Samuel, o olho invejoso de Saul caiu sobre Davi, enquanto em 2 Samuel, o olho vagueante e cobiçoso de Davi caiu sobre Beteseba, mulher do honrado Urias. Um invejoso ressente; um cobiçoso deseja. É claro que um invejoso pode começar a sua carreira como cobiçoso. Pode começar demandando um bem de alguém, como Caim pode ter originalmente desejado a bênção que Deus deu a Abel. A cobiça não atendida, porém, provavelmente azeda e se transforma em inveja: a inveja é geralmente uma cobiça não satisfeita.

[...]

A inveja, diz o ministro Chaucer, é pecado "cabalmente contra o Espírito Santo". É "um pecado insensato... o pior que há, pois... a inveja é pecado cometido contra todas as virtudes e contra toda piedade." Em seu conto, o ministro acrescenta o dano. Onde quer que se encontre a inveja, ele diz, econtraremos a impiedade da humanidade e da comunidade cristã. Pessoas invejosas falam mal pelas costas. Cumprimentam com um sorriso que, sob outra luz, pode ser tomado por uma zombaria. Reconhecem o mérito de um rival, mas, depois, puxam-no para a sombra de um mestre (Ele é um bom violoncelista, mas você já ouviu Rostropovich?). O invejo é maledicente. Coleciona más notícias de outros e as passa adiante como um tira-gosto em happy hour. O invejoso é resmungão. Ele murmura. Ele se queixa que todas as pessoas erradas estão tendo sucesso. Despeito, amargura, discórdia que desfaz toda amizade, acusação, malignidade - todas essas coisas fluem da inveja e juntas tornam a amizade e a boa comunhão em rancorosas ruínas.

O que o ministro Chaucer faz é correr os olhos pelas listas de pecados do Novo Testamento e observar as companhias esfarrapadas de que a inveja se cerca. A inveja aparece nas mesmas listas que orgias e bebedices, impudicícia e dissoluções (Rm 13.13); na mesma lista que iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos (2 co 12.20); na mesma lista que provocações, difamação, suspeitas malignas (1 Tm 6.4). Esses são pecados devastadores contra a comunidade, pecados que atacam a paz comunal. Esses são pecados que mostram Caim e Abel ainda contendendo através das eras, lutando em nós e em nossa sociedade e em nossas igrejas.

Temos, porém, uma razão para pensar que um dia a luta cessará... na manhã da ressurreição se levantou a vítima da inveja [Jesus], aquele que foi morto... Nesse evento todos os cristãos concentram suas esperanças do shalom*."


*Plena paz, um equivalente moderno seria a expressão "tudo de bom". Ver ainda Is 2.2-4; 11.1-9; 32.14-20; 42.1-12; 60; 65.17-25.



Fonte: Cornelius Plantinga Jr.. Não era para ser assim: um resumo da dinâmica e natureza do pecado. Ed. Cultura Cristã, p. 168-169,177-178. 1998.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

NÃO transforme boas novas em bons conselhos!

"Reduza o cristianismo a um bom conselho e ele se harmoniza perfeitamente à cultura do treinamento de vida. Pode parecer relevante, mas, na verdade, ele acaba perdido no mercado das terapias moralistas. Quando anunciamos o cristianismo como o melhor método de aprimoramento pessoal, inclusive com depoimentos sobre o quanto estamos cada vez melhores desde que "entregamos tudo", os não cristãos podem, com toda razão, nos questionar: "Que direito você tem de dizer que a sua [religião]* é a única fonte de felicidade, significado, experiências emocionantes e aperfeiçoamento moral?". Jesus claramente não é a única forma eficaz para uma vida melhor ou para um eu melhor. Qualquer pessoa pode perder peso, parar de fumar, melhorar um casamento e se tornar mais agradável sem Jesus.

O que distingue o cristianismo, em sua essência, não é seu código moral, e sim sua história - a história de um Criador que, embora rejeitado por aqueles que criou à sua imagem, se inclinou para reconciliá-los consigo mesmo por meio de seu Filho. Essa não é uma história sobre o progresso do indivíduo para o céu, e sim a narrativa dos acontecimentos históricos da encarnação de Deus, da expiação, da ressurreição, da ascensão e do retorno, bem como da exploração de seu rico significado. Em sua essência, esta história é um evangelho: as boas-novas de que Deus nos reconciliou consigo mesmo em Cristo."

*Esta palavra foi inserida por mim pra dar sentido a frase, pois ela não constava na tradução.


Fonte: Michael Horton. Cristianismo Sem Cristo, editora Cultura Cristã, p. 86, 2010.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O Kardecismo reprovado no seu próprio teste de veracidade

"Devemos seguir o argumento até onde ele nos levar"


Na sessão II da introdução do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo (editora FEB, p. 28, 2008), Allan Kardec, recebendo comunicações mediúnicas de aproximadamente mil centros espíritas sérios espalhados pelos mais diversos pontos do globo*, propõe o seguinte teste de veracidade com relação aos ensinos espíritas:

"O primeiro controle é, incontestavelmente, o da razão, ao qual é preciso submeter, sem exceção, tudo o que venha dos Espíritos. Toda teoria em notória contradição com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possui, deve ser rejeitada, por mais respeitável que seja o nome que traz como assinatura."

De maneira equilibrada, justa, devemos ainda dizer que tal teste não é o melhor, segundo Kardec, pois pessoas podem possuir conhecimento insuficiente e serem tendenciosas em seus juízos. Porém o teste "é incontestavelmente" o primeiro se baseado em uma sólida lógica. Assim, o bom senso deverá prevalecer, ou seja, uma doutrina em contradição não pode ser digna de confiança. Crer nela é crer levianamente. Analisemos, então, a seguinte declaração espírita no capítulo I, p. 61:

"... o materialismo foi vencido... É toda uma revolução moral que neste momento se opera e trabalha os espíritos. Após uma elaboração que durou mais de dezoito séculos, chega ela à sua plena realização e vai marcar uma Nova Era para a Humanidade. As consequências dessa revolução são fáceis de prever; deve produzir inevitáveis modificações nas relações sociais, às quais ninguém terá força para se opor, porque estão nos desígnios de Deus e resultam da lei do progresso, que é uma lei de Deus."

O Kardecismo reivindica uma revolução moral fundamentada na lei do progresso. Do século XVIII ao XXI, houveram vários progressos (industrial, trabalhista, científico, tecnológico, etc.), porém nenhum que produzisse divinas modificações nas relações sociais. Não há muito o que comemorarmos no campo da moral quando lemos sobre os campos de concentração nazistas de Hitler; quando sabemos que o materialismo filosófico é dominante nas Academias (Nietzsche, Marx, Darwin, Freud, Sartre, Heidegger...); que os índices de assassinato e suicídio são preocupantes especialmente entre os jovens; quando olhamos para o aumento e facilitação do divórcio matrimonial ou vemos tanto guerras latentes quanto eminentes pelo globo... O clima de otimismo moral deveria ser triunfante ao passo que os espíritos trabalham para isso. Todavia, não é!

Pode-se levantar uma objeção por parte dos espíritas dizendo que a "Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e de provas, razão por que aí o homem está exposto a tantas misérias" (p. 79). Esse ensino explicaria o problema da revolução moral se ele condicionasse a Terra a ser um mundo somente de expiação, de provas. No entanto, o próprio Kardec excluiu essa idéia:

"Todavia, não deduzais das minhas palavras que a Terra esteja destinada para sempre a ser uma penitenciária. Não, certamente! Dos progressos realizados podeis facilmente deduzir os progressos futuros e, dos melhoramentos sociais conquistados, novos e mais fecundos melhoramentos. Essa é a tarefa imensa que será realizada pela nova doutrina que os Espíritos nos revelam." (p. 131)

Em uma seção de comentários de um vídeo do YouTube eu discutia com um espírita sobre essa questão da revolução moral. Ele contra-argumentava dizendo que as aflições da vida são de duas espécies: de causa presente ou de passada (daí os judeus terem sofrido tanto no holocausto, pois certamente no passado eles fizeram algo que trouxeram as consequências do antissemitismo!). No entanto, eu disse a ele que isso é a explicação das aflições e não a corroboração sobre a máxima de Kardec conforme citei. O materialismo na minha opinião não foi vencido e o relativismo ou anarquia moral é crasso em qualquer nível da sociedade, inclusive na Igreja.

Não ajuda muito também os espíritas esperarem o tempo passar e terem fé que lá na frente a coisa muda. Isso na verdade é um salto de fé e não seguir as implicações de um dos pilares da Doutrina. Kardec reivindicou uma revolução moral em PLENA REALIZAÇÃO que produziria modificações que NINGUÉM TERIA FORÇA PARA SE OPOR (o que está em caixa alta são citações diretas). A claridade do texto não lança dúvida no que estou dizendo. A questão é a veracidade do cumprimento dessas palavras; e não como e quando elas irão se cumprir ou porque não estão se cumprindo.

Se ciclos de encarnação-desencarnação elevassem os espíritos a estados superiores, purificando-os ainda mais, porque não percebemos as consequências dessa doutrina central do Kardecismo nas manchetes dos jornais e nas newsletters da web? Vivemos uma grande crise moral e não uma revolução pela lei divina do progresso. Involuímos.

No livro A República, Platão atribuí a Sócrates a seguinte frase: "Devemos seguir o argumento até onde ele nos levar". Se a lógica dos dados é positiva, devemos evocar o resultado da aplicação do teste: "toda teoria em notória contradição com o bom senso... deve ser rejeitada". O argumento aqui proposto no mínimo nos leva para o descrédito da revolução moral de Kardec bem como a uma revisão de seus pressupostos filosóficos.

Portanto, o Espiritismo não pode ser aprovado como verdadeiro mediante suas asseverações de moral. O bom senso, nesse caso, não nos convida a uma fé espírita. A coletividade ou conjunto dos fatos mais a lógica contrariam a Doutrina em sua base.


*Não há citações dos nomes dos médiuns nem como se realizou essa tão grande coleta de informações pelo mundo, se é que foi realizada. É interessante notar que tais centros são classificados como "sérios". Sérios com base em quê? Fica a pergunta.


Soli Deo [Jesus] Gloria.


Danilo Neves de Almeida.

domingo, 17 de abril de 2011

Uma reflexão sobre a morte

"Melhor é ir na casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração." (Eclesiastes 7.2)

Eu digo que essas palavras são ácidas... parecem dissolver algumas de nossas percepções equivocadas sobre o fim da existência humana. O sábio rei Salomão foi quem as registrou, inspirado por Deus. E assim, elas são palavras de Deus!

Confesso que a primeira vez que eu as li me veio exatamente o contrário do que elas dizem. Afinal, é melhor estar numa festa do que num velório. A sensação diante desse versículo foi de incômodo — algo parecido com a impressão de se ter aprendido errado.

Certamente o rei experimentou os sentimentos que a morte de um ente querido causa em nós. Ele viveu a dor da perda, da saudade e, portanto, não fala sem o coração. Mas também não fala sem a razão e a fé.

Creio que a verdade fria dessas palavras só pode ser entendida quando estamos na casa onde há luto. Nela nos deparamos com a realidade de que temos um fim, de que não somos eternos, de que a morte é inevitável. Depois que nascemos, a única certeza que temos é a de que morreremos. Não bastasse essa realidade, a Bíblia nos diz ainda que a vida é breve, curta, tal como uma neblina, que aparece por um instante e logo se dissipa (Tiago 4.14).

O problema é que não conversamos sobre isso o suficiente uns com os outros. Evitamos refletir sobre a morte, sobre a brevidade da vida. Preferimos a casa onde há banquete, onde há festa. Vivemos como se fôssemos eternos. Salomão porém nos diz: "viva sabendo que um dia você prestará contas ao Juiz deste mundo". Eis as palavras finais do livro de Eclesiastes: "agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso é o dever de todo homem" (Ec 12.13, NVI).

Chegará o dia em que nos encontraremos com o Juiz de nossas almas. Nós, os vivos, devemos tomar isso em consideração, sabendo que a morte só poderá ser vencida pela vida que Jesus nos dá quando cremos nele, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida — a nossa justiça.

No momento do luto de Marta, Cristo disse: "Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente" (João 11.25,26). Isso é o que Deus diz na casa onde há luto.

Além do abraço que damos naqueles que passam pela dor da perda, essas são as únicas palavras que podem verdadeiramente consolar os que sofrem.

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