sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Feridas Inflamadas, Cansaço, Fuga, Volta e Alegria em Deus



Você já se sentiu cansado, mais uma vez decepcionado com você mesmo por não fazer o que é o certo? Por pisar na bola de novo com Deus e cometer os mesmos pecados? Às vezes me sinto extremamente triste por fazer aquilo que não quero. O meu coração se torna um ringue onde a minha carne e o meu espírito se colocam a lutar um contra o outro, o desejar fazer o mal versus o querer fazer o bem. Isso é tão avassalador em mim que nem sequer desejo mais orar devido o sentimento de vergonha que carrego diante de Deus por causa dos meus erros, dos meus pecados.

Deus tem me observado continuamente (Pv 15.3) e essa verdade, nessas horas, não é confortante, pois sei que ele é Santo, Santo, Santo e odeia o pecado. “O pecado é a transgressão da lei” (1Jo 3.4), a lei de Deus que “é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom” (Rm 7.12). A horrível metáfora do profeta Isaías sobre essa transgressão é precisamente aquilo que Deus vê em nós quando estamos em pecado: “Por que haveis de ainda ser feridos, visto que continuais em rebeldia? Toda a cabeça está doente, e todo o coração, enfermo. Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo” (Is 1.5,6).

Por que não me agrado com a vontade de Deus e insisto com a minha vontade pecadora? Quando somente olho para mim mesmo, cresce dentro da mente e do meu coração o senso de que Deus pode a qualquer hora me castigar como se Ele fosse somente um Deus que fica irado e que não tem prazer na misericórdia. Cansado eu fico por me distanciar de Deus e saber que mais uma vez eu fiz o que não agrada a Ele. Cansado... como o salmista: “...envelheceram os meus ossos…” (Sl 32.3).

Ora ficamos felizes e fervorosos na fé e ora estamos lá embaixo, tristes e com vontade de desistir das coisas por causa da nossa rebeldia. Somos tomados por um sentimento de melancolia, um desconforto terrível, como se a alma estivesse em corrosão. O pecado é ácido. Infelizmente nos pegamos nesse estado de melancolia espiritual. O sentimento de culpa decorrente dos nossos pecados nos fazem pensar que não mais merecemos o favor de Deus e então nos afastamos das pessoas e nos isolamos, pensando que também estaremos longe de Deus assim como o profeta Jonas pensou (Jn 1.3).

David Brainerd, um jovem missionário, registrou em seu diário as seguintes palavras sobre esse conflito no seu coração pouco tempo depois da sua conversão, quando ele de fato se rendeu a justiça de Cristo:

“A doce satisfação do que eu então senti, prosseguiu comigo por diversos dias, quase constantemente, em maior ou menor intensidade. Eu não podia senão regozijar-me docemente em Deus, quando me deitava ou levantava. No domingo seguinte senti algo do mesmo tipo, embora não tão poderoso quanto antes. Mas não muito depois, fui novamente envolvido por trevas e grande agonia; contudo, não no mesmo desespero que sentia quando sob convicção. Eu era culpado, estava temeroso e envergonhado para vir a Deus, e muitíssimo pressionado por um forte senso de culpa, mas, não demorou muito para que sentisse verdadeiro arrependimento e gozo em Deus”.

Brainerd sentia grande agonia, vergonha e temor, sentimentos que caracterizam o verdadeiro cristão, aquele que ama a Deus mesmo sendo um pecador. Mas ele não se limitou a isso. A atitude desse jovem foi em também reconhecer a sua culpa e não mais encobri-la, “...a minha iniqüidade não mais ocultei...” (Sl 32.5). A vergonha de Brainerd deu lugar a verdadeiro arrependimento e gozo em Deus. Ele não podia conviver com a culpa e, com um coração contrito, buscou a Deus, sentindo depois o gozo dessa busca sincera. “... tu me cinges de alegres cantos de livramento…” (Sl 32.7).

Meu irmão, minha irmã, olhe para a sua vida. Reflita na sua relação com Deus. Pense. Vale a pena ocultar aquilo que te cansa? O que uma ferida aberta te fará? Talvez precisamos assim como o salmista Davi e como esse Brainerd, em vez de fugirmos, nos colocarmos diante de Deus em oração e clamarmos pela sua misericórdia, pelo seu perdão. O SENHOR deseja isso de Seus filhos: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã” (Is 1.18). Arrazoar é conversar e conversar é orar. “...todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar;” (Sl 32.6).


Ainda que os nossos pecados sejam muitos, ainda que a nossa culpa seja avassaladora, Deus purificará os nossos pecados se voltarmos a Ele. “Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado” (Sl 32.5). “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1.9).

Então as feridas serão saradas, a alegria renascerá, a vontade de não desistir voltará e o senso de que as misericórdias do SENHOR se renovam tomarão a nossa vida e crescerá a graciosa e sublime verdade de que só somos o que somos no nome de Jesus, o nosso Redentor e Salvador, o Filho de Deus. Amém!

“O ímpio tem muitas dores, mas àquele que confia no SENHOR a misericórdia o cercará” (Sl 32.10).
“Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1Jo 2.1).

domingo, 22 de fevereiro de 2009

"Não Desperdice Seu Câncer" (3 de 5)

John Piper:
Se Jesus adiar seu retorno, todos morreremos. Não pensar sobre o que há de acontecer será como pensar que deixar esta vida e encontrar-se com Deus é tolice. Eclesiastes 7.2 diz: “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há um banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração”. Como pode você gabar-se de não pensar sobre isso? O Salmo 90.12 diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”. Contar os seus dias significa pensar sobre como eles são poucos e que eles acabarão. Como poderá você ter um coração sábio se recusar a pensar sobre isso? Que desperdício será não pensarmos sobre a morte!

David Powlison:
Paulo descreve o Espírito Santo como o penhor invisível, interior, da certeza da vida. Pela fé, o Senhor lhe dá uma doce degustação da realidade face a face da vida eterna na presença de nosso Deus e de Cristo. Poderíamos também dizer que o câncer é o “pagamento inicial” da morte inevitável, dando uma amostra ruim da realidade de sermos mortais. O câncer é um sinaleiro apontando para algo muito maior: o último inimigo que você precisa encarar. Mas Cristo derrotou esse último inimigo (1 Co 15). A morte foi tragada na vitória. O câncer é meramente um dos batedores do inimigo, em ação de patrulha. Ele não tem nenhum poder final se você é um filho da ressurreição, de sorte que você pode encará-lo de cabeça erguida.

5. Você desperdiçará o seu câncer se você pensa que derrotá-lo significa permanecer vivo, em vez de receber Cristo.

John Piper:
Os desígnios de Satanás e os de Deus em seu câncer não são os mesmos. A intenção de Satanás é destruir seu amor por Cristo. Deus quer aprofundar seu amor por Cristo. O câncer não vence se você morrer. Ele vence se você deixar de receber Cristo. A intenção é tirar você da amamentação no mundo e acolhê-lo festivamente na suficiência de Cristo. Ele visa ajudá-lo a dizer e sentir: “[...] todas as coisas [...] considero como refugo, para ganhar Cristo” e saber que, portanto: “O viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 3.8; 1.21).

David Powlison:
Amar a Cristo expressa as duas atividades centrais da fé: extrema necessidade e extrema alegria. Muitos salmos clamam em “tom menor”: amamos nosso Salvador ao necessitar que ele nos salve de problemas reais, pecados reais, sofrimentos reais, angústia real. Muitos salmos cantam “em tom maior” amamos nosso Salvador ao nos deleitar nele, amá-lo, agradecer-lhe por todos os seus benefícios a nós, regozijando-nos no fato de que sua salvação é a coisa mais ponderável do mundo e ele tem a última palavra. E muitos começam num tom e terminam no outro. Amar a Cristo não é algo monocromático, você vive todo o espectro da experiência humana com ele. Vencer o câncer significa saber como o Pai tem compaixão do seu amado filho, porque ele conhece sua estrutura, sabe que você é pó. Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida. Viver é conhecê-lo, e conhecê-lo é amar.

6. Você desperdiçará o seu câncer se passar tempo demais lendo sobre a doença e não dedicar tempo suficiente para ler sobre Deus.
Fonte: Apêndice retirado do livro “O Sofrimento e a Soberania de Deus” – John Piper e Justin Taylor. Editora Cultura Cristã. 1ª edição. 2008.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

"Arrependei-vos"

Uma religião sem arrependimento, um arrependimento sem resolução, uma resolução sem compromisso, um compromisso sem ação, uma ação sem persistência, uma persistência sem fé, uma fé sem Deus e um deus sem senhorio, como se fosse apenas uma personagem da religião. Os elementos essenciais da fé cristã, ou seja, aquilo que a determina, identifica e distingue estão ausentes ou são infecazes na vida de muitos religiosos e membros de igrejas.

Um desses elementos que tem sido diluído na religião açucarada de nossos dias é o arrependimento. Arrependimento não é consciência pesada, emobra incomode a boa consciência (1Tm 1.19). Arrependimento não é medo das consequências ou de condenação, embora deva trazer temor de Deus (Gl 6.7). Não é uma barganha, como se Deus estivesse interessado em trocar a sua benção por um arrependimento fugaz (Dt 10.17). Não é um rito ou cerimônia como parte de uma liturgia, embora seja essencial que no culto ele esteja presente e atuante (Is 1.10-17). Não são valores ou sentimentos éticos e morais, como se o evangelho se reduzisse a um mero código moral, embora a sua consequência seja uma vida ética diante de Deus. Então como compreender o arrependimento?
A parábola do Filho Pródigo nos fornece uma descrição mais clara do que compõe o arrependimento. Em primeiro lugar porque a parábola surge da incompreensão do perdão de Deus oferecido a publicanos e pecadores (Lc 15.1), obviamente mediante o arrependimento deles. Em segundo lugar pela relação existente entre as parábolas, apontando para as atitudes esperadas por Deus da parte daqueles que as ouviram, ou seja, alegria e arrependimento (Lc 15.17; 15.10 e 15.32). Os versos 18 e 19 registram as palavras do filho perdido falando consigo mesmo. Não é uma carta de intenções, nem um termo de compromisso, é o registro de seu arrependimento. Revelam o que se passou em seu coração e que pensamentos ele teve naquela ocasião.

Suas primeiras palavras foram: "Levantar-me-ei, e irei ter com o meu Pai". O arrependimento é sempre o caminho de volta ao Pai. É o contrário da atitude de fuga de Adão e Eva no Éden. O arrependimento nos leva a desejar a presença do Pai. o retorno à comunhão, a busca por sua graça perdoadora. O pecado nos afasta de Deus (Is 59.2), nos separa e exila. O arrependimento nos aproxima, restaura a nossa liberdade e confiança. "Irei ter com o meu Pai", é a oração do arrependido, sua resolução e sua atitude. O caminho de ida para o pecado é orgulhoso e auto-suficiente. Deixa para trás o pai e tudo o que ele significa como se não tivéssemos necessidade dele. É um caminho insano, levianamente alegre e inconseqüente. Mas bastam as primeiras consequências para que o pecador verdadeiramente arrependido cai em si (Lc 15.17) e percorra o necessário caminho da humilhação, tristeza e dependência de Deus, mas este é o único caminho de volta.

O verdadeiro arrependimento requer ainda a confissão. Que é fruto do reconhecimento tanto da falta quanto da nossa natureza. ..."e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti"; (Lc 15.18). Não se deve menosprezar o valor dessas palavras. Não são recitações como se tratasse de rezas, nem confissões liturgicamente mecânicas como parte de nosso culto. Antes de tudo é o reconhecimento de quem somos e do que fizemos. Reconhecimento de nossa condição pecadora e a qualificação de nossa conduta como trangressão deliberada da vontade de Deus. Embora a falsa modéstia insista em nos confundir, é necessário sinceridade quando dizemos: "pequei". Tal confissão vem acompanhada do reconhecimento de nossos méritos. "Já não sou digno de ser chamado teu filho" significa o necessário reconhecimento que a dignidade foi perdida, que não há méritos, nem honra, nem muito menos direitos. A graça é derramada em mãos vazias, em corações compungidos e contritos (Sl 51.17) e espíritos abatidos (Is 57.15), porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tg 4.6).

Por fim o arrependimento requer o clamor por misericórdia: ..."trata-me como um dos teus trabalhadores". A consciência da perda da condição de filho leva à esperança de misericórdia. O arrependimento se contenta com o mínimo, ele não deseja honra, apenas estar na casa do Pai. Não reivindica tratamento de filho, basta-lhe ser servo. A glória é servir, e mesmo o serviço não é um direito e sim um ato de compaixão do Pai.

Por isso em tempos de espiritualidades maquiadas de santidade aparente, em tempos de religiões auto-sustentadas que se alimentam dos próprios méritos, e em tempos de confissões sem abandono de pecados, é preciso voltar à pregação simples do evangelho, a saber, arrependei-vos e "Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento" (Mt 3.8).


Rev. Jôer Corrêia

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

"Os Limites de uma Idéia"

“Se pudesse ser demonstrada a existência de qualquer órgão complexo, o qual não pudesse ter sido formado por meio de numerosas, sucessivas e pequenas modificações, minha teoria se tornaria inútil” [Charles Darwin].


O texto abaixo foi retirado do livro “A Caixa Preta de Darwin” do famoso cientista bioquímico Michael Behe. Detalhe: ele não é criacionista. Ele acredita no método científico, mas argumenta que as máquinas biológicas têm que ter sido planejadas, seja por Deus ou por alguma outra inteligência superior - o Desingner. Quanto a mim, sou totalmente convicto que o Criacionismo Bíblico é a verdade sobre a origem do mundo e dos seres vivos. O livro de Gênesis é quem dá a palavra final e as evidências científicas sérias só irão (e já estão) concluir aquilo que Deus nos revelou pelas Escrituras. No entanto, é interessante também notarmos que outras teorias científicas surgiram e vem de encontro ao darwinismo. Uma delas é o Design Inteligente (D.I) ou Projeto Inteligente (Intelligent Design)...

Vale a pena você ler todo o texto e também, pra quem gosta da área, adquirir o livro de Behe, que é um marco na literatura científica. Que este texto seja uma introdução sobre o D.I para você, motivando-o a pesquisar mais e ler mais sobre o assunto do ano de 2009: as teorias que explicam a vida e o surgimento do universo. Com a publicação de “A caixa preta de Darwin”, é tempo de os cientistas se permitirem examinar novas e extraordinárias possibilidades e de ficarmos de sobreaviso com o que vão descobrir. Claro que para o mundo ainda existe só uma teoria: o naturalismo evolucionista de Darwin. Qual é a sua?

“Este livro é sobre uma idéia – a evolução, de Darwin – que está sendo levada até seus últimos limites por descobertas na bioquímica. A bioquímica é o estudo da própria base da vida: as moléculas que formam células e tecidos, que catalisam as reações químicas de digestão, fotossíntese, imunidade, entre muitas outras coisas. O espantoso progresso realizado pela bioquímica desde meados da década de 1950 constitui um tributo monumental ao poder da ciência de compreender o mundo. Trouxe inúmeros benefícios práticos à medicina e à agricultura. No entanto, talvez tenhamos de pagar um preço por esse conhecimento. Quando escavamos alicerces, as estruturas que neles repousam são abaladas e, às vezes, desmoronam. Quando ciências como a física finalmente expuseram suas fundações, velhas maneiras de compreender o mundo tiveram que ser jogadas fora, revistas por completo, ou restringidas a uma parte limitada da natureza. Ocorrerá a mesma coisa com a teoria da evolução pela seleção natural?

Como acontece com muitas grandes idéias, a de Darwin é elegantemente simples. Ele observou que ocorrem variações em todas as espécies: alguns membros são maiores, outros menores, uns mais rápidos, outros de cor mais clara, e assim por diante. Uma vez que suprimentos limitados de alimentos não conseguem sustentar todos os organismos que nascem, Darwin concluiu que aqueles cuja variação, ocorrida ao acaso, lhes conferia uma vantagem na luta pela vida tenderiam a sobreviver e a reproduzir-se, vencendo na competição os menos favorecidos. Se a variação fosse herdada, as características da espécie mudariam ao longo do tempo. No decorrer de grandes períodos, grandes mudanças poderiam ocorrer.

A mais de um século, a maioria dos cientistas pensa que virtualmente todas as formas de vida, ou pelo menos todas as suas características mais interessantes, resultaram de seleção natural, funcionando através de variação aleatória. A idéia de Darwin tem sido usada para explicar o bico do tentilhão, os cascos de cavalos, a coloração das mariposas e dos insetos operários, e a distribuição da vida em todo o globo e ao longo das eras. A teoria foi ampliada por alguns cientistas para explicar até mesmo o comportamento humano: porque pessoas em desespero cometem suicídio, porque adolescentes têm filhos fora do casamento, porque alguns grupos se saem melhor em testes de inteligência do que outros, porque missionários religiosos renunciam ao casamento e a filhos. Nada há nenhum órgão ou idéia, nenhum sentido ou pensamento que não tenha sido objeto de elucubrações evolutivas.

Quase um século e meio após Darwin ter apresentado sua teoria, a biologia evolutiva tem obtido muito sucesso na explicação dos padrões de vida que vemos ao nosso redor. Para muitos, seu triunfo é completo. A verdadeira obra da vida, porém, não acontece no nível do animal ou do órgão completos. As partes mais importantes dos seres vivos são pequenas demais para serem vistas. A vida é vivida nos detalhes, e cabe as moléculas se encarregarem desses detalhes. A idéia de Darwin pode explicar cascos de cavalos, mas poderá explicar os alicerces da vida?

Pouco depois de 1950, a ciência avançou até um ponto em que podia identificar as formas e propriedades de algumas moléculas que constituem os organismos vivos. Devagar, com muito trabalho, as estruturas de um número cada vez maior de moléculas biológicas foram elucidadas e, com o auxílio de incontáveis experimentos, inferida a maneira como funcionavam. Os resultados acumulados mostram com grande clareza que a vida se baseia em máquinas – máquinas compostas de moléculas! As máquinas moleculares transportam carga de um lugar da célula para outro, ao longo de “estradas” constituídas por outras moléculas, enquanto outras ainda agem como cabos, cordas e polias que mantêm a forma da célula. Máquinas ligam e desligam comutadores celulares às vezes matando a célula, ou fazendo com que cresça. Máquinas a energia solar captam a energia dos fótons e a armazenam em elementos químicos. Máquinas elétricas permitem que a corrente flua pelos nervos. Máquinas-ferramenta constroem outras máquinas moleculares, bem como outras iguais a si mesmas. Células nadam usando máquinas, copiam a si mesmas usando maquinaria, e com ela ingerem alimentos. Em suma, máquinas moleculares altamente sofisticadas controlam todos os processos celulares. Assim, os detalhes da vida são finamente calibrados e, a maquinaria da vida, de uma enorme complexidade.

Todas as formas de vida poderiam ser encaixadas na teoria da evolução de Darwin? Uma vez que a mídia gosta de publicar matérias sensacionalistas, e desde que alguns cientistas adoram especular sobre até que ponto podem levar suas descobertas, tem sido difícil para o público separar fato de conjectura. Se queremos encontrar evidências autênticas, temos de mergulhar nos livros e revistas publicados pela própria comunidade científica. A literatura científica divulga os experimentos em primeira mão, e esses relatórios, em geral, estão livres dos vôos de fantasia que acabam por aparecer em suas repercussões. Mas, como deixaremos claro mais tarde, se pesquisamos a literatura científica sobre evolução, e se concentramos a pesquisa na questão de como surgiram as máquinas moleculares – a base da vida – descobriremos que paira um silêncio total e misterioso em torno do assunto. A complexidade dos alicerces da vida paralisou as tentativas da ciência de explicá-la; as máquinas moleculares como que erguem uma barreira ainda impenetrável ao alcance ao alcance universal do darwinismo.

[...]

Embora o mecanismo de Darwin – a ação da seleção natural sobre a variação – possa explicar muitas coisas, não acredito que explique a vida molecular. Tampouco acho motivo de espanto que a nova ciência do muito pequeno possa mudar a maneira como vemos o menos pequeno.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Alerta Geral, Especialmente aos Vestibulandos

Pra quem não sabe, este ano será aclamado pelos evolucionistas os 150 anos da publicação do livro “Origens das Espécies” (nome completo: "Sobre a origem das espécies através da seleção natural ou a preservação de raças favorecidas na luta pela vida", tradução de On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life), escrito pelo famoso naturalista britânico Charles Darwin, livro esse publicado pela primeira vez em 24 de novembro de 1859.

Portanto, daqui pra frente irei me esforçar ao máximo em escrever alguma coisa sobre evolucionismo, criacionismo, naturalismo* e vários outros “ismos” a fim de refletirmos sobre o que tem se passado no mundo científico e o que eles pregam. Vale a pena termos conhecimento sobre esses assuntos, pois devemos nos cuidar para que ninguém nos engane com as suas vãs filosofias (Cl 2.8).

Nos dias 08 a 10 de abril de 2008 aconteceu o I Simpósio Internacional “Darwinismo Hoje”, realizado na Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo. Em uma das palestras do evento, o Dr. Ruy Carlos de C. Vieira** fez o seguinte alerta sobre o impacto do evolucionismo darwinista no pensamento político europeu:

ALERTA GERAL
RELATÓRIO DA COMISSÃO DE CULTURA, CIÊNCIA E EDUCAÇÃO
DO PARLAMENTO DO CONSELHO EUROPEU
Documento 11297 de 3 de junho de 2007
“Os Perigos do Criacionismo na Educação

Redação preliminar do Relatório redigido por Guy Lengagne
Destaques:
Preocupação com os possíveis efeitos maléficos do Criacionismo
- no sistema educacional;
- para o regime democrático;
- por ser um dogma religioso;
- por ocasionar séria confusão na mente das crianças;
- para o desenvolvimento da sociedade;
- porque encoraja o fundamentalismo e o extremismo;
- porque ameaça os direitos humanos e civis;
- porque a Suprema Corte Americana declarou-o inconstitucional;
- porque ameaça as pesquisas médicas ao combate à AIDS;
- porque ameaça as pesquisas agrícolas no combate as pragas;
- porque o apoio às suas idéias é incentivar a manipulação mental;
- porque o Criacionismo é uma desonestidade intelectual;
- por causa dos seus aspectos contraditórios;
- porque sem os mecanismos evolutivos não se pode compreender os riscos do declínio da biodiversidade e das alterações climáticas.

O documento referido acima deixa claro a aversão radical sobre o ensino criacionista na educação e certamente temos um boa amostra daquilo que o mundo pensa com relação a nós, os criacionistas bíblicos. Cada linha em destaque deste relatório declara a vontade de sepultar a concepção de mundo que o criacionismo oferece para a Educação formal – instituições reconhecidas de ensino em geral - e informal – especialmente os meios familiar e religioso. Não vou me ater aos pormenores do texto acima, pois a minha intenção é somente transmitir, assim como o Dr. Ruy, um alerta geral.

Ninguém se iluda quanto ao profundo impacto da Evolução no pensamento acadêmico. Os veículos de publicação e divulgação científicos cada vez mais fecham o cerco quanto à idéia de que tudo foi criado pelo planejamento de um ser superior e não pelo acaso. Recentemente, conversei com um de meus professores de engenharia da UFG sobre religião e acabamos por discutir as questões relacionadas sobre a origem do mundo e da vida. O interessante é que para ele só existia a teoria darwinista que explicasse tais questões, dizendo que a Bíblia não é científica e que ela não pode dar respostas sobre esses assuntos. “O Dilúvio não existiu, Danilo”, escutei nessa conversa. Percebi, por fim, o quanto o pensamente acadêmico é blindado com as idéias de Darwin, mesmo já quase se passando 150 anos após a publicação do livro “Origem das Espécies”. Ainda que a Bíblia diga algo sobre tais assuntos, a palavra final para o meu professor é a teoria da Evolução.

Depois de muitas reflexões, não fico receoso em dizer que cheguei nesta conclusão, meus irmãos: “da teoria científica à religião”. Essa é a trajetória do darwinismo biológico depois de ler livros e blogs, assistir palestras e de viver experiências como estas com o meu professor. E muitos são os sacerdotes de Darwin, como Richard Dawkins, Tomas Huxley, Carl Sagan e especialmente os professores do meu segundo grau. A diferença entre eles é que uns são famosos e outros vivem no anonimato. Mas o que eles tem em comum é o fato de levarem a teoria da evolução, e suas várias vertentes, para além dos limites da ciência, fazendo as pessoas, especialmente os alunos, acreditarem que o universo veio não se sabe de onde e tudo o que nele existe foi formado ao acaso através dos bilhões e bilhões de anos. Para eles, Gênesis 1 a 12 é uma historinha religiosa e, claro, não pode ser verdadeira. Afinal quem acreditaria que Deus criou tudo do nada e em seis dias literais? Somente Darwin explica!

Depois que me converti ao cristianismo aos 17 anos, ainda carregava comigo a idéia da Evolução. Acreditava em Gênesis na igreja, mas em Darwin fora da igreja, tamanha a minha confusão de idéias e da influência dessa teoria naturalista em mim. Por ter estudado o evolucionismo para prestar o meu vestibular, fui ensinado a acreditar nessa filosofia como um “fato” científico e não como uma teoria não comprovada, ou, como disse o célebre Phillip E. Johnson, como uma teoria que não se apóia em fatos, mas que possui a sua base na fé no naturalismo filosófico. Infelizmente não tive professores que ensinassem com fidelidade os dois lados da moeda: criacionismo e evolucionismo. Se bem que alguns tentaram, mas destinavam mais ou menos uns 3 minutos para dizer que a teoria do criacionismo existia na introdução de um dos livros da Sônia Lopes ou do Amabis.

Esse ano seremos com certeza bombardeados pelas idéias da Evolução de Darwin. Que este post sirva de um estímulo para que você comece a pensar mais sobre o assunto e comece a tomar a sua posição sobre ele. Agora, não se esqueçam que para o vestibular escrevam o que os seus professores ensinarem para vocês. Somente neste caso não custa nada você dizer para os corretores da sua prova que Darwin explica!

*Naturalismo: significa que a natureza é tudo que existe. Essencialmente naturalismo e materialismo significam a mesma coisa, no contexto deste post. Este último sistema de pensamento compreende que a matéria (isto é, as partículas fundamentais) é tudo que há. Resumindo, o naturalismo é uma cosmovisão ateísta, pois nega a existência de um Deus criador.

**Dr. Ruy Carlos de C. Vieira, é engenheiro mecânico e eletricista formado pela Escola Politécnica da USP, foi professor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica na Escola de Engenharia de São Carlos em 1985, é professor Dr. livre docente catedrático por concurso na USP, membro fundador da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, diretor científico da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo em duas gestões, membro do Conselho Federal de Educação, secretário adjunto da Secretaria de Educação Superior do MEC de 1976 à 1979, presidente da Associação Brasileira de Ensino de Engenharia em três gestões, vice-presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia em 1981, atualmente consultor da Secretaria de Educação Média e Tecnológica do MEC e representante do MEC no Conselho Superior da Agência Espacial Brasileira desde 1997 e fundador e presidente da Sociedade Criacionista Brasileira desde 1972.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Qual é a melhor definição ou quais são as melhores?

Resolvi postar de novo Rilke, Pabline e Roney, kkkk... Prometo que a partir deste serão semanais os posts.

Bem, quando o assunto é sentimento, muitas das nossas definições não conseguem explicar nada.

"O que é o amor?". Essa é uma pergunta difícil de responder, mas crianças de 4 a 8 anos responderam! Gostei demais do videozinho e gostaria de compartilhar com todos!


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

"Vem aí o II Simpósio sobre Darwinismo no Mackenzie"

Originalmente divulgado no Blog "O Tempora, O Mores", do Nicodemus, Solano e Meister.

Vai acontecer no Mackenzie em abril desse ano.

A realização da segunda edição do Simpósio Internacional “Darwinismo Hoje” se justifica, não somente por causa do 150º. aniversário da publicação do livro de Darwin “A Origem das Espécies” em 2009, como também por causa do sucesso do I Simpósio.

Realizado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie com o objetivo de promover um amplo debate sobre as interpretações do Darwinismo, do Design Inteligente e do criacionismo, o I Simpósio atraiu a atenção da mídia, dos estudiosos do assunto e de todos os interessados em questões como a origem da vida e o seu funcionamento.

O II Simpósio trata basicamente dos mesmos temas, mas avança um pouco, ao ampliar o número de palestrantes e debatedores representantes do Darwinismo, do Design inteligente e do criacionismo. Dessa forma, o Mackenzie procura manter o espírito da Academia como o local adequado para o debate, para o contraditório.

Não se pode mais, diante do avanço científico e das recentes descobertas da bioquímica, insistir-se numa única teoria como a explicação exclusiva da realidade. É necessário que todas as vozes sejam ouvidas nessas questões fundamentais, que tocam praticamente em todas as áreas do conhecimento e nos mais diversos setores da nossa vida.

O evento realizar-se-á nos dias 13 a 16 de abril de 2009, nos campi São Paulo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

As inscrições para participação estarão abertas a partir de 20/01/2009 até a data do Evento. Os participantes receberão certificados de participação.

Detalhes e inscrições aqui.

Vejam algumas das palestras:

- Dr. John Lennox (Design Inteligente): “A Origem da Vida e os Novos Ateus”.

- Dr. Aldo Mellender (evolucionismo): “Darwin Ontem e Hoje – 150 anos de Origem das espécies”.

- Dr. Paul Nelson (Design Inteligente): “A Árvore da Vida de Darwin”.

- Dr. Gustavo Caponi (Evolucionismo): “A Origem das Espécies – O livro”.

- Dr. Marcos Eberlin (Design Inteligente): “Fomos Planejados – A maior descoberta de todos os tempos”.

- Jornalista Maurício Tuffani – “Tendências da Mídia quanto ao ensino de Design Inteligente nas Escolas e Universidades Públicas e Privadas”.

- Ms. Adauto J. B. Lourenço – “Criacionismo”.

Todos os palestrantes são nomes de peso aqui e no exterior. Entre eles destacamos Dr. John Lennox, professor de matemática na Universidade de Oxford, que se tornou conhecido pelos debates com ateus famosos, como Richard Dawkins. Veja no Youtube vídeos desses debates (foto).

O II Simpósio promete receber atenção da grande mídia por causa do "ano de Darwin" e por causa da polêmica sobre o ensino de criacionismo nas escolas confessionais acontecido no final do ano passado.