sábado, 19 de novembro de 2011

A Evolução alcança a Religião

"Poderíamos dizer que o darwinismo funciona como religião alternativa. É exatamente o que diz Michael Ruse, filósofo de ciências. Ruse é evolucionista pugnaz e agressivo, que, em 1982, testemunhou em tribunal contra o estatuto criacionista do Estado de Arkansas. Nessa ocasião, conversou com Duane Gish, famoso criacionista, que o imprensou contra a parede. "O problema com os evolucionistas é que vocês não jogam limpo", disse-lhe Gish. Vocês nos acusam de ensinar uma opinião religiosa, mas "vocês, evolucionistas, são a seu modo igualmente religiosos. O cristianismo fala de onde viemos, para onde vamos e o que devemos fazer enquanto isso. Desafio-o a mostrar qual é a diferença com a evolução. A evolução fala de onde você veio, para onde vai e o que deve fazer enquanto isso"[58]. Em suma, a evolução funciona como religião.

O comentário irritou Ruse, que não pôde tirar isso da mente. No fim, deu-se conta de que Gish na verdade estava com a razão, que a evolução é "mais que mera ciência", como disse em recente artigo. "A evolução veio a ser como um tipo de ideologia secular, substituto explícito do cristianismo." Mesmo hoje, "é promulgada como ideologia, uma religião secular - uma alternativa madura ao cristianismo, com significado e moral".

Ruse se apressa em garantir aos leitores que ele continua sendo "um evolucionista ardente e ex-cristão". Contudo, "tenho de admitir que nesta querela... os literalistas [bíblicos] estão absolutamente certos. A evolução é uma religião. Desde o princípio foi assim, e ainda hoje é verdade".[59]

Ruse anunciou seu novo discernimento na reunião anual de 1993 da Associação Americana para o Avanço da Ciência (sigla em inglês AAAS), onde sua apresentação foi recebida com um silêncio aturdido. Um relatório da conferência publicado por um grupo defensor da evolução ficou imaginando: "Será que Michael Ruse Entregou o Ouro?"[60]

Mas Ruse não estava fazendo alegações precipitadas. Ele as fundamentava com exemplos incontestáveis, citando pessoas como Stephen Jay Gould, que afirmou que a evolução "liberta o espírito humano". Por pura provocação, acrescentou Gould, a evolução "bate qualquer mito das origens humanas por anos-luz". Visto que a história evolutiva é contingente de modo completo, "em sentido plenamente literal, devemos nossa existência, como mamíferos grandes e racionais, as nossas estrelas da sorte".[61]

"Se isso não for concorrente ao ensino judaico-cristão tradicional", comenta Ruse de maneira perversa, "não sei o que é." [62]

A análise de Ruse elucida a controvérsia sobre ensinar evolução nas instituições de ensino. Os críticos acusam os defensores do desígnio inteligente de tentar injetar religião em sala de aula. Por exemplo, durante a Controvérsia de Ohio, um editorial num jornal do Columbus Dispatch disse: "O problema é que os proponentes do desígnio inteligente querem trazer a religião para as aulas de ciências, de onde não fazem parte". [63]

A resposta correta é que a religião já está em sala de aula, porque a evolução naturalista é, em si, uma religião ou cosmovisão. "A suposta guerra entre ciência e religião", escreveu o historiador Jacques Barzun, deveria "ser vista como guerra entre duas filosofias e, talvez, entre duas crenças". A batalha sobre a evolução é mero incidente "na disputa entre os crentes na consciência e os crentes na ação mecânica; os crentes no propósito e os crentes no puro acaso". [64] Promover uma fé à custa do Estado no sistema americano de escola pública, enquanto proíbe a outra fé, é exemplo de discriminação de ponto de vista, que o Supremo Tribunal americano declarou inconstitucional em diversos casos." [65]



[58] Citado em Michael Ruse, "Saving Darwinism from the Darwinians", National Post, 13 de maio de 2000, p. B-3.
[59] Ruse, ib. Ruse usa a mesma argumentação no seu mais recente livro, Mystery of Mysteries: Is Evolution a Social Construction? (Cambrigde, Massachusetts: Harvard University Press, 1999)
[60] Ver Tom Woodward, "Ruse Gives Away the Store, Admits Evolution Is a Philosophy", em http://www.leaderu.com/real/ri9404/ruse.html.
[61] Citado em Ruse, "Saving Darwinism from the Darwinians". Em outro lugar, Gould foi explícito em descrever o darwinismo como substituto da religião: "A evolução substituiu a explicação naturalista de consolo desinteressado por nossa convicção anterior de que uma deidade benevolente nos formou diretamente segundo sua própria imagem" (Stephen Jay Gould, "Introduction", em: Carl Zimmer, Evolution: The Triumph of an Idea [Nova York: HarperCollins, 2001], p. xi).
[62] Ruse, "Saving Darwinism from the Darwinians".
[63] Editorial, Columbus Dispatch, 14 de junho de 2002.
[64] Jacques Barzun, Darwin, Marx, Wagner: Critique of a Heritage (Chicago: University of Chicago Press, 1941), p. 37.
[65] Ver Nancy Pearcy, "Scopes in Reverse", Washington Times, 24 de julho de 2000.

Fonte: Nancy Pearcey. Verdade Absoluta: libertando o cristianismo de seu cativeiro cultural. Editora CPAD, Edição 1, p. 193, 194, 2006.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Eduque o seu filho usando Provérbios

- diligência e dedicação (Pv 6.6-11; 11.27; 12.24; 13.4; 15.19; 18.9; 19.24; 20.4,13; 21.5; 22.13; 26.13-16);

- justiça (11.1; 16.11; 17.23; 20.10,23; 31.8-9);

- bondade (11.17);

- generosidade (11.24; 19.6);

- domínio próprio, especialmente no modo de falar (12.18; 13.3; 21.23) e reagir (14.17,29; 15.18; 16.32; 19.11; cf. tb. 25.28);

- retidão (12.21,28; 14.34);

- veracidade e honestidade (12.22; 16.13; 24.26);

- discernimento na escolha de amigos (13.20; 18.24) e especialmente do cônjuge (18.22; 31.10-31);

- cautela e prudência (14.16; 27.12);

- brandura (15.1,4);

- contentamento (1.16-17; 16.8; 17.1);

- integridade de caráter (15.27; 28.18);

- humildade (16.19; 18.12; 22.4);

- amabilidade (16.24);

- franqueza (em lugar de dissimulação; 16.30; 17.20);

- comedimento (17.14,27-28; 18.6-7; 29.20);

- fidelidade nas amizades (17.17) e em outras áreas (28.20);

- pureza (20.9; 22.11);

- busca intensa por aquilo que é bom e certo (20.29);

- aptidão no trabalho (22.29);

- paciência (25.15);

- não participar de farras, glutonarias e bebedeira (23.20-21; 28.7);

- não ser arrogante e nem fútil (21.24);

- não ter um estilo de vida hedonista (21.17).

Fonte: Andreas J. Kostenberger. Deus, casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico. Editora Vida Nova, p. 100, 2011.