sexta-feira, 26 de março de 2010

O Resultado de um Cristianismo Sem Cristo

..."Em All Is Forgiven: The Secular Message in American Protestantism [Tudo é perdoado: a mensagem secular do protestantismo americano], Witten revela seus resultados dos estudos de textos de 47 sermões sobre a parábola do filho pródigo (Lc 15.11-32), pregados entre 1986-1988 por vários pastores em duas denominações: a Igreja Presbiteriana (EUA) e a Convenção Batista do Sul. Ela começa o livro contanto sobre uma tarde de sexta feira santa de 1990. Enquanto estava ouvindo A Paixão Segundo São Mateus, de Bach, "com o coral antifonal chamando tristemente Jesus do seu túmulo", o correio diário chegou e Witten abriu o primeiro envelope mais grosso. Era um material promocional para um lançamento de uma nova igreja batista em seu bairro:
Oi Vizinho!

Finalmente! Uma nova igreja para aqueles que desistiram de ir à igreja! Sejamos francos. Muitas pessoas não são ativas na igreja nestes dias.

POR QUÊ?

Muitas vezes,
- Os sermões são chatos e não têm nada a ver com a vida do dia a dia.
- Várias igrejas parecem mais interessadas em sua carteira que em você.
- Os membros não são gentis para com os visitantes.
- Você tem dúvida sobre o tipo de cuidados do berçário para seus pequenos.
Você acha que ir à igreja deveria ser agradável?

BEM, NÓS TEMOS BOAS-NOVAS PARA VOCÊ!

A Valley Church é uma nova igreja, projetada para atender às suas necessidades na década de 90 [século 20].
Na Valley Church, você vai:
- Fazer novos amigos e conhecer seus vizinhos.
- Apreciar música emocionante com um sabor contemporâneo.
- Ouvir mensagem positivas e práticas que vão elevá-lo a cada semana.
• Como se sentir bem consigo mesmo.
• Como superar a depressão.
• Como ter uma vida plena e bem-sucedida.
• Como lidar com seu dinheiro, sem que ele manipule você.
• Os segredos da vida bem-sucedida em família.
• Como superar o estresse.
- Confie seus filhos aos cuidados do berçário realizado por trabalhadores dedicados.

POR QUE NÃO SE ANIMAR EM VEZ DE TER UMA DECEPÇÃO NESTE DOMINGO?"
Fonte: Michael Horton. Cristianismo Sem Cristo. Editora Cultura Cristã, 1ª edição, pg. 42, 43. 2010.

quarta-feira, 24 de março de 2010

"É Certo que... o Evangelho Perecerá" Lutero

Certa vez, Lutero disse corajosamente: “É certo que, a menos que as línguas [grego e hebraico] permaneçam, o Evangelho perecerá”. Lutero disse essas palavras em um contexto de mil anos de escuridão da igreja, nas quais ela viveu sem a Palavra. À sua pergunta: “Você pergunta qual a utilidade de aprender as línguas originais? (...) Você diz: ‘Podemos muito bem ler a Bíblia em alemão’?” (Como muitos pastores americanos [e brasileiros] hoje dizem: “Não é a tradução em inglês [ou português] boa suficiente”?) Lutero responde:

Sem as línguas originais não poderíamos ter recebido o Evangelho. As línguas originais são a bainha que contém a espada do Espírito; elas são a [caixa] que contêm as inestimáveis jóias do pensamento da Antiguidade; elas são a vasilha que guarda o vinho; e como o Evangelho diz, elas são as cestas nas quais os pães e peixes são guardados para alimentar a multidão.
...
O teste da nossa fidelidade à Palavra, se não podemos ler as línguas, é esta: temos nós uma preocupação suficientemente grande pela Igreja de Jesus Cristo para promover a preservação dessas línguas originais, para ensinar o que dizem e utilizá-las nas igrejas? Ou será que nós, para nos proteger, minimizamos a importância das línguas originais porque se a enfatizarmos podemos ser muito feridos?

Pode ser que hoje em dia, para muitos de nós, as palavras fortes de Lutero sobre nossa negligência ou indiferença sejam corretas quando ele diz:

“É um pecado e uma vergonha não conhecer nosso próprio Livro ou não entender as palavras de nosso Deus; é um pecado e uma perda maior ainda que não estudemos as línguas originais, especialmente nestes dias, em que Deus está nos oferecendo homens e livros e toda facilidade e encorajamento para esse estudo. Ele deseja que sua Bíblia seja um livro aberto. Ah, como nossos queridos pais teriam ficado alegres se tivessem tida a oportunidade de estudar as línguas e vir, portanto, preparados às Escrituras Sagradas! Que esforço e labuta eles tiveram para juntar apenas algumas migalhas, enquanto nós, com metade do trabalho – sim, com quase nenhum trabalho – podemos adquirir o pão inteiro! Ah como seus esforços envergonham nossa indolência!”

Fonte: PIPER, J. O legado da alegria soberana: a graça triunfante de Deus na vida de Agostinho, Lutero e Calvino. Editora Shedd Publicações, 1ª ed., pg 101,102,104,105. São Paulo - SP, 2005.

segunda-feira, 15 de março de 2010

O Pior Sermão de Spurgeon

Certa vez o Sr. Spurgeon pregou o que, em seu julgamento, foi um de seus mais pobres sermões. Ele gaguejou e se atrapalhou. Quando acabou, sentiu que o sermão tinha sido um completo fracasso. Ele estava bastante humilhado, e quando chegou em casa ajoelhou-se e disse: “Senhor Deus, Tu podes fazer alguma coisa com o nada. Abençoe aquele pobre sermão”.

E durante toda a semana ele proferiu aquela oração. Levantava-se à noite e orava sobre isso. Ele decidiu que no próximo domingo iria se redimir pregando um grande sermão. Como era de se esperar, no domingo seguinte o sermão sucedeu maravilhosamente. Ao término deste, as pessoas se amontoaram ao redor dele e o encheram de elogios. Spurgeon foi para casa satisfeito consigo mesmo, e naquela noite dormiu como um bebê. Mas ele disse a si mesmo: “Vou observar os resultados daqueles dois sermões”. Quais foram eles?

Daquele que pareceu uma fracasso ele conseguiu descobrir quarenta e uma conversões. E daquele magnífico sermão ele foi incapaz de descobrir uma única alma salva. O Espírito de Deus usou o primeiro e não usou o outro. Não podemos fazer nada sem o Espírito que nos assiste em nossas fraquezas.

- Christian Digest
Traduzido por Saulo Rodrigo do Amaral
Artigo em inglês extraído do blog
Eternal Perspectives

Fonte:
http://otdx.blogspot.com/

sábado, 13 de março de 2010

Nós Não Somos Profissionais - John Piper

O pregador […] não é um profissional;seu ministério não é uma profissão;é uma instituição divina, uma devoção divina.(E. M. Bounds)
Somos loucos por causa de Cristo,mas os profissionais são sensatos;somos fracos,os profissionais, porém, são fortes.Eles são sempre honrados,mas ninguém nos respeita.Não tentamos garantir um estilo de vida profissional;antes, passamos fome, sede, nudez e falta de morada.(John Piper)

Nós, pastores, estamos sendo massacrados pela profissionalização do ministério pastoral. A mentalidade do profissional não é a mentalidade do profeta. Não é a mentalidade do escravo de Cristo. O profissionalismo não tem nada que ver com a essência e o cerne do ministério cristão. Quanto mais profissionais desejamos ser, mais morte espiritual deixaremos em nosso rastro. Pois não existe a versão profissional do “tornar-se como criança” (Mt 18.3); não existe compassividade profissional (Ef 4.32); não existem anseios profissionais por Deus (Sl 42.1).

No entanto, nossa primeira atividade deve ser ansiar por Deus em oração. Nossa atividade é chorar por nossos pecados (Tg 4.9). Por acaso existe choro profissional? Nossa atividade é prosseguir para o alvo para ganhar a santidade de Cristo e o prêmio do chamado soberano de Deus (Fp 3.14); esmurrar o corpo e o reduzir à escravidão para não sermos desqualificados (1Co 9.27); negarmos a nós mesmos e tomarmos a cruz ensanguentada todos os dias (Lc 9.23). Como é possível carregar uma cruz de modo profissional? Nós fomos crucificados com Cristo e vivemos pela fé naquele que nos amou e a si mesmo se deu por nós (Gl 2.20). O que seria, então, a fé profissional?

Não devemos nos encher de vinho, mas do Espírito (Ef 5.18). Nós somos os inebriados de Deus, loucos por Cristo. Como é possível se embriagar com Jesus profissionalmente? Então, maravilha das maravilhas, foi-nos concedido transportar o tesouro do evangelho em vasos de barro para que a excelência do poder seja de Deus (2Co 4.7). Existe um modo de ser um vaso de barro profissional?

De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos. Trazemos sempre em nosso corpo o morrer de Jesus (profissionalmente?), para que a vida de Jesus também seja revelada (de forma profissional?) em nosso corpo (2Co 4.8-11). Porque me parece que Deus nos colocou a nós, pregadores, em último lugar no mundo. Somos loucos por causa de Cristo, mas os profissionais são sensatos; somos fracos, os profissionais, porém, são fortes. Eles são sempre honrados; mas ninguém nos respeita.
Não tentamos garantir um estilo de vida profissional; antes, passamos fome, sede, nudez e falta de morada. Quando somos amaldiçoados, abençoamos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, respondemos com amabilidade. Até agora nos tornamos a escória da terra, o lixo do mundo (1Co 4.9-13). Temos mesmo?

Irmãos, nós não somos profissionais! Somos rejeitados. Somos estrangeiros e peregrinos no mundo (1Pe 2.11). A nossa cidadania está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador (Fp 3.20). Não se pode profissionalizar o amor por seu aparecimento sem matá-lo. E isso significa morrer.

Os objetivos de nosso ministério são eternos e espirituais. Eles não são compartilhados por nenhuma profissão. E é precisamente pela inabilidade de percebê-los que estamos morrendo. O pregador que concede vida é um homem de Deus, cujo coração está sempre sedento de Deus, cuja alma está sempre seguindo com afinco a Deus; cujos olhos estão fixos em Deus e em quem, pelo poder do Espírito de Deus, a carne e o mundo têm sido crucificados e seu ministério se apresenta como a corrente abundante de um rio doador de vida.
Decididamente, não fazemos parte de um grupo social com os mesmos objetivos dos outros profissionais. Os nossos alvos são um escândalo, são loucura (1Co 1.23). A profissionalização do ministério é uma constante ameaça à ofensa do evangelho. É uma ameaça à natureza profundamente espiritual do nosso trabalho. E tenho visto com frequência: que o amor do profissionalismo (em paridade com os profissionais do mundo) mata a crença do homem de ter sido enviado por Deus para salvar as pessoas do inferno e para torná-las glorificadores de Cristo, estrangeiros espirituais no mundo.
O mundo estabelece a agenda do homem profissional; Deus estabelece a agenda do homem espiritual. O vinho forte de Jesus Cristo rompe o odre do profissionalismo. Existe uma diferença infinita entre o pastor cujo coração se dedica a ser profissional e o pastor cujo coração deseja ser o aroma de Cristo, o cheiro de morte para uns e a fragrância de vida eterna para outros (2Co 2.15,16).

Ó Deus, livra-nos dos profissionalizantes! Livra-nos da mente pequena, controladora, idealizadora e do caráter manipulador em nosso meio.2 Deus, dá-nos lágrimas por nossos pecados. Perdoanos por sermos tão superficiais na oração, tão vagos na compreensão das verdades sagradas, tão insensíveis diante dos vizinhos que perecem, tão desprovidos de paixão e seriedade em nossas conversas.
Restaura-nos a alegria infantil pela nossa salvação. Dá-nos temor por meio do poder e da santidade assombrosos daquele que tem o poder de lançar corpo e alma no inferno (Mt 10.28). Ensina-nos a carregar a cruz com temor e tremor como a nossa árvore da vida cheia de esperança e ofensa. Não nos concedas nada, absolutamente nada, do que importa aos olhos do mundo. Que Cristo seja tudo em todos (Cl 3.11).

Elimina o profissionalismo de nosso meio, ó Deus, e em seu lugar dá-nos uma oração apaixonada, pobreza de espírito, fome de ti, estudo rigoroso das coisas sagradas, devoção fervorosa a Jesus Cristo, extrema indiferença diante de todo lucro material e o labor incessante para resgatar os que estão perecendo, aperfeiçoar os santos e glorificar nosso soberano Senhor.
Humilha-nos, ó Deus, sob tuas mãos poderosas, e levantanos não como profissionais, mas como testemunhas e participantes dos sofrimentos de Cristo. No maravilhoso nome dele. Amém.


Autor: John Piper
Via: [5 Solas]

segunda-feira, 8 de março de 2010

Paz, a Mais Doce, Dor, a Mais Forte. Sou Feliz Com Jesus, MEU Senhor!

1 Se paz a mais doce me deres gozar,
Se dor a mais forte sofrer;
Oh! Seja o que for, tu me fazes saber
Que feliz com Jesus sempre sou!
Sou feliz com Jesus,
Sou feliz com Jesus, meu Senhor!
2 Embora me assalte o cruel Satanás
E ataque com vis tentações;
Oh! Certo eu estou, apesar de aflições,
Que feliz eu serei com Jesus!
Sou feliz com Jesus,
Sou feliz com Jesus, meu Senhor!
3 Meu triste pecado, por meu Salvador
Foi pago de um modo cabal{completo}!
Valeu-me o Senhor! Oh! Mercê{graça} sem igual!
Sou feliz, graças dou a Jesus!
Sou feliz com Jesus,
Sou feliz com Jesus, meu Senhor!

4 A vinda eu anseio do meu Salvador!
Em breve virá me levar
Ao céu, onde eu vou para sempre morar
Com remidos na luz do Senhor!
Sou feliz com Jesus,
Sou feliz com Jesus, meu Senhor!

(H. G. Spafford – Wm. E. Entzminger)


“Vida marcada por sofrimentos de toda sorte, como um incêndio em Chicago que destruiu todos seus bens, o naufrágio em que pereceram quatro filhas e um filho, Horatio Gates Spafford é um exemplo de fé, coragem e convicção da supremacia da vontade de Deus. Nasceu em 1828 em Chicago, exerceu funções de Advogado, Professor de Jurisprudência Médica na Universidade de Lind e diretor de um Seminário Presbiteriano. Deixou-nos apenas um hino “Sou Feliz”, escrito logo após o naufrágio em que pereceram quatro filhas, salvando-se apenas sua esposa. O navio chamava-se “Ville de Havre”, nome dado ao hino. Spafford faleceu em Jerusalém em 1888. A tradução deste hino para o português é do missionário norte-americano William Edwin Entzminger, um dos maiores nomes de nossa hinologia, pela sua contribuição numerosa e de qualidade.”


Fontes:
Novo Cântico. Casa Editora Presbiteriana, 1ª edição com música, pg. 167. São Paulo - SP, 1991.
Novo Cântico. Cultura Cristã, 15ª edição, pg. 97,98. São Paulo - SP, 2006.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Sentir O Que Prega

"Para Baxter, os ministros devem pregar sobre as questões eternas como homens que sentem o que estão dizendo, mostrando-se zelosos, conforme as questões da vida e da morte o exigem, e ele mesmo pregava “como alguém sem a certeza de pregar novamente, e como um homem morto a homens mortos”. Ele insistia:

Um ministro deveria tratar com cuidados especiais o seu próprio coração, antes de dirigir-se à sua própria congregação; pois, se ele estiver frio, como poderá aquecer os corações de seus ouvintes? Portanto, dirige-te especialmente a Deus, pedindo-lhe vigor; lê algum livro que te desperte e anime, ou medita sobre a importância do assunto sobre o qual queres falar, e sobre a grande necessidade das almas de tua gente, para que possas pregar impulsionado pelo zelo do Senhor.

Os pastores deveriam ser, para mencionar o título original do livro de Richard Baxter, “reformados”. Ele estava querendo dizer com isso que os pastores seriam pessoas que, através de sua pregação, ensino e exemplo, deveriam ter uma rica compreensão de Deus, sólido conhecimento doutrinário, afeições dirigidas a ele, um contínuo ardor pela devoção, mais amor, alegria e firmeza nos alvos e prioridades cristãos."


Fonte: Franklin Ferreira. Gigantes da Fé. Editora Vida, pg. 184. 2006.