segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Em Defesa de Cristo: Sobre a Ressurreição

Excelente documentário baseado no livro "Em defesa de Cristo", de Lee Strobel (editora Vida). As demais partes do vídeo estão disponíveis aqui.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Discussão por E-Mail, o Perdão do Olivar ao Valadão e a Verdade Verdadeira Acima de Todos

"Como coloquei anteriormente nesse blog a discussão por e-mail (que anteriormente havia sido publicada no Blog do André Valadão e, posteriormente retirada), entre meu amigo o Pastor Olivar e o músico evangélico André Valadão, resolvi colocar a matéria abaixo que mostra o acerto entre os dois. Não me cabe julgar as motivações, apenas orar para que realmente a situação se resolva diante de Deus. Quanto àqueles que entendem que essa situação não deveria ser publicada, embora respeitando a opinião desses, não posso concordar, pois de nada adianta viver um “mundo evangélico de faz de conta”, como se não houvessem problemas sérios a serem resolvidos. Está mais do que na hora de reconhecermos nossas falhas, quer sejamos anônimos ou famosos, para que esse triunfalismo infantil de muitas “teologias” seja abandonado e alcancemos o verdadeiro arrependimento e fidelidade, sem os quais, jamais seremos utilizados por Deus. Abaixo o texto da “Redação Creio”.

Valadão pede perdão e Olivar diz que aceita após confusão em show

Por: Redação Creio

Após ser alvo de inúmeras críticas, o pastor e cantor André Valadão, através de seu site oficial, emitiu nota, no último dia 20, pedindo perdão publicamente ao reverendo Olivar Alves Pereira, da Igreja Presbiteriana de São José dos Campos (SP), por conta de uma confusão envolvendo a participação do cantor em um show católico. Nesta segunda-feira, dia 23, o pastor presbiteriano, disse ao CREIO, que aceita o pedido de desculpas.

Na nota, Valadão pediu perdão, de maneira pública, a igreja brasileira e todos aqueles que, de certa forma, foram atingidos com as discussões. “Não quero ser pedra de tropeço na vida de ninguém, mesmo tendo visões diferentes e pensamentos teológicos que acabam nos dividindo eu não tinha o direito de falar com pastor da forma que fiz. Nunca imaginei e ainda não sei a motivação do Olivar em tornar público um e-mail que eu o respondi, porém mais uma vez o peço perdão”, retratou.

Já Olivar, que é mestre em ciências da religião, diz que após reler a discussão ficou triste com o acontecido. “Não me arrependo e nem mesmo retiro uma só vírgula do que lhe disse por que é aquilo ali que eu creio. Questionei não a sua pessoa, nem a sua fé em Cristo, questionei seu comportamento. Penso que todos estamos sujeitos a isso”, enfatizou.

Olivar diz que aprendeu uma lição: “Aprendi que é necessário arcar com as consequências das nossas convicções, mas pior do que isso, é não ter convicção alguma e ser arrastado por qualquer vento de doutrina.”


Comentário meu em cima do publicado pelo irmão e pr. Leandro Antônio de Lima - da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro - no seu blog (citado acima):

“Um mundo evangélico de faz de conta”. Tomara que também não seja um perdão de faz de conta, irmão e pr. Leandro…

Para aqueles que se recusam a entender a publicação do e-mail (uma dificuldade perceptível nas palavras do pr. André Valadão), não há dificuldade em revelarmos publicamente o caráter das pessoas desde que a verdade do evangelho seja o mais importante, o principal. Paulo expôs a fraqueza do apóstolo Pedro por causa da Palavra (Gl 2.11ss, “…Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos…”). Pedro era notável entre os líderes da igreja, uma “coluna”. O comportamento dúbil dele influenciaria a muitos cristãos a aceitarem as práticas judaizantes e a consequência disso seria a perversão do evangelho.

Respeitando as devidas proporções entre o grande apóstolo Pedro e o músico-pr. André Valadão, assim como Pedro poderia influenciar os cristãos de sua época, o André também pode. Dado o alcance do seu ministério musical e de seus programas de tv, muitos seriam prejudicados pelo seu comportamento, fruto de sua teologia com logia ecumênica.

A questão, portanto, não é publicar ou não o e-mail, mas sim defender e batalhar pela fé que nos foi dada (1Pe 3.15, Jd 3). Se alguém parte do contrário, terá dificuldades em viver “em um mundo evangélico que conta”, que somente conta com a Verdade. O que é mais importante: a imagem do evangelho ou a imagem de um pastor? Um e-mail publicado ou não publicado? Um perdão postado em um site ou não postado? Todas as nossas respostas devem ser primeiro para a glória do Grande Deus e para a edificação de Sua Igreja.

Amém!"

sábado, 21 de novembro de 2009

Um Luto Em Observação

[Esse texto está sendo repostado. Na sua primeira postagem o seu título era "C.S.Lewis e o Seu Problema com o Sofrimento". Resolvi dar um novo título e publicar o texto mais uma vez por causa da morte do Flávio Henrique. Que possamos, nós - os vivos, pensar na morte dele, nas nossas próprias vidas diante de Deus e encararmos todo o sofrimento como Lewis encarou; e irmos além disso, olhando firmemente para Jesus! Amém.]

O texto abaixo são várias partes do diário de Lewis (1898-1963) onde ele registrou, aos 62 anos de idade, os seus pensamentos e sentimentos sobre a dor de viver em luto por causa da morte de sua amada esposa Helen Joy Gresham, a quem ele se refere como "H". Um detalhe importante é que 20 anos antes desse fato, o maior apologeta cristão do século 20 havia escrito uma de suas obras-primas,"O Problema do Sofrimento", tratando sobre a existência de um Deus bondoso-onisciente-onipotente e de um mundo caótico e surdo a voz desse Deus. Aqui, porém, Lewis não escreve sobre o sofrimento como uma obra teológica e filosófica, mas o enfrenta perto de mais, com seus medos, fortes lembranças, suas dúvidas e solidão, com a sua fé aparentemente abalada. Há momentos que ele mais se parece com um filósofo ateu existencialista do que com o famoso professor de literatura medieval de Oxford e teólogo anglicano. Talvez acharemos estranho estas suas palavras, mas, respeitando as devidas proporções, em alguns aspectos este texto se parece e muito com alguns dos salmos das Escrituras.


"Ninguém me disse que o luto se parecia tanto com o medo... E ninguém nunca me falou sobre a preguiça do luto... Onde está Deus? Esse é um dos sintomas mais inquietantes. Quando você está feliz, muito feliz, não faz nenhuma idéia de vir a necessitar dEle, tão feliz, que se vê tentado a sentir suas reivindicações como uma interrupção; se se lembrar e voltar a Ele com gratidão e louvor você será - ou assim parece - recebido de braços abertos. Mas, volte-se para Ele, quando estiver em grande necessidade, quando toda outra forma de amparo for inútil, e o que você encontrará? Uma porta fechada na sua cara, ao som do ferrolho sendo passado duas vezes do lado de dentro. Depois disso, silêncio. Bem que você poderia dar as costas e ir embora. Quanto mais espera, mais enfático o silêncio se torna. Não há luzes nas janelas. Talvez seja uma casa vazia. Será que, algum dia, chegou a ser habitada? Assim pareceu, certa vez. E essa semelhança era tão forte quanto agora. O que isso pode significar? Porque em tempos prósperos Ele mais parece um comandante e em tempos conturbados Sua ajuda é tão ausente?

Tentei expor alguns desses pensamentos a C.{um amigo de Lewis} nesta tarde. Ele me lembrou que o mesmo parece ter acontecido com Cristo: "Porque me abandonaste?". Eu sei. Mas isso torna as coisas mais fáceis de serem entendidas? Não que eu esteja (suponho) correndo o risco de deixar de acreditar em Deus. O perigo real é o de vir a acreditar em coisas tão horríveis sobre Ele. A conclusão a que eu tenho horror de chegar não é "então, apesar de tudo, não existe Deus nenhum", mas "então, é assim que Deus é realmente. Não se iluda"... Evidentemente, é bem fácil afirmar que Deus parece ausente em nossas maiores necessidades, porque Ele está ausente - não-existente. No entanto porque Ele parece tão presente quando, para dizer com franqueza, não solicitamos Sua presença?

...Depois da morte de um amigo, anos atrás, durante algum tempo tive a mais vívida sensação de certeza da continuidade de sua vida; até mesmo do enaltecimento de sua vida. Tenho rogado que me seja dada até mesmo uma centésima parte da mesma certeza a respeito de H. Não há resposta alguma. Só a porta fechada, a cortina de ferro, o vácuo, o nada. "Pois todo o que pede..." - não recebe. Fui um louco em pedir. Por ora, mesmo que essa segurança sobreviesse, eu não lhe deveria dar crédito, antes deveria julgá-la uma auto-hipnose motivada por minhas próprias orações...

E essa separação {ele se refere a morte}, suponho está à espera de todos. Tenho pensado em H. e em mim mesmo e em como fomos injustamente separados um do outro. Presumo que todos os apaixonados o são... então, que fim concebível poderia haver em separar os antigos? Será que Deus é um palhaço, que de súbito lhe retira a tigela de sopa a fim de, no momento seguinte, substituí-la por outra com a mesma sopa? Nem a natureza parece semelhante palhaço. Ela jamais toca duas vezes a mesma música exatamente igual... Ó, Deus, Deus porque tiveste tanto trabalho de obrigar esta criatura a sair de sua concha se ela agora está condenada a se arrastar de volta - a ser novamente levada para lá?...

Se a bondade de Deus não é coerente com o ato de nos ferir, então, ou Deus não é bom, ou não há Deus algum: pois na única vida que conhecemos Ele nos fere de um modo tal, além de nossos piores pavores, acima de tudo o que podemos imaginar. Se essa bondade for condizente com o ato de nos ferir, então Ele pode muito bem fazer isso depois da morte de maneira tão intolerável quanto antes dela. Às vezes é difícil não dizer: "Deus, perdoe a Deus". Às vezes, é difícil dizer tanto; mas, se nossa fé for verdadeira, ele não fez isso. Ele crucificou-se...

Mais cedo ou mais tarde, devo encarar a questão de frente. Que razão temos nós, com exceção de nossos próprios desejos desesperados, de acreditar que Deus seja "bom" (de qualquer ângulo por nós estabelecido)? Todas as evidências prima facie (à primeira vista) não sugeririam exatamente o contrário? O que temos para contrapor a elas? Contrapomos Cristo a elas; mas como, se ele foi mal compreendido? Suas últimas palavras podem ter um sentido perfeitamente claro. Ele descobriu que o Ser que ele chamava Pai era horrivelmente, infinitamente distinto do que Ele havia suposto. A armadilha, por tanto tempo preparada, de maneira tão meticulosa e com iscas tão sutis, fora por fim armada sobre a cruz. A artimanha desprezível triunfara...

Por que ocupo minha mente com tamanhas imundícies e disparates? Será que tenho esperanças de que, se o sentimento se disfarçar de pensamento, sentirei menos? Não seriam todos estes apontamentos agonias mentais insensatas de um homem que não aceita o fato de não haver nada que possamos fazer com o sofrimento, exceto padecê-lo? Quem ainda crê que haja algum expediente (ah, se esse homem pudesse encontrá-lo...) capaz de fazer a dor não ser dor? De fato, não importa se você agarra os braços da cadeira do dentista nem se suas mãos repousam no colo. A broca continua perfurando...

Bem, faça sua escolha. As torturas ocorrem. Se elas são desnecessárias, então não há Deus nenhum, tampouco um Deus mau. Se há um Deus bom, então essas torturas são necessárias. Pois nenhum Ser que fosse bom, mesmo de maneira comedida, provavelmente seria capaz de as infrigir ou de as permitir caso elas não fossem necessárias. Seja o que for, não há como escapar. O que as pessoas querem dizer quando afirmam: "Não tenho medo de Deus porque sei que Ele é bom."? Será que nunca foram ao dentista?...

Aos poucos passei a sentir que a porta não está mais fechada e aferrolhada. Será que foi minha necessidade frenética que a fechou na minha cara? Quando nada há em sua alma exceto um grito de socorro talvez seja o exato momento em que Deus não o pode atender: você é como o homem que se afoga e que não pode ser ajudado por tanto se debater. É possível que seus gritos repetidos o deixem surdo à voz que você esperava ouvir. Entretanto " '...batam, e a porta lhes será aberta' ". Até que ponto "bater" significa esmurrar e chutar a porta como um maníaco?...

Revendo o que escrevi, percebo que só há bem pouco tempo estive muito voltado para minhas lembranças de H. e para como elas poderiam tornar-se falsas. Por alguma razão - o bom-senso misericordioso de Deus é o único em que posso pensar - deixei de aborrecer-me com isso...Deus certamente não estava fazendo uma experiência com a minha fé nem com meu amor para provar sua qualidade. Ele já os conhecia muito bem. Eu é que não. Nesse julgamento, ele nos faz ocupar o banco dos réus, o banco das testemunhas e o assento do juiz de uma só vez. Ele sempre soube que meu templo era um castelo de cartas. A única forma de fazer-me compreender o fato foi colocá-lo abaixo.

...No entanto há os dois enormes ganhos - agora, eu mesmo sei o bastante para chamá-los de "duradouros". Voltada para Deus, minha mente não encontra mais a porta fechada; voltada para H., não encontra mais aquele vácuo - tampouco aquela confusão acerca da imagem mental que tenho dela. Meus rabiscos mostram algo do processo, mas não tanto quanto eu esperava. Talvez ambas as mudanças não fossem, de fato, passíveis de observação. Não houve nenhuma transição súbita, surpreendente e de caráter emocional. Como o aquecimento de um cômodo ou o raiar do dia. Quando você se dá conta deles pela primeira vez, eles já estão em andamento há algum tempo..."

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A Primazia da Sabedoria, do Conhecimento Bíblico

"Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente." [Dt 4.6]

"Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite." [Sl 1.2]

"O princípio da sabedoria é: Adquire a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o entendimento." [Pv 4.7]

"O coração do sábio adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios procura o saber." [Pv 18.15]

"Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas;mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR." [Jr 9.23,24]

"Aos violadores da aliança, ele, com lisonjas, perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo." [Dn 11.32]

"Ouvi a palavra do SENHOR, vós, filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra, porque nela não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus." [Os 4.1]

"O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos... Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra." [Os 4.6; 6.3]

"E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens." [Lc 2.52]

"E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." [Jo 17.3]

"Porque lhes dou testemunho de que eles {os judeus} têm zelo por Deus, porém não com entendimento." [Rm 10.2]

"Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;" [Cl 1.9]

"antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno." [2Pe 3.18]

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Documentário Inconveniente Para os Darwinistas

Os links abaixo são partes do Documentário de Ben Stein "Expelled: No Intelligence Allowed [Expulsos: Não é permitido inteligência]". SEMEIEM ESTE MATERIAL. Enviem e-mails falando sobre ele. Façam postagens nos blogs. Mostrem estes vídeos para os professores, para os advogados, para os pastores, para os estudantes, para os filósofos, para os historiadores, para os biólogos...

“Bem, alguns cientistas estão questionando o darwinismo em muitos fronts. Eu me pergunto quanto tempo será a duração de vida do darwinismo. O marxismo, outra teoria que, em verdadeiro estilo vitoriano, buscou explicar tudo, está morto em todo o lugar, menos nos campi universitários e nas mentes de ditadores psicóticos. Talvez com o darwinismo seja diferente. Talvez ele vá durar. Mas é difícil acreditar que irá durar. As teorias que presumem explicar tudo sem muita evidência raramente duram. As teorias que suplantam sua era de concepção e não podem ser verificadas raramente duram a menos que elas sejam baseadas na fé. E o darwinismo tem sido este capítulo doloroso e sanguinário na história das ideologias, talvez nós estaríamos melhor sem ele como uma força dominante.” — Ben Stein [via: http://pos-darwinista.blogspot.com/2008/04/ben-stein-falou-e-disse-talvez-no.html ]

Links:

1 http://www.youtube.com/watch?v=OIktlGuHTxs&feature=related
2 http://www.youtube.com/watch?v=ZLwyjHbr3rQ
3 http://www.youtube.com/watch?v=EjsADHWX5xI
4 http://www.youtube.com/watch?v=atIxSwmIuF0
5 http://www.youtube.com/watch?v=x-tsTW8SfrM
6 http://www.youtube.com/watch?v=TLzapKyJfvM
7 http://www.youtube.com/watch?v=PmFsdfYvGlg
8 http://www.youtube.com/watch?v=bacMAeo8NbI
9 http://www.youtube.com/watch?v=Mzi2sHTp-cU
10 http://www.youtube.com/watch?v=8oBUI1rLN4k

Documentário traduzido.

domingo, 8 de novembro de 2009

"Não Desperdice Seu Câncer" (5 de 5)

John Piper:
Paulo usou esta frase em relação àqueles cujos entes queridos haviam morrido: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança” (1 Ts 4.13). Existe lamentação diante da morte. Mesmo para os crentes que morrem, existe uma perda temporária – perda do corpo, perda dos queridos aqui e perda de um ministro terreno. Mas a dor é diferente – é permeada de esperança. “Entretanto, estamos em pela confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o SENHOR” (2 Co 5.8). Não desperdice seu câncer lamentando-se como aqueles não têm essa esperança.

David Powlison:
Mostre ao mundo essa maneira diferente de lamentar-se. Paulo disse que ele teria “tristeza sobre tristeza” (Fp 2,27) se seu amigo Epafrodito tivesse morrido. Ele havia se lamentando, sentindo o peso dolorido da doença do seu amigo. E teria sofrido em dobro se o seu amigo tivesse morrido. Mas essa dor honesta, amoroso, divinamente orientada coexiste com “alegrai-vos sempre” e “a paz de Deus que excede todo o entendimento” e “sinceramente cuide dos vossos interesses” (Fp 4.4,7; 2.20). Como é possível que pesar e tristeza coexistam com amor, alegria, paz e um sentido indestrutível de propósito na vida? Na lógica interna da fé, isso faz pleno sentido. De fato, porque você tem esperança, você pode sentir de modo mais agudo os sofrimentos desta vida: tristeza sobre tristeza. Do outro lado, essa lamentação que não tem esperança com freqüência escolhe a negação ou a fuga ou a continuidade dos negócios porque não consegue encarar a realidade sem se sentir perturbado. Em Cristo, você sabe o que está em jogo; portanto, você sente de modo agudo os erros deste mundo decaído. Você não aceita, simplesmente, a morte e dor. Você ama o que é bom e odeia o que é mau. Afinal, você prossegue segundo a imagem do “homem de dores e que sabe o que é padecer” (Is 53.3). Mas este Jesus escolheu de boa vontade sua cruz “pela alegria que lhe estava proposta” (Hb 12.2). Ele viveu e morreu na esperança de que tudo se realizaria. Sua dor não foi aquietada pela negação ou pelo medicamento, nem foi manchada pelo desespero, pelo medo ou pelo debate à procura de qualquer fiapo de esperança que pudesse modificar as circunstâncias. As promessas finais de Jesus derramam-se com a alegria de uma esperança sólida em meio às tristezas: “Para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo”; “vossa tristeza se converterá em alegria”; “a vossa alegria ninguém poderá tirar”; “pedi e recebereis para que a vossa alegria seja completa” (ver Jo 15-16).

9. Você desperdiçará seu câncer se considerar o pecado de maneira tão superficial como antes.

John Piper:
Você considera os seus pecados costumeiros tão atraentes como eram antes de ter câncer? Se for assim, você está desperdiçando seu câncer. O câncer é dado para destruir o apetite pelo pecado. Orgulho, ambição, cobiça, ódio, falta de perdão, impaciência, preguiça, procrastinação – todos esses sãos os adversários que o câncer precisa atacar. Não pense apenas em lutar contra o câncer. Pense também em lutar com o câncer. Todas essas coisas são inimigos piores do que o câncer. Não desperdice o poder que o câncer possui para esmagar esses inimigos. Permita que a presença da eternidade faça com que os pecados deste tempo pareçam tão fúteis como realmente são. “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo” (Lc 9.25).

David Powlison:
O sofrimento realmente propõe-se afastá-lo do seu pecado e fortalecê-lo em sua fé. Se você é descrente, então o sofrimento aumenta o pecado. Você se tornará cada vez mais amargo, desesperado, mais entregue, medroso, frenético, esquivo, sentimental e descrente em sua maneira de enfrentar a vida? Você pretenderá levar a vida como sempre? Você entrará em acordo com a morte em seus próprios termos? Porém, se você pertence a Deus, então o sofrimento nas mãos de Cristo o modificará, sempre, seja vagarosamente, seja com rapidez. Você entrará em acordo com a vida e com a morte nos termos dele. Ele o abrandará, o purificará, o libertará de futilidades. Ele o levará a precisar dele e a amá-lo. Ele reordenará suas prioridades, de sorte que as primeiras coisas venham antes com mais freqüência. Ele caminhará com você. Sem dúvida você fraquejará algumas vezes, talvez levado pela irritabilidade ou pela ruminação ansiosa, pelo escapismo ou pelos medos. Mas ele sempre o levantará quando você tropeçar. Seu inimigo interior – um câncer moral dez mil vezes mais mortal que o câncer físico – morrerá à medida que você continuar a buscar e a encontrar seu Salvador: “Por causa do teu nome, SENHOR, perdoa a minha iniqüidade, que é grande. Ao homem que teme ao SENHOR, ele o instruirá no caminho que deve escolher” (Sl 25.11,12).

10. Você desperdiçará seu câncer se deixar de usá-lo como meio de testemunhar a verdade e a glória de Cristo.

John Piper:
Os cristãos nunca estão em qualquer lugar por acidente divino. Existem razões pelas quais viemos para onde estamos. Consideremos o que Jesus disse sobre circunstâncias dolorosas e não planejadas: “Lançará mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, e isto vos acontecerá para que deis testemunho” (Lc 21.12,13). É assim com seu câncer. Essa será uma oportunidade de dar testemunho. Cristo é infinitamente digno. Aqui está uma oportunidade de ouro para mostrar que ele vale mais que a vida. Não a desperdice.

David Powlison:
Jesus é sua vida. Ele é o homem perante quem todo joelho se dobrará. Ele derrotou a morte de uma vez por todas. Ele terminará o que começou. Faça a sua luz brilhar à medida que você vive nele, por ele, por meio dele, para ele. Um dos antigos hinos da Igreja assim coloca:
Cristo seja comigo, Cristo esteja dentro de mim,
Cristo atrás de mim, Cristo antes de mim,
Cristo ao meu lado, Cristo a me conquistar,
Cristo a me confortar e a me restaurar.
Cristo sob mim, Cristo acima de mim,
Cristo na quietude, Cristo no perigo,
Cristo nos corações de todos os que me amam,
Cristo na voz do amigo e do estranho.

Em seu câncer, você vai precisar que seus irmãos e irmãs testemunhem a verdade e a glória de Cristo, caminhem com você, vivenciem sua fé ao seu lado, amem você. Você pode fazer o mesmo com eles e com todos os outros, tornando-se o coração que ama com o amor de Cristo, a boca cheia de esperança tanto para amigos como para estranhos.

Lembre-se de que você não será deixado sozinho. Você terá a ajuda de que necessita. “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma das vossas necessidades” (Fp 4.19).





Apêndice retirado do livro “O Sofrimento e a Soberania de Deus” – John Piper e Justin Taylor. Editora Cultura Cristã. 1ª edição. 2008.

sábado, 7 de novembro de 2009

Milagres Satânicos - R. C. Sproul

"... A questão continua: E os milagres de Satanás? A Bíblia não ensina que Satanás, o Grande Enganador, também pode realizar milagres? Observemos alguns dos textos relevantes da Bíblia que levantam esta questão:

Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais o Senhor vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma (Dt 13.1-3).

Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade (Mt 7.22,23).

Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais; eis que ele está no interior da casa, não acrediteis (Mt 24.23-26).

A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade (2Ts 2.9-12).

Esta amostra de textos bíblicos chama a atenção para a sóbria admoestação acerca dos poderes e do engano de Satanás. Sua primeira aparição como serpente no Éden foi marcada pela malícia e astúcia, e ele continua a ser um adversário formidável para o povo de Deus. Como Lutero disse: “astuto e mui rebelde” e, uma vez que está unido ao “ânimo cruel”, ele se torna ainda mais perigoso. Satanás é tão habilidoso na arte de enganar que ele é capaz de nos aparecer sub species boni , ou sob os auspícios do bem. Ele pode se transformar em anjo de luz, e ele busca enganar até “os escolhidos” (Mt 24.24 e Mc 13.22).

As Escrituras retratam Satanás como um ser superior a nós. Ele é um ser angelical, embora seja um anjo caído. Como tal, estritamente falando, ele não é um ser sobrenatural. Ele pode ser superior ao que esperamos ver na “natureza” comum, mas ele ainda pertence à ordem natural no sentido de que ele é uma criatura e parte da ordem de criaturas da natureza. Ele não está no nível de Deus e não possui atributos divinos incomunicáveis. Ele é um ser espiritual, porém um espírito finito. Ele não é infinito, eterno, imutável, onisciente ou onipresente. Ele pode ter mais conhecimento do que temos e um poder maior, mas ele não tem o poder divino.

Quando a Bíblia fala de pretensos “milagres” de Satanás, suas obras são chamadas de “sinais e prodígios de mentira” (2Ts 2.9). A questão é a seguinte: o que quer dizer o termo mentira? Isto significa que Satanás pode realizar milagres verdadeiros em favor de uma causa mentirosa? Ou significa que os sinais e prodígios que ele realiza são mentiras na medida em que são truques fraudulentos e não milagres verdadeiros? Os teólogos se dividem nesta questão.

Alguns crêem que Satanás pode realizar milagres verdadeiros no sentido de que ele pode fazer obras que são contra naturam, e alegam que essas obras não são contra peccatum , ou “contra o pecado”. Esta distinção técnica tem o objetivo de mostrar que, embora Satanás possa agir contra a natureza, ele nunca pode, ou pelo menos não poderá, agir contra seus próprios propósitos do mal, que são “a favor do pecado” em vez de “contra o pecado” . O raciocínio é que uma casa dividida contra si mesma não permanece e Satanás nunca agirá contra seus próprios objetivos fazendo milagres. Seus milagres sempre são direcionados contra o bem e a verdade de Cristo. Sabemos, por defensores dessa opinião, que podemos discernir a diferença entre os milagres de Satanás e os milagres de Deus, sujeitando-os à prova da Escritura.
Esse argumento sofre de uma falácia fatal, a falácia do raciocínio circular. Antes de podermos testar os milagres de Satanás pelo contexto da Escritura, devemos, primeiro, ter uma Escritura pela qual testá-los. Lembramos que a Escritura é atestada pelos milagres realizados pelos agentes da revelação que certificam que são porta-vozes de Deus. Contudo, como sabemos que os milagres que os atestaram não foram satânicos? Talvez Nicodemos devesse ter corrigido sua afirmação para, “Bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus ou de Satanás; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele”. Na verdade, foi essa a acusação que os fariseus fizeram contra Jesus, que ele estava realizando milagres pelo poder de Satanás. Neste ponto, sua teologia foi inferior àquela de Nicodemos, que foi mais restritiva na sua visão de milagre.

O mesmo problema que encontramos com a questão dos milagres realizados por não-agentes da revelação está exagerado pelo problema dos milagres satânicos. Se Satanás pode realizar milagres verdadeiros, então o apelo bíblico aos milagres como certificação de que os operadores de milagres vêm de Deus é um apelo ilegítimo.

Penso que faz mais sentido concluir que a “mentira” que descreve os sinais e prodígios de Satanás não só descreve seu objetivo, mas seu caráter. Eles são sinais mentirosos por serem fraudulentos e falsos. Seus sinais se assemelham aos truques espantosos realizados pelos magos do Egito que buscavam ter os mesmos poderes de Moisés:

E o Senhor falou a Moisés e a Arão, dizendo: Quando Faraó vos falar, dizendo: Fazei por vós algum milagre; dirás a Arão: Toma a tua vara, e lança-a diante de Faraó, e se tornará em serpente. Então Moises e Arão entraram a Faraó, e fizeram assim como o Senhor ordenara; e lançou Arão e sua vara diante de Faraó, e diante dos seus servos, e tornou-se em serpente. E Faraó também chamou os sábios e encantadores e os magos do Egito fizeram também o mesmo com os seus encantamentos. Porque cada um lançou sua vara, e tornaram-se em serpentes; mas a vara de Arão tragou as varas deles (Êx 7.8-12).

Os magos do Egito não tinham mais mágicas do que os mágicos têm hoje. A diferença é que a maioria dos mágicos modernos no mundo ocidental realmente não declara fazer mágica, contudo, está muito disposta a se chamar de “ilusionista”, ou mestre do truque de mão. Existem muitas lojas de magia onde aqueles interessados nessa forma moderna de entretenimento podem aprender muitos truques da arte. Certa vez, tive um vizinho que era marceneiro. Sua especialidade era fazer gabinetes especiais para a realização de mágicas. Eles tinham mecanismos inteligentes de dobradiças, fundos falsos, painéis secretos e freqüentemente espelhos. Os mágicos de hoje não têm problemas para esconder um coelho em uma cartola ou mesmo uma cobra em um tubo desmontável. Quando Moisés e Arão realizaram seus milagres, os magos do Egito acharam que podiam fazer igual. Contudo, não só suas serpentes foram tragadas no processo, eles ficaram aflitos quando logo se esgotou seu saco de truques e não puderam realizar os feitos dos verdadeiros operadores de milagres.

Alguns dos truques realizados pelos mágicos modernos são verdadeiramente espantosos para aqueles que os assistem. A ironia é que, embora muitos deles exijam grande habilidade e anos de uma cuidadosa prática, alguns dos feitos mais magníficos que eles realizam são, ao mesmo tempo, alguns dos mais simples de se executar.

Lou Costello ganhava muito dinheiro em apostas quando mostrava uma pilha normal de cartas e pedia a um “trouxa” para selecionar qualquer carta do monte. Então, Lou lhe dizia que conhecia alguém em uma cidade distante que era um confiável telepata. Lou apostava que se o homem ligasse para o telepata e pedisse para falar com o mago, esse mago lhe contaria, por meio de telepatia, qual carta ele tinha selecionado. Quando o tolo fazia a aposta (como Jackie Gleason admitiu ter feito uma vez), ele discava o número e chamava o mago. O mago pedia que o homem pensasse na carta que tinha selecionado e, então, prontamente, lhe dizia a carta pelo telefone… Este truque funcionava todas as vezes.

Como Costello ou o mago faziam isso? Era um trambique simples. Costello tinha cinqüenta e dois “magos” espalhados por todo o país. Cada um era responsável por uma carta em particular. Costello memorizava o mago e seu número de telefone para todas as cinqüentas e duas cartas do monte. Quando o trouxa escolhia uma carta, Costello simplesmente lhe dava o nome do mago responsável pela carta em questão. Toda vez que aquela pessoa recebia um telefonema de alguém pedindo um mago, ela sabia qual era a carta que devia identificar.

Os truques de Satanás são bem mais sofisticados do que isso, contudo não deixam de ser truques. Seu ilusionismo pode exceder o de Houdini, mas de maneira alguma se aproxima do poder miraculoso de Deus, que sozinho pode tirar algo do nada e a vida da morte.

Os agentes de Satanás perderam a disputa com Moisés e Arão. Eles foram derrotados por Elias no monte Carmelo. E eles não foram páreo para Cristo no deserto ou durante seu ministério na terra. Satanás buscou induzir Jesus a usar seu verdadeiro poder miraculoso a serviço de Satanás, um poder que Satanás cobiçava. Simão, o mágico, buscou em vão comprar o poder do Espírito Santo (At 8.9).

A providência de Deus é servida pelo poder de Deus. Os milagres são parte do governo soberano de Deus sobre a criação e sobre a história. Sua Palavra é soberanamente autenticada por aquele poder que ele não está disposto a conceder aos poderes das trevas. Os truques de Satanás são expostos pela Palavra, cuja verdade foi confirmada e comprovada pelo testemunho miraculoso de Deus.

A Igreja atual enfrenta uma grave ameaça daqueles que querem reivindicar o poder e a autoridade apostólicos. Neste aspecto, o cristão deve estar sempre vigilante e fugir daqueles que têm tais pretensões."




Fonte: Fonte: Extraído de A Mão Invisível – Todas as Coisas Realmente Cooperam para o Bem?, R.C. Sproul. 1ª Edição, Editora Bompastor, 2001. São Paulo, SP. 237-262.


terça-feira, 3 de novembro de 2009

O Que Diz o N.T. Sobre o Anticristo? (2 de 3)

O ensino neotestamentário mais claro acerca do anticristo futuro é encontrado nos escritos de Paulo, no assim chamado “pequeno apocalipse” de 2 Tessalonicenses 2. Embora o termo anticristo não seja usado nesta passagem, a maioria dos comentaristas, conforme mencionamos, identifica o “homem da iniquidade” de Paulo com o anticristo de João. Em 2 Tessalonicenses 2.1-12, Paulo está dizendo a seus leitores - muitos dos quais pensam que a segunda vinda de Cristo já estava em processo - , que certas coisas precisavam primeiramente acontecer antes que venha o “dia do Senhor”. Um destes acontecimentos é a grande apostasia ou rebelião... O outro evento, ao qual dedicamos agora nossa atenção, é o surgimento do “homem da iniquidade”.

São ditas várias coisas acerca do “homem da iniquidade” nessa passagem:

1) Ele aparecerá na grande apostasia ou rebelião. Observe como essas duas figuras são vinculadas no verso 3: “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da iniquidade”.

2) Ele será uma pessoa. A descrição fornecida neste capítulo não pode se referir a nada além de uma pessoa definida. Ele é denominado o “homem da iniquidade, o filho da perdição” (v. 3), o qual se opõe (ho antikeimenos) e se levanta contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto (v. 4). É dito que ele se assenta no santuário de Deus (v. 4), que algo agora o está detendo, e que ele será revelado a seu tempo (v. 6). É dito mais adiante que o Senhor Jesus o matará com o sopro de sua boca (v. 8). Embora Paulo diga que “o mistério da iniquidade já opera” (v. 7) no mundo, em seus dias, ele claramente prediz a vinda de um homem da iniquidade final antes que Cristo venha de novo. Portanto, o que não está totalmente claro, no ensino de João acerca do anticristo, fica claro aqui: haverá um anticristo final e pessoal antes que venha o dia do Senhor. Embora alguns tenham sugerido que devamos ler Paulo à luz de João, e outros tenham dito que devamos ler João à luz de Paulo, eu creio que devemos levar em conta ambas as abordagens. Não existe um conflito básico entre estas duas abordagens, uma vez que, conforme já vimos, João deixa espaço para a vinda de um anticristo pessoal no futuro, e Paulo reconhece que as forças do anticristo já estão operando no mundo (v. 7).

3) O homem da iniquidade será objeto de adoração. Ele não somente se oporá a tudo que se chama Deus e é adorado, mas irá também “assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (v. 4). Em outras palavras, ele se oporá a toda forma de adoração exceto à adoração dele próprio, a qual ele exigirá e imporá à força. A expressão “assentar-se no santuário de Deus” não deveria ser entendida como implicando que haverá novamente um templo judaico literalmente entendido na época da volta de Cristo, nem como sugerindo que o homem da iniqüidade surgirá na igreja, que é o correspondente neotestamentário do templo do Antigo Testamento. Provavelmente, é melhor entender esta expressão como uma descrição apocalíptica da usurpação da honra e adoração que deveria ser rendida unicamente a Deus. Herman Ridderbos pondera da seguinte forma: “Assentar-se no templo é um atributo divino, é usurpar para si a honra divina”. Nem é necessário dizer que esta exigência do homem da iniquidade, em ser adorado, envolverá perseguição severa para o verdadeiro povo de Deus, que rejeitará esta exigência. Essa, então, será a “grande tribulação” predita por nosso Senhor. Em outras palavras, a intensificação culminante da tribulação, que é um dos sinais dos tempos, coincidirá com o aparecimento do homem da iniquidade.



Anthony Hoekema


Referencial teórico

HOEKEMA, A. A. A Bíblia e o Futuro. Editora Cultura Cristã, 2 edição, pg. 180-190. São Paulo - SP, 2001.