quinta-feira, 30 de abril de 2009

Evangelização: Difícil ou Preguiça?

Digamos que você tenha apenas dez minutos com uma pessoa não cristã que está para morrer. O que você diria a ela para levá-la à salvação?


Quero desafiar você a pensar sobre este um muito importante: “Que é uma apresentação suficiente do Evangelho?” (Missionários da AMME). Como podemos ter certeza de que dissemos tudo o que uma pessoa devia saber sobre Cristo? Quais temas são fundamentais, para você, na evangelização?

Dê a sua opinião, use a área de comentário logo abaixo. Através do seu comentário realizaremos um mini-curso de como abordar os não crentes e o que dizer de forma breve e eficaz.


Graça e paz!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Os Repórteres Não Entrevistaram Deus


Os noticiários jornalísticos estão bombardeando os brasileiros com as palavras “crise econômica mundial”, “mortes”, “câncer da ministra Dilma”, “passagens aéreas”, “Ronaldo” e, particularmente, “gripe suína”, “chuvas, enchentes”, “terremotos”... Sobre essas últimas notícias que resolvi escrever este post, pois somos informados que a causa delas é fruto de mudanças naturais somadas a ação do homem que gera todo tipo de desequilíbrio ambiental. Mas a questão fundamental é: as catástrofes naturais são, de fato, somente fenômenos naturais?

Vejam que notáveis declarações dentre várias das Escrituras:

Ele envia as suas ordens à terra, e sua palavra corre velozmente; dá a neve como lã e espalha a geada como cinza. Ele arroja o seu gelo em migalhas; quem resiste ao seu frio? Manda a sua palavra e o derrete; faz soprar o vento, e as águas correm.” Sl 147.15-18. “Deus zomba dos cálculos das estações metereológicas!”, diz A.W.Pink

Leiamos mais:
Além disso, retive de vós a chuva, três meses ainda antes da ceifa; e fiz chover sobre uma cidade e sobre a outra, não; um campo teve chuva, mas o outro, que ficou sem chuva, se secou. Andaram duas ou três cidades, indo a outra cidade para beberem água, mas não se saciaram; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. Feri-vos com o crestamento e a ferrugem; a multidão das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas oliveiras, devorou-a o gafanhoto; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. Enviei a peste contra vós outros à maneira do Egito; os vossos jovens, matei-os à espada, e os vossos cavalos, deixei-os levar presos, e o mau cheiro dos vossos arraiais fiz subir aos vossos narizes; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.” Am 4.7-10.

Verdadeiramente, Deus, portanto, governa a matéria inanimada e os seres vivos. Os desequilíbrios ambientais são meramente causas secundárias, pois por detrás delas está o próprio Deus. As catástrofes nunca foram fenômenos naturais, meus irmãos! Mas mesmo assim somos informados pela TV, internet, rádio, celular, jornais que o que está acontecendo é fruto de instabilidades climáticas, mutações genéticas, movimentos geológicos etc que são reais (não nego isso!), mas que acontecem ao acaso (nego totalmente).

Talvez você me questione dizendo: “Quer dizer que Deus é o responsável pelas enchentes que desabrigaram milhares de famílias no Norte e Nordeste do nosso país, Danilo? Deus é o culpado pela iminente pandemia de gripe suína? E as mortes?”

Antes de você colocar Deus no banco dos réus, leia Gênesis 3 e medite profundamente nessas questões. Culpa é algo inerente ao homem rebelde e não ao Santo Deus. Acontece que é mais fácil acreditar numa “mãe natureza que está em transformação” do que em um Deus que é Soberano sobre tudo e sobre todos e que ao longo da história do homem dá sinais de que algo maior se aproxima: o Juízo Final (Mt 24. 6-8;Mc 13.7,8; Lc 21.9-11-que se refere diretamente a "epidemias").

Esses sinais que estão acontecendo atualmente são manifestações do fato de que o mundo presente está sob a maldição de Deus (Gn 3.17), e que a ira de Deus está constantemente sendo revelada do céu contra a impiedade e perversão dos homens (Rm 1.18). Esses sinais fazem lembrar continuamente que o Juízo está às portas (Tg 5.9).

Tais catástrofes, como enchentes, terremotos, epidemias, além de guerras e fomes, são sinaleiros de Deus que apontam para a volta de Cristo e por mais terríveis que eles sejam, “quando eles acontecerem, não devemos ficar atemorizados, mas devemos aceitá-los como dores do nascimento de um mundo melhor” Anthony Hoekema.

Isso os repórteres não irão dizer.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

"Não Desperdice Seu Câncer" (4 de 5)

John Piper:
Não está errado procurar saber o que pudermos sobre o câncer. A ignorância não é uma virtude. Mas a tentação de saber mais e mais e a falta de zelo em conhecer a Deus cada vez mais é um sintoma de descrença. O câncer tem como propósito acordar-nos para a realidade de Deus. Pretende colocar sentimento e força no mandamento: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR” (Os 6.3). Destina-se a acordar em nós a verdade de Daniel 11.32: “Mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo”. Ele quer fazer de nós carvalhos inabaláveis e indestrutíveis: “Antes é como a árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem aventurado” (Sl 1.2,3). Que desperdício do câncer se dia e noite lemos a seu respeito e não a respeito de Deus.

David Powlison:
O que é verdadeiro sobre a sua leitura também o é para as suas conversas com outras pessoas. As pessoas com freqüência expressarão sua preocupação e cuidado fazendo perguntas sobre sua saúde. Isso é bom, mas facilmente a conversa concentra-se nisso. Portanto, fale abertamente sobre a sua doença pedindo as orações e os conselhos das pessoas, mas então mude a direção da conversa contando-lhes o que Deus tem com fidelidade feito para sustentá-lo com dez mil misericórdias. Robert Murray McCheyne de modo sábio afirmou: “Para cada olhar em direção ao nosso pecado, olhemos dez vezes para Cristo”. Ele estava contrapondo a nossa tendência de reverter essa razão de dez para um ao remover nossos fracassos e esquecer o Senhor de misericórdia. O que McCheyne diz sobre os nossos pecados também pode se aplicar aos nossos sofrimentos. Para cada sentença proferida a respeito do seu câncer, diga dez sentenças sobre seu Deus e a sua esperança, sobre o que ele lhe está ensinando e sobre as pequenas bênçãos de cada dia. Para cada hora gasta em pesquisa e discussão sobre seu câncer, gaste dez horas em pesquisa, discussão para servir ao seu Senhor. Relate tudo o que está aprendendo sobre o câncer a Deus e você não ficará obcecado.

7. Você desperdiçará seu câncer se permitir que ele o conduza à solidão em vez de aprofundar seus relacionamentos com aqueles que manifestam afeição.

John Piper:
Quando Epafrodito levou para Paulo as dádivas enviadas pela igreja de Filipos, ele ficou muito doente e quase morreu. Paulo escreve aos filipenses: “Visto que ele tinha saudade de todos vós e estava angustiado porque ouvistes que adoeceu” (Fp 2.26). Que reação maravilhosa! Ela não diz que eles (os filipenses) estavam tristes porque Epadrodito estava doente, mas sim que Epafrodito ficou angustiado porque eles ouviram que ele estava doente. Esse é o tipo de coração que Deus deseja criar com o câncer: um coração profundamente afetivo e cuidadoso para com as pessoas. Não desperdice seu câncer fugindo para dentro de si mesmo.

David Powlison:
Nossa cultura fica aterrorizada diante da morte. Está obcecada pela medicina. Idolatra a juventude, a saúde e a energia. Tenta esquecer qualquer sinal de fraqueza ou imperfeição. Você trará enormes bênçãos aos outros se viver de maneira aberta, confiante e amorosamente dentro de sua fraqueza. De modo paradoxal, abrir-nos para os relacionamentos quando sofremos na realidade fortalecerá os outros. A “mutualidade” é uma via de mão dupla, de doação generosa e recebimento agradecido. Sua necessidade dá aos outros a oportunidade de amar. E, uma vez que o amor é sempre o mais alto propósito de Deus para você também, com isso aprenderá suas mais preciosas e deleitosas lições à medida que encontrar maneiras singelas de expressar interessante pelos outros mesmo quando você é o mais fraco. Uma grande franqueza que ameaça a vida pode se provar maravilhosamente libertadora. Não há nada mais que você precise fazer senão ser amado por Deus e pelos outros e amar aos outros e a Deus.

8. Você desperdiça seu câncer quando se lamenta como aqueles que não têm esperança.
Fonte: Apêndice retirado do livro “O Sofrimento e a Soberania de Deus” – John Piper e Justin Taylor. Editora Cultura Cristã. 1ª edição. 2008.

sábado, 18 de abril de 2009

Tenham CUIDADO com o Evolucionismo Teísta! Obs.: Cansado de Tanto Ler? Pule Logo para a Parte B, Então.

Parte A

Gravem bem este nome: Richard Dawkins. Ele é o pop star dentre os evolucionistas ateus da atualidade. É o responsável direto por uma violenta campanha de divulgação das idéias do naturalismo filosófico de Charles Darwin no mundo e principalmente na Inglaterra através de livros (os mais famosos são “O Gene Egoísta” e “Deus, um Delírio” - sobre o último, assista uma entrevista aqui), palestras, debates e todo o tipo de propaganda. Mas ele não pára por aí. Dawkins tem representado uma espécie de “darwinismo militante”, conforme disse o adepto ao design inteligente e criacionista Dr. John Lennox, famoso matemático de Oxford, no “2 Simpósio Darwinismo Hoje” realizado recentemente no Mackenzie. Lennox tem travado verdadeiras batalhas em debates contra o seu colega universitário, o Dawkins, e nos contou através de uma de suas palestras do Simpósio que ele tem proposto e defendido mais do que uma teoria científica.

A mensagem de Dawkins é carregada com o slogan “Deus não existe! Não acredite nisso, seu idiota” (não estou exagerando). A cruzada ateísta desse cientista pelo mundo tem divulgado pouco de ciência e espalhado várias e várias sementes do radicalismo, da total aversão a religião, particularmente à cristã. Um de seus últimos feitos foi pregar faixas nos ônibus da Inglaterra com a seguinte mensagem: “Deus provavelmente não existe. Então, curta a sua vida”. Por essas e outras vemos que a questão deixou de ser científica há muito tempo e passou a ser, em última análise, moral (trabalharei isso em outro post, a questão da moral). Por meio das idéias de Darwin, Dawkins tem defendido o ateísmo com unhas e dentes por onde quer que ele vá e tem obtido êxito na sua missão.

Acontece que o jornal Folha de São Paulo publicou, no dia 8 de fevereiro de 2009, em seu caderno “+mais!”, um especial sobre os 200 anos do nascimento de Darwin citando, em uma de suas matérias, a pesquisa “Rescuing Darwin” (Resgatando Darwin) e dizendo que mais da metade (51%) dos britânicos acredita na teoria científica do design inteligente (leia mais sobre o D.I aqui). Pra minha surpresa, segundo Denis Alexander, diretor do Instituto Faraday e responsável pela interpretação da pesquisa citada, um dos motivos para as pessoas ainda serem adeptas a idéia de que existe uma força inteligente ou um designer do mundo (coisa que o darwinismo NÃO admite por ser uma filosofia naturalista) é o próprio Dawkins. Com a sua campanha pró-evolução e pró-ateísmo, ele tem estimulado a ascensão do criacionismo na Inglaterra. A sua mensagem, repetida de modo simplório em igrejas, mesquitas e sinagogas, é que o “evolucionismo significa ateísmo”, ao que os fiéis são levados a responder: “Bem, não aceitamos o ateísmo, então também não apoiamos a evolução”, diz Alexander à Folha.

Julgo que a informação escrita pela jornalista Sylvia Colombo e publicada na Folha seja confiável, até porque tal jornal tem por hábito ser um dos defensores do darwinismo aqui no Brasil (aguardem as retaliações sobre o 2 Simpósio Darwinimo Hoje!). Logo, o motivo da surpresa é duplo, pois além de ter me surpreendido com o jornal também fiquei de sobrancelhas levantadas ao saber que Dawkins não está tendo êxito justamente na Inglaterra, seu país. Mas isso talvez não passe de um fenômeno localizado e, portanto, não precisamos ficar muito felizes com a pesquisa.
A questão MAIS IMPORTANTE que precisamos levantar é: quantos dos 51% acreditam literalmente no relato de Gênesis capítulos 1 e 2? Será que as pessoas pró-criação são fiéis ao ensino das Escrituras? Muito provavelmente nos surpreenderíamos com a quantidade! O que quero dizer com tudo isso é que o evolucionismo fundamentalista, radical, tipo o de Dawkins, não é mais sutil, mais sedutor, mais interessante e mais herético do que o evolucionismo teísta. Esse tipo de teoria não nega a Deus (pois é teísta), mas de forma CONTRADITÓRIA, defende a evolução [que é uma filosofia naturalista ou materialista, ou seja, não aceita nenhum fenômeno de causa sobrenatural ou divina ou transcendente ao mundo físico, mas aceita fenômenos físicos, ao acaso, sem planejamento]. Em outras palavras, ela faz água e óleo se misturarem. Ela explica Gênesis 1 e 2 utilizando Darwin, pra ser mais prático. O evolucionista teísta diz que Deus, criando o universo do nada à + ou - 14 bi, começou a trabalhar sutilmente em toda a sua criação com os mecanismos da evolução (seleção natural, mutação e hereditariedade) e assim, ao longo de bilhões e bilhões de anos, fez tudo o que conhecemos hoje em termos de diversidade biológica (muitos afirmam que não houve nenhuma interferência divina depois que a evolução começou a tomar o seu rumo, o que constitui uma visão deísta e não teísta).
Logo, Gn 1 não fala sobre “dias de criação”, mas sobre “eras”, as famosas eras geológicas dos livros didáticos. Tudo não foi criado só pelo poder da Palavra de Deus e de forma imediata, completa e funcional: “E haja luz...”, mas foi criado aos poucos, progressiva e espontâneamente, através das forças do universo. O cosmos e a bios, portanto, não são recentes como a Bíblia diz. Esse sim é o grande perigo! Acomodar a evolução na Bíblia é um grande erro, pois assim muitas passagens das Escrituras precisam ser modificadas ou reinterpretadas, inclusive os textos que fazem menção ao dilúvio como Gn 9 e 2Pe 2. O que está sendo proposto com essa teoria NÃO é a idéia de que “Deus não existe”. É o pensamento de que “Deus existe, mas você deve fazer uma NOVA leitura da Bíblia”. As conseqüências disso são grandes terremotos que abalam os alicerces da fé cristã.Parte B

Abaixo fiz questão de transcrever um e-mail que um jovem universitário escreveu ao famoso Phillip E. Johnson para exemplificar o tipo de cristão que estou querendo descrever e que está na moda hoje, principalmente, nas igrejas neo-pentecostais:

“Fui cristão e criacionista durante toda a minha vida; era ferozmente contra o evolucionismo até começar meu curso de Biologia na universidade e começar a aprender sobre Evolução. Adivinhem o que aconteceu: ainda continuo criacionista, mas também me tornei um evolucionista! Ficou claro pra mim que o primeiro capítulo do Gênesis é uma alegoria (se não acreditarem, chequem como o livro afirma que havia manhã e noite antes mesmo da criação do Sol e da Lua – uma impossibilidade), e uma vez que aceitamos isso, não há razão para que Deus não poderia ter criado tudo que há em tantos milhões de anos quantos queiramos.

Se Deus criou o tempo e o espaço, então ele está fora desse tempo e desse espaço e, conseqüentemente, não é afetado por eles – o tempo não tem sentido para Deus! Acredito que Deus criou as leis da Física e, então, tudo que resulta de tais leis é criação de Deus. Dizer que as espécies evoluem não nega o ato de criação de Deus, mas faz exatamente o oposto: a Evolução é a ciência que estuda como Deus criou as espécies.

Além do mais, o evolucionismo e o criacionismo não podem ser colocados na mesma categoria, pois o primeiro é da Ciência, do racional; o outro da fé, do sobrenatural.

Sou cristão e me ofende ver que os cristãos estão sendo vistos como tolos só porque alguns bem-intencionados, mas ignorantes irmãos meus tentam discutir tais questões sem conhecimento científico. Por favor, parem. Estão causando mais prejuízos do que fazendo algum bem”.


Extraído do livro “Como Derrotar o Evolucionismo Com Mentes Abertas” de Phillip E. Johnson, 1ª edição, editora Cultura Cristã, pg. 11, 12.


Há 3 erros nessa carta, segundo Johnson. Identifique-os, se puder.

Tenham CUIDADO, meus irmãos! Sejamos firmes no que as Escrituras dizem, sabendo que “se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro” Ap 22.18,19.

Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo;” Cl 2.8.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

"Presságio: reflexões existenciais e escatológicas, a partir do filme"

O filme Presságio (Knowing), com Nicholas Cage e Rose Byrne, lançado neste mes de abril de 2009, é intenso, interessante e intrigante. A história revolve em torno da vida de um professor de astrofísica do Massachusetts Institute of Techonoloy (MIT), John Koestler (Nicholas Cage) filho de pastor protestante (possivelmente pentecostal). Provavelmente em função do seu treinamento na área de ciências, Koestler possui uma visão cética, na qual não enxerga propósito e ordem, mas sim aleatoriedade e um desenvolvimento da vida e da natureza em função do acaso. Uma tragédia, a perda da esposa em um acidente, o faz recrudescer nessas convicções, inclusive no afastamento de quaisquer relacionamentos com o seu pai. Koestler toma conta do seu filho, Caleb (Chandler Canterbury) uma brilhante criança de uns 10 anos, sozinho. Um acontecimento vai mudar a sua compreensão da vida e seus relacionamentos: um papel colocado em uma “cápsula do tempo”, por uma garotinha, há 50 anos, contendo indicações de tragédias iminentes. O enredo leva John Koestler a interagir com essas tragédias, algumas ainda no futuro, já tentando impedi-las.
Presságio não é um filme evangélico, classificando-se mais como uma história de suspense e até de algum, bem arquitetado, terror. Sua história, bem desenvolvida e com hábil direção, prende a atenção do início ao fim do filme. Os efeitos especiais são de tirar o fôlego, demonstrando como a tecnologia nessa área, vai sempre superando as últimas apresentações, mesmo quando aparenta que tudo o que podia ser aperfeiçoado já foi conseguido. A história do filme, entretanto, se descortina em cima de temas evangélicos e se presta a uma boa discussão de grupo. Os seguintes pontos podem refletir temas cristãos e fornecem a oportunidade de apresentá-los corretamente, como a Bíblia os revela:
1. Há propósito no universo? Koestler possui uma visão nihilista da vida. Para ele as coisas acontecem sem qualquer relação de causa e efeito, randomicamente. Não há propósito maior no universo. Não há causa inicial e não há destino final. Isso ele ensina tanto ao seu filho (apesar de deixar a opção, politicamente correta, mas mal acomodada: “se você quiser acreditar, acredite”), como à sua classe de universitários sedentos. O interessante é que ele próprio, apresentando o ponto de vista do projeto inteligente, indica as evidências cósmicas para tal. Pegando modelos de madeiras dos componentes do sistema solar, diz algo assim: “o que terá colocado esse pequeno planeta azul exatamente na distância correta do Sol, de tal forma que a vida é possibilitada, nele, com a temperatura e condições exatas”? No entanto, descartando a própria evidência que apresenta (e que tem como resposta a existência de um Criador), ele declara acreditar na aleatoriedade e pura chance desse posicionamento da terra, e ausência de propósito não só para o universo, mas para as vidas que o habitam. Retrata, dessa maneira, os milhares de cientistas, cuja profissão e atividades só se fazem possíveis, pela sistematização, ordem e propósito do universo, mas que descartam a existência do Deus Criador Inteligente, como origem de tudo e de todos, e como Aquele que dá sentido e propósito à vida.
2. Profecias provam que há algo mais por trás do que se enxerga. John Koestler irá mudar de idéia, e modificará sua cosmovisão, admitindo que existe muito mais do que a sua percepção finita e imperfeita da vida e das circunstâncias o fizeram concluir, até então. Não, isso não se dá por uma conversão, no sentido cristão, nem por leitura da Bíblia, mas pelo contato que tem com as profecias que se constituem no tema do filme (não vamos contar tudo, para não estragar o suspense dos que ainda não conhecem a história). No entanto, nós cristãos cremos exatamente que as profecias Bíblicas – tanto as que já se cumpriram, como as que ainda estão por si cumprir, emanam do Deus todo poderoso. Elas revelam que ele está em controle.Na teologia reformada aprendemos que o conhecimento prévio não se constitui na base do plano de Deus (capítulo III, seções 1 e 2, da Confissão de Fé de Westminster), mas exatamente porque ele planejou tudo, na eternidade, com perfeição, ele conhece o que acontecerá, e assim revela (Is 14.24 e 46.9-10), quando lhe apraz. As profecias são grande evidência de que existe muito mais, por trás do que os nossos sentidos apreendem. É verdade, também, que somos alertados a não dar crédito a falsas profecias, e, no caso do filme, temos uma história inventada, que recorre a profecias “auxiliares e extemporâneas”. Como cristãos, crentes nas Escrituras, devemos ter a percepção e convicção que a Bíblia traz tudo que é necessário ao nosso conhecimento religioso e de projeção de vida, tanto no que diz respeito ao passado, como quanto às que ainda haverão de vir. Em vez de ansiedade e preocupação, somos alertados a estar sempre preparados para o nosso encontro com Deus.
3. O fim vem! Durante a maior parte do filme a preocupação maior é em decifrar as indicações das tragédias passadas, bem como as que ainda estão por vir, mas vai ficando claro que o problema à frente é bem maior! Estamos lidando com a destruição da vida na terra – e essa virá em grande paralelo ao que a Bíblia declara: com os elementos ardendo (2 Pe 3.10-12). O filme leva o enredo a uma situação de grande tensão, quando o fim é projetado por circunstâncias cósmicas (que deixaremos de detalhar). Há um período de desagregação social, onde a frágil matiz de justiça da sociedade se desvanece, e, logo a seguir, vem o fim. Prepare-se para uma das mais perfeitas seqüências de efeitos especiais. Elas nos dão um vislumbre de como poderá ser, realmente, o final dos tempos. Ainda que nunca venhamos conseguir a ter a percepção completa do horror daquele momento, é uma boa ocasião para discutir a iminência do julgamento divino e a certeza das profecias escatológicas. Talvez até essa parte possa ser projetada em um grupo de estudo, ou classe de Escola Dominical, para inicio de um debate escatológico.
Além desses três, vários outros temas evangélicos permeiam a história. Outros pontos de contato podem ser os anjos (ruins ou bons?), que aparecem na história e, eventualmente, interagem com os demais personagens; o pai do John Koestler, pastor, com o seu sermão anual centralizado no tema “não desprezeis profecias” (1 Ts 5.20); o reatamento das relações entre pai e filho; as referências às profecias de Ezequiel; uma magistral reconstrução, por efeitos especiais, das rodas concêntricas dos “seres viventes” (Ez 1.15-21 e 10.6-17); e a idéia e visão de “novos céus e de uma nova Terra”. Todos esses, podem resultar em proveitosas discussões, sempre convergindo a atenção e exame sobre o que a Bíblia realmente tem a dizer, quanto a essas questões, e qual a aplicação prática das verdades bíblicas às nossas vidas.
Muitos outros filmes, além de Presságio, têm apresentado uma visão do final dos tempos, como, por exemplo, “O Dia depois de Amanhã” (2004); no entanto, esses outros filmes apresentam o fim de forma diferente dos registros da Bíblia (no “Dia depois de Amanhã” – a catástrofe final é um dilúvio e uma nova era glacial). O que chama atenção, em Presságio, é exatamente o paralelismo sobre a forma do fim. No entanto, devemos estar alertas exatamente para a grande diferença e para a ausência de elementos cruciais à representação das Escrituras: não há qualquer menção à segunda vinda de Cristo; consequentemente não há mensagem, palavra ou esperança de salvação. A esperança, no filme, não é expectativa de certeza de livramento, do cristão, mas apenas um tênue e frágil desejo de que tudo termine bem. E, enquanto o filme fala de “eleitos”, o seu numero e representação, no “novo céu e na nova terra”, muito difere do que a Bíblia nos ensina sobre essa questão, em Ap. 7.9: “... vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos”.

Autor: Solano Portela

domingo, 12 de abril de 2009

"Uso e Significado da Palavra “Amém” "

Colaboração do irmão rev. João Alves dos Santos*, que gentilmente se dispôs a fazer este excelente estudo para o nosso blog.

“Amém” é uma palavra hebraica que significa “verdadeiramente”. Ela é derivada de um verbo que significa “ser firme” ou “ser verdadeiro”. É usada duas vezes em Isaías 65.16 para referir-se a Deus como “o Deus da verdade”, como é traduzido em nossas versões, o que equivale a “o Deus verdadeiro”. No hebraico, a expressão é o “Deus do Amém”. O mesmo uso é encontrado no Novo Testamento, em 2Coríntios 1.20, quando Paulo diz: “Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio”.

A palavra foi transliterada para o grego, assim como para as demais línguas em que a Bíblia foi traduzida, tornando-se, assim, um termo universal. É por isso que a temos igualmente em português. Ela é usada na Bíblia também como modo de expressar um desejo, confirmar uma afirmação, aceitar a validade de uma maldição, fazer um juramento ou ainda para juntar-se a alguém em um cântico de louvor ou doxologia. Em Jeremias 28.5-6, o profeta responde ao outro profeta Hananias com um “Amém”, expressando seu desejo de que a profecia proferida por este se cumprisse. Ele diz: “Amém! Assim faça o SENHOR; confirme o SENHOR as tuas palavras, com que profetizaste, e torne ele a trazer da Babilônia a este lugar os utensílios da Casa do SENHOR e todos os exilados”. Em Números 5.20-22, a mulher que fosse acusada de adultério por um marido ciumento deveria responder com um duplo “amém” ao juramento de maldição que o sacerdote proferia, para concordar com esse juramento. Em Deuteronômio 27.15-26, o povo deveria responder com um “Amém” às maldições que eram invocadas pelos levitas para aquele que cometesse práticas contrárias à lei e abomináveis ao Senhor. Há ali doze maldições a que o povo deveria responder com o “Amém”. Em Neemias 5.1-13, Neemias repreende os nobres e magistrados pela prática da usura contra os seus irmãos judeus e os faz prometer que devolveriam aquilo que injustamente haviam tomado deles. Essa promessa foi feita com juramento e uma sentença de maldição ao que não a cumprisse, e todo o povo respondeu com um “Amém”. Foi também assim que Jeremias respondeu a Deus quando este invocou uma maldição sobre aqueles que não cumprissem a aliança estabelecida com seus pais, desde a saída do Egito. E Jeremias disse: “Amém, ó Senhor” (Jr 11.5).

O “Amém” era também o modo como o povo respondia às orações e louvores dirigidos a Deus ou às bênçãos invocadas sobre ele pelos seus líderes, como vemos em Nemias 8.6 e 1Crônicas 16.36, ou como o próprio adorador concluía a sua oração ou o seu louvor, como nos Salmos 41.13; 72.19 e 89.52.

O mesmo uso da palavra encontramos no Novo Testamento. O Senhor Jesus é chamado de “Amém” e “testemunha fiel e verdadeira”, em Apocalipse 3.14, em consonância com o uso de “Amém” como um dos títulos de Deus no Antigo Testamento, como vimos em Isaías 65.16. A palavra “verdade”, encontrada em João 1.14,17 e 14.6, em referência a Jesus, vem da mesma raiz da palavra “amém”. Por esta razão ele podia usar, como usou freqüentemente, a expressão “em verdade vos digo”, às vezes com um duplo “em verdade”, antes de suas afirmações, pois ele é a verdade e o seu testemunho é verdadeiro (João 3.3,5,11; 10.1, etc.). Em grego essa expressão é “Amém, amém”.

Da mesma forma como no Antigo Testamento, a Igreja Cristã, nos dias dos apóstolos, costumava responder às orações congregacionais com um “amém”, como ainda fazemos hoje. É por isso que Paulo condena em 1Coríntios 14.14-16 os que oravam em outra língua e impediam aqueles que não a entendiam (que ele chama de indoutos) de dizer o “amém” depois da oração.

É com o “Amém” que as orações, as doxologias e as bênçãos que encontramos nas epístolas terminam. Também é com o “Amém” que encontramos os anjos louvando a Deus em Apocalipse 7.11-12: “Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus, dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém!” . Também é assim que os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes louvam e adoram a Deus, nesse mesmo livro, dizendo: “Amém! Aleluia!” (Ap 19.4). E é com o “Amém” que o livro de Apocalipse se encerra, com a promessa de Jesus, “Certamente, venho sem demora”, ao que João responde “Amém. Vem Senhor Jesus!” (Ap 22.20).

“Amém”, portanto, é uma das palavras mais significativas da nossa fé cristã. Devemos usá-la como expressão de nossa obediência a Deus e às suas ordens, como modo de revelar nossa submissão e aceitação à sua disciplina, quando necessário, e como manifestação do nosso desejo de ver a sua vontade sendo feita e o seu reino sendo conhecido em todo o mundo. Não é uma palavra para ser usada de modo mecânico ou inconseqüente, como muitas vezes acontece, sem que se tome consciência do que ela significa ou do que se está dizendo. Não é apenas uma fórmula para alguém se manifestar durante as orações ou para terminá-las ou para encerrarmos o culto. É mais do que isso. É, muitas vezes, um juramento que fazemos a Deus de obedecer a sua palavra, quando a ouvimos, ou a afirmação de que concordamos com aquilo que está sendo dito, por Deus ou por alguém que nos fala em seu nome, ou por alguém que nos conduz a ele em oração. Ao cantarmos o “amém tríplice”, no final do culto, estamos dizendo que concordamos com tudo o que aconteceu ali, com o louvor do qual participamos, com as orações que elevamos a Deus e com a mensagem que recebemos da parte do Senhor, e ainda estamos afirmando estar dispostos a cumprir o que nos foi ordenado e o que prometemos durante o culto. É, portanto, coisa séria, pois ao dizer “Amém” nós estamos invocando o próprio nome de Deus.


*Professor Assistente de Teologia Exegética (NT) e Coordenador de Educação a Distância da Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP. É graduado em teologia pelo Seminário Presbiteriano Conservador (B.Th., 1963); mestre em Divindade e em Teologia do AT pelo Faith Theological Seminary (M.Div., 1973, e Th.M., 1974) e mestre em Teologia do NT pelo Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição (Th.M., 1985). É também graduado em Direito pela Faculdade de Direito de Bauru, SP (1969) e em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Prof. José A. Vieira, em Machado, MG (1981). Foi professor de Grego e Exegese do NT no Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição (1980-2004) e professor de Teologia Sistemática no Seminário Presbiteriano Conservador (1974 -2004). Foi também professor de Grego e Exegese do NT no Seminário Presbiteriano do Sul (1980 a 1986) e o primeiro coordenador do CPAJ (1991). É ministro da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil e membro do corpo editorial da revista Fides Reformata

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A Ciência é Onipotente? - Craig vs Atkins

Um apologeta cristão, Craig, e um apologeta ateu, Atkins, falando sobre Deus e a Ciência nesse pequeno trecho de um debate. Muitos não dão valor àqueles que estão nas universidades, na TV e em conferências debatendo sobre a existência de Deus. Eu, particularmente, louvo a Deus por Ele ter levantado homens, como o Craig, que dão a cara a tapa para dizerem que "Deus existe e é real". O método científico será sempre limitado, pois vem da criatura e não do Criador. Mas, muitos não pensam assim. "Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível" (Rm 1.22,23).

Será que o Atkins fumou o cachimbo? rsrs...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Vontade do Homicida Mentiroso


"Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira

Jo 8.44


No prefácio do livro “A serpente do paraíso”, de Erwin Lutzer, R. C. Sproul ao relembrar os seus tempos de estudante de teologia cita uma frase marcante do seu professor Dr. G. C. Berkouwer: “Não pode haver uma teologia saudável, sem uma demonologia correta”. Essa frase mostra a importância de considerarmos o mundo espiritual como um todo em nossas vidas.

Uma das ciladas de Satanás é distorcer o real conceito que o homem pode formar sobre ele e sobre Deus, assim como ele fez a Eva no princípio (Gn 3.1,4). Para muitos ele não passa de uma lenda religiosa dogmatizada pela igreja, que no imaginário das pessoas é um ser que reina no inferno, de cor vermelha, com chifres, calda e um tridente (nada mais falso!). Estes, geralmente, são seduzidos por filosofias orientais que são contrárias ao entendimento bíblico sobre o bem e o mal. Por outro lado, muitos crêem na existência do diabo e em função disso tomam partido ou pelas seitas satânicas ou pela religião cristã.

Muitos compreendem que o diabo é um anjo decaído, que em sua rebelião trouxe sobre ele mesmo a ira de Deus e que vive a oprimir os seguidores de Jesus. Mas será que isso é uma boa compreensão? Qual é a vontade de Satanás, afinal? Sabemos que “a nossa luta não é contra o sangue e a carne”, mas qual é o objetivo do nosso inimigo nessa luta? É simplesmente seduzir e acusar os santos (Ap 12.9,10)? Se limita apenas em roubar, matar e destruir o povo eleito de Deus (Jo 10.1-21)? Em destruir as famílias ou mesmo jogar pessoas umas contra as outras?

O texto acima de João 8.44 nos mostra a “realidade e o caráter de Satanás”. J. C. Ryle nos diz: “Nosso Senhor falou a respeito dele como alguém cuja existência e personalidade são inquestionáveis”. Quer você acredite ou não, Satanás existe. Vivamos conscientes desse fato! Percebo que há uma tendência, principalmente nas igrejas reformadas, em não se falar sobre a ação e a força de Satanás. Acobertados pela soberania de Deus, vivemos como se Satanás já estivesse no inferno. Deus é soberano e nada contraria a vontade dEle (Is 40; Rm 9). Essa verdade é sublime, mas não a tomemos sozinha. A antiga serpente foi vencida (Rm 16.20), mas que ninguém ouse pensar e viver de uma forma como se ela estivesse morta (1Pe 5.8; Ef 6. 10-20), pois esse tempo ainda não chegou e certamente esse dia virá (Ap 20.10).
Jesus deixou claro que Satanás é assassino e mentiroso. E isso, em um paralelo incrível em toda a Escritura, se opõe diametralmente ao próprio Deus. Concordo com C. S. Lewis quando diz que Satanás é um anjo decaído e, portanto, “o oposto, não de Deus, mas de Miguel”, o arcanjo. Mas me refiro a oposição não de natureza ou caráter aqui, mas de propósitos na batalha espiritual. Deus havia dito: “Certamente morrerás” (Gn 2.17); a serpente disse: “É certo que não morrereis” (Gn 3.4). Em Jó 1 nitidamente entendemos que Satanás tenta contrariar a Deus em seus pensamentos sobre o Teu servo Jó . Em Is 14.13,14 e Ez 28. 13-19, PROVAVELMENTE profecias de dupla aplicação, percebemos o desejo do diabo, criatura, em ser como o Altíssimo, o Criador. Em Dn 10.12,13, vemos a oposição entre o homem vestido de linho e o arcanjo Miguel contra os reis da Pérsia. Paulo, em 2Ts 2.11,12, diz que àqueles que se recusaram a acolher “o amor da verdade”, Deus mandou a operação do erro, para darem “crédito a mentira”. F. F. Bruce expressa bem toda essa idéia dizendo: “Deus é quem dá a vida e é a fonte da verdade; o diabo destrói a vida e é o pai da mentira”. D. A. Carson, reforça ainda mais tal oposição: “Assim como Deus inevitavelmente fala a verdade, o Diabo espontaneamente gravita em torno da mentira”.

William Hendriksen ao comentar Jo 8.44 também observa esse contraste espiritual: “Assim, Jesus liga esses dois conceitos: o diabo é tanto assassino quanto mentiroso. Ao dizer que Satanás não se firma na verdade, e acrescentar imediatamente que não há nenhuma verdade nele, o Senhor enfatiza, da maneira mais direta possível, a idéia de que não existe nenhuma ligação entre o diabo e a verdade: os dois são opostos entre si.”

Portanto, passemos a entender que Satanás não está preocupado em destruir a sua família. Ele não quer saber se o seu pastor está triste, se um irmão está brigado com outro irmão ou se alguém sofre de uma enfermidade. Não! Sustento que a única vontade dele para o cristão é que ele não pregue a Palavra de Deus, a Verdade que liberta (Jo 8.32). Ele se opõe precisamente a isso desde o início da nossa batalha contra ele, desde quando, pela graça de Deus, deixamos de andar "segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência" (Ef 2.1). O diabo não tem interesse em fofocas, escândalos ou qualquer outra cilada se essas coisas não impedirem a pregação e a propagação da Palavra de Deus. E isso fica explícito quando lemos At 4.17, 18 e 5.28:

mas, para que não haja maior divulgação entre o povo, ameacemo-los para não mais falarem neste nome a quem quer que seja. Chamando-os (Pedro e João), ordenaram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus”.

Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome; contudo, enchestes Jerusalém de vossa doutrina; e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem”.

João 8.44 deixa claro que Jesus crê que o diabo realmente existe, e que ele exerce uma influência muito grande no mundo. Para o nosso Senhor, ele não é uma fantasia no imaginário humano, mas o inimigo, que se opõe até o fim a Sua palavra, sendo Jesus a própria “Palavra (o Verbo)” e “a Verdade”. Por outro lado, num equilíbrio saudável, encerro citando as palavras de Lutero: “O diabo é o diabo de Deus”. Amém!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Uma das Exceções do André Valadão e Cia



O rev. Augustus Nicodemus, em julho de 2006, escreveu um post com o título "Conselhos a Um Jovem Pastor Sobre o Grupo de Louvor da Sua Igreja " (veja ele completo aqui ). Me chamou a atenção o primeiro desses conselhos da carta fictícia:

"Aconselho que você reconheça que nós, reformados, já perdemos a batalha por um culto simples, espiritual, teocêntrico e equilibrado. O movimento gospel veio para ficar. Nós perdemos, Tadeu, porque erramos na estratégia. Há cerca de dez anos, quando a Igreja Batista da Lagoinha começou a comandar o louvor nas igrejas evangélicas no Brasil, preferimos resistir frontalmente e insistir com nossas igrejas a que ficassem com os hinos de nosso hinário. Foi um erro. Poderíamos, além disso, ter apresentado uma alternativa às músicas deles. Há exceções, mas muitas delas são sofríveis, musicalmente falando, e têm uma teologia fraquíssima. São cânticos permeados de conceitos arminianos, neopentecostais, da teologia da prosperidade e da batalha espiritual, característicos daquilo que é produzido pelos músicos e cantores gospel da atualidade. Infelizmente, não conseguimos oferecer nada melhor desde o início, a não ser apelos para ficarmos com os hinos tradicionais..."

Mesmo com a batalha já perdida, vou ainda me arriscar a disparar um tiro para o alto nessa guerra. Talvez eu acerte a cabeça de alguém desse movimento gospel, especialmente aqueles que pertencem a ele, mas que estão dentro de nossas igrejas reformadas.

Peter Masters, ao falar sobre louvor e adoração e ao tentar definir um referencial para lidar com a questão extremamente séria da crise do louvor que vivemos hoje na igreja, faz o uso do Apocalipse 4 e 5. Masters diz que aqui, nesses capítulos, encontramos o verdadeiro louvor do povo de Deus (representado pelos 24 anciãos), pois aqui é feito "o louvor perfeito" a Ele, o louvor nos céus. Não existe melhor modelo do que este! Depois de citar Ap 4.8,10,11; 5.9,12 ele mostra que nesses textos a força deles estão nas palavras "proclamando, entoando" e então ele define o louvor da seguinte forma: "o louvor é palavras".

A música (ritmo, melodia e harmonia) auxilia, mas não constitui o louvor, defende o pastor do Tabernáculo Metropolitano (igreja de Charles Spurgeon), o Dr. Peter Masters . A ênfase nos céus serão palavras que glorificam e honram ao nosso Deus, onde todos assim farão, “os chamados, eleitos e fiéis” (Ap 17.14). Que as nossas equipes de louvor se atentem mais para a grandiosidade desta verdade e se apeguem menos a sons e arranjos musicais e mais as letras, conforme esse modelo de louvor perfeito que temos em Ap 4 e 5. Se é o perfeito, porque buscar outro?

A música que postei aqui se chama "Não há Mais Condenação", a qual faz parte do primeiro CD do cantor e pr. André Valadão, "+ Que Abundante". Gosto muito dela! Que bom seria se a maioria das músicas gospel de hoje fossem pelos menos parecidas com ela. Já estaríamos no lucro! Ela contém uma letra exemplar, eu diria, considerando que o cantor é um dos ícones e maior divulgador do estilo "louvorzão" nas igrejas brasileiras. Até católicos, que eu conheço, já se renderam ao estilo Valadão, Diante do Trono e Cia (tem vários outros que poderia citar). Pensei em postar um hino regravado pelo André, mas antes que o hino "Quão Grande és Tu" terminasse ele resolveu estragá-lo com um solo onde só haviam repetições carregadas de apelo. É até bonito, confesso. Mexe com a alma da gente. Mas nem tudo que é bonito e emocional para os homens é aceitável para Deus. A teologia determina a música e não o contrário.

Eu reconheço que já perdemos a batalha por um culto simples, espiritual, teocêntrico e equilibrado. Mas ainda tô vivo e, se Deus quiser, darei mais outros tiros como esse para cima!