terça-feira, 14 de junho de 2011

Deus deseja ser conhecido dessa maneira

"A autorrevelação de Deus a nós não foi feita para um propósito primariamente intelectual. Não desconsideramos, é claro, que a mente verdadeiramente piedosa possa, por meio de uma contemplação intelectual das perfeições divinas, glorificar a Deus. Isso seria apenas tão verdadeiramente religioso como mais intensa ocupação da vontade a serviço de Deus. Mas isso não seria o todo da religião que a revelação almeja. É verdade que o evangelho ensina que conhecer a Deus é vida eterna. Porém, o conceito de "conhecimento" aqui não deve ser entendido no sentido do pensamento grego. Deve antes ser entendido no sentido semítico do termo. De acordo com o primeiro, "conhecer" significa reproduzir a realidade de uma coisa na consciência. A ideia bíblica e semítica é a de ter a realidade de alguma coisa interligada com a experiência íntima de vida. Portanto, "conhecer" pode significar "amar", "separar em amor" no idioma bíblico. Porque Deus deseja ser conhecido dessa maneira, ele fez que sua revelação acontecesse no meio da vida histórica de um povo. O ambiente da revelação não é uma escola, mas um "pacto". Falar sobre a revelação como uma "educação" para a humanidade é uma maneira racionalista e não escriturística de falar. Tudo o que Deus desvendou de si mesmo veio em resposta às necessidades religiosas práticas de seu povo à medida que essas emergiam no curso da História."



Fonte: Geerhardus Vos. Teologia Bíblica. São Paulo: Cultura Cristã, p. 19,20, 2010.

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