Mas isso não é o que sucede com a fé cristã. O cristianismo, como se tem salientado amiúde, é o próprio Cristo. Ele não é apenas central; Ele é absolutamente vital. Temos, pois, de cuidar para que nos preocupemos primária e invariavelmente com Ele. Aqui está algo que terei, evidentemente, de enfatizar com freqüência, mas a pedra de toque da profissão de fé cristã de alguém é, necessariamente, aquela de uma relação pessoal com o Senhor Jesus Cristo. O que evidencia imediatamente que tantos dos que se chamam cristãos, e não o são, é o fato de Cristo como pessoa não ser absolutamente essencial para eles.
Estou me referindo aqui a pessoas que pensam que um cristão é apenas um bom homem ou uma boa mulher. Obviamente, é possível ser uma boa pessoa sem mesmo mencionar o Senhor Jesus Cristo. Mas no cristianismo Ele é vital, e se a verdade a Seu respeito não for a verdade, toda a posição se desvanece. Ora, isso é algo que ninguém pode enfatizar demasiadamente. A fé cristã está inteiramente voltada para Ele, ,para quem Ele é, para o que Ele tem feito e para o que fez válido e possível para nós. E assim vocês descobrem a vital importância de termos plenamente claro em nossas mentes e de sermos absolutamente certos sobre todas essas coisas.
Portanto, não apresento nenhuma apologia por fazer uma colocação tão dogmática e tão abrupta quanto essa. Para mim, aqueles que se desculpam em dizer tal coisa são duvidosamente cristãos, se é que de fato são cristãos. Há certa intolerância acerca da fé cristã, expressa pelo apóstolo Paulo nestes termos: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema {amaldiçoado}.” (Gálatas 1.8). E nós temos de afirmar a mesma coisa. A verdade é clara, é bem definida, e perfeitamente definida, e devemos ter certeza, pois, como respeito ao que cremos sobre Ele. Não basta dizer: “Eu creio em Cristo”. O que cremos sobre Cristo?”
D. M. Lloyd-Jones