terça-feira, 14 de junho de 2011

Deus deseja ser conhecido dessa maneira

"A autorrevelação de Deus a nós não foi feita para um propósito primariamente intelectual. Não desconsideramos, é claro, que a mente verdadeiramente piedosa possa, por meio de uma contemplação intelectual das perfeições divinas, glorificar a Deus. Isso seria apenas tão verdadeiramente religioso como mais intensa ocupação da vontade a serviço de Deus. Mas isso não seria o todo da religião que a revelação almeja. É verdade que o evangelho ensina que conhecer a Deus é vida eterna. Porém, o conceito de "conhecimento" aqui não deve ser entendido no sentido do pensamento grego. Deve antes ser entendido no sentido semítico do termo. De acordo com o primeiro, "conhecer" significa reproduzir a realidade de uma coisa na consciência. A ideia bíblica e semítica é a de ter a realidade de alguma coisa interligada com a experiência íntima de vida. Portanto, "conhecer" pode significar "amar", "separar em amor" no idioma bíblico. Porque Deus deseja ser conhecido dessa maneira, ele fez que sua revelação acontecesse no meio da vida histórica de um povo. O ambiente da revelação não é uma escola, mas um "pacto". Falar sobre a revelação como uma "educação" para a humanidade é uma maneira racionalista e não escriturística de falar. Tudo o que Deus desvendou de si mesmo veio em resposta às necessidades religiosas práticas de seu povo à medida que essas emergiam no curso da História."



Fonte: Geerhardus Vos. Teologia Bíblica. São Paulo: Cultura Cristã, p. 19,20, 2010.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Implicações do conceito de casamento como aliança

"... o que significa para um casal adotar o conceito de casamento como aliança? Se a aliança de casamento é definida como vínculo sagrado entre homem e mulher, instituído por Deus e firmado diante dele (ainda que o casal não reconheça isso), consumado, normalmente, pela relação sexual, propomos que aceitar o conceito de "aliança de casamento" significa que o casal deve entender e se comprometer com pelo menos cinco coisas:

(1) A permanência do casamento: Uma vez que foi estabelecido por Deus, o casamento foi planejado para ser permanente (Mt 19.6 par. Mc 10.9). Constitui um compromisso sério que não deve ser assumido de forma leviana ou irrefletida. Envolve uma promessa ou voto solene feito não apenas ao cônjuge, mas diante de Deus. O divórcio não é permitido, exceto em certas circunstâncias biblicamente prescritas.

(2) A sacralidade do casamento: O casamento não é apenas um acordo humano entre dois indivíduos que consentem com ele (uma "união civil"); é um relacionamento vivido diante de Deus e em sujeição a ele (Gn 2.22; daí a expressão "casamento entre pessoas do mesmo sexo" ser uma contradição; uma vez que as Escrituras condenam universalmente os relacionamentos homossexuais, Deus jamais sancionaria um vínculo matrimonial sagrado entre dois membros do mesmo sexo). Embora seja sagrado, porém, o casamento não é um "sacramento". Não é uma união mística sob os auspícios da Igreja que serve de veículo para obter ou manter a salvação.

(3) A intimidade do casamento: O casamento é o mais íntimo de todos os realcionamentos humanos e une homem e mulher como "uma só carne" (Gn 2.23-25). Envolve "deixar" a família de origem e "unir-se" ao cônjuge, o que significa estabelecer uma nova unidade familiar distinta das duas famílias originais. Ainda que "uma só carne" sugira a relação sexual e, normalmente, a procriação, em seu cerne o conceito implica a formação de um novo relacionamento de parentesco, por meio do mais íntimo dos vínculos humanos entre dois indivíduos antes não aparentados.

(4) A mutualidade do casamento: O casamento é um relacionamento de abnegação mútua e voluntária entre dois seres humanos (Ef 5.25-30). Os cônjuges devem ser preocupar, acima de tudo, com o bem-estar um do outro e se comprometer um com o outro em amor e devoção firmes. Implica a necessidade de perdão e restauração do relacionamento no caso de pecado. "Mutualidade" não significa, porém, "igualdade de papéis". As Escrituras deixam claro que a mulheres devem se sujeitar aos maridos e ser suas "ajudadoras adequadas", enquanto os maridos devem arcar com a responsabilidade final pelo casamento diante de Deus (Ef 5.22-24 par. Cl 3.18; Gn 2.18,20).

(5) A exclusividade do casamento: Além de ser permanente, sagrado, íntimo e mútuo, o casamento também é exclusivo (Gn 2.22-25; 1Co 7.2-5). Isso significa que nenhum relacionamento humano deve interferir com o compromisso de casamento entre marido e mulher. Por esse motivo, Jesus tratou o imoralidade sexual da pessoa casada (Mt 19.9; inclusive os pensamentos lascivos do marido, Mt 5.28) com extrema seriedade. Por esse motivo, também, o sexo antes do casamento é ilegítimo, pois viola os direitos exclusivos do futuro cônjuge do indivíduo. Como Cântico dos Cânticos deixa claro, somente no contexto seguro do vínculo matrimonial exclusivo cada cônjuge pode se entregar de forma livre e plena.



Fonte: Andreas J. Kostenberger. Deus, casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico. Editora Vida Nova, p. 86,87, 2011.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Nossa ignorância nos incapacita

"Os desafios do antiteísmo e do islamismo radical não podiam advir em momento pior para a Igreja, porque a maioria dos cristãos não entende aquilo em que crê, por que crê, nem por que essa crença é importante. Como se pode praticar o cristianismo se ele não é compreendido? E como ele pode ser apresentado na sua verdadeira natureza de paz, liberdade e alegria? Como os céticos hão de entender os aspectos positivos do cristianismo?

Tragicamente, a cultura pós-moderna infectou e debilitou a Igreja, em especial no Ocidente. A Espanha, no passado o país mais católico da Europa, passou a figurar, no curso de uma geração, entre os mais secularizados. Um recente relatório entre os bispos espanhóis culpa diretamente o ensino herético sobre a natureza de Cristo e sua obra expiatória. Da mesma forma, quando perguntei a um amigo padre por que a filiação às igrejas estava diminuindo tão depressa numa Irlanda outrora tão rigidamente católica, ele respondeu: 'Porque os padres não pregam o evangelho'.

[...]

Os cristãos precisam compreender que a fé é mais que uma religião ou mesmo um relacionamento com Jesus. A fé é uma visão completa do mundo e do lugar da humanidade nele. O cristianismo é uma mundividência que diz respeito a todas as áreas da vida, e suas doutrinas fundamentais definem seu conteúdo. Se não conhecemos aquilo em que cremos - nem mesmo o que vem a ser o cristianismo -, como vivenciá-lo e defendê-lo? Nossa ignorância nos incapacita."


Fonte: Charles Colson e Horold Fickett. A Fé em tempos pós-modernos. Editora Vida, p. 33,35, 2009.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mande e-mail para os nossos senadores!

Como geração eleita, sacerdócio real e nação santa (1Pe 2.9), devemos nos manifestar contra a injustiça, que é pecado, através de várias mídias. A web é uma delas. Portanto, deixe o comodismo e mãos ao teclado. Digite um e-mail e envie-o aos nossos políticos se posicionando contra a PL 122/2006.

O profeta Jeremias confrontou a política de seus dias dessa maneira quando foi preciso (contextualizando Jr 36, em vez de rolo, leia e-mail, e no lugar de Baruque, leia Yahoo, Gmail etc.). Não deixemos de fazer isso com oração (Ef 6.18), por amor à Deus, o SENHOR.

Abaixo estão o link para os e-mails dos senadores e senadoras da nossa República e um modelo de redação:


Modelo:

Senhores senadores e senadoras,

com relação a PL 122/2006, peço que considerem a diferença entre criticar conduta (comportamento) e discriminar pessoas.

Tal projeto de lei deverá criminalizar ou penalizar a crítica?

Att.

Seu Nome

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A inveja é pecado pior do que a cobiça

"O que um invejoso quer não é, antes de tudo, o que o outro tem; o que um invejoso quer é que o outro não tenha. Daí um rapaz de dezoito anos fará campanha contra a permissão dos pais para que o irmão mais novo chegue em casa mais tarde, ainda que nada ganhe com isso (Tudo o que ganha é a inimizade com o irmão). O mais velho simplesmente não quer que o seu irmão usufrua das vantagens que ele não teve. Ele é como um médico residente que suportou uma sombria ou insana escala de trabalho e que, só por isso, não quer ver essa escala relaxada em benefício dos novatos.

Quando um invejoso faz uma oração intercessória às avessas, por seu rival ("Esvazia a piscina dele, ó Deus, e enche de água o seu porão"), ele não faz isso por malignidade sem motivo, por simples cobiça. Cobiçar é querer o bem que pertence a alguém de modo tão forte ("desordenado", como diz a tradição cristã) que chega a ser tentado a roubá-lo. Invejar é ressentir-se do bem que alguém possui a ponto de querer destruir esse bem. O que cobiça tem as mãos vazias e quer enchê-las com os bens de alguém. O invejoso tem as mãos vazias e quer esvaziar as mãos de quem ele inveja. A inveja, sobretudo, carrega tons de ressentimento pessoal: um invejo se ressente não apenas por causa da benção de outra pessoa, mas ressente-se daquele que foi abençoado. A cobiça focaliza mais em objetos do que em pessoas: mesmo quando focaliza uma pessoa, tende a vê-las como objetos.

Assim, em 1 Samuel, o olho invejoso de Saul caiu sobre Davi, enquanto em 2 Samuel, o olho vagueante e cobiçoso de Davi caiu sobre Beteseba, mulher do honrado Urias. Um invejoso ressente; um cobiçoso deseja. É claro que um invejoso pode começar a sua carreira como cobiçoso. Pode começar demandando um bem de alguém, como Caim pode ter originalmente desejado a bênção que Deus deu a Abel. A cobiça não atendida, porém, provavelmente azeda e se transforma em inveja: a inveja é geralmente uma cobiça não satisfeita.

[...]

A inveja, diz o ministro Chaucer, é pecado "cabalmente contra o Espírito Santo". É "um pecado insensato... o pior que há, pois... a inveja é pecado cometido contra todas as virtudes e contra toda piedade." Em seu conto, o ministro acrescenta o dano. Onde quer que se encontre a inveja, ele diz, econtraremos a impiedade da humanidade e da comunidade cristã. Pessoas invejosas falam mal pelas costas. Cumprimentam com um sorriso que, sob outra luz, pode ser tomado por uma zombaria. Reconhecem o mérito de um rival, mas, depois, puxam-no para a sombra de um mestre (Ele é um bom violoncelista, mas você já ouviu Rostropovich?). O invejo é maledicente. Coleciona más notícias de outros e as passa adiante como um tira-gosto em happy hour. O invejoso é resmungão. Ele murmura. Ele se queixa que todas as pessoas erradas estão tendo sucesso. Despeito, amargura, discórdia que desfaz toda amizade, acusação, malignidade - todas essas coisas fluem da inveja e juntas tornam a amizade e a boa comunhão em rancorosas ruínas.

O que o ministro Chaucer faz é correr os olhos pelas listas de pecados do Novo Testamento e observar as companhias esfarrapadas de que a inveja se cerca. A inveja aparece nas mesmas listas que orgias e bebedices, impudicícia e dissoluções (Rm 13.13); na mesma lista que iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos (2 co 12.20); na mesma lista que provocações, difamação, suspeitas malignas (1 Tm 6.4). Esses são pecados devastadores contra a comunidade, pecados que atacam a paz comunal. Esses são pecados que mostram Caim e Abel ainda contendendo através das eras, lutando em nós e em nossa sociedade e em nossas igrejas.

Temos, porém, uma razão para pensar que um dia a luta cessará... na manhã da ressurreição se levantou a vítima da inveja [Jesus], aquele que foi morto... Nesse evento todos os cristãos concentram suas esperanças do shalom*."


*Plena paz, um equivalente moderno seria a expressão "tudo de bom". Ver ainda Is 2.2-4; 11.1-9; 32.14-20; 42.1-12; 60; 65.17-25.



Fonte: Cornelius Plantinga Jr.. Não era para ser assim: um resumo da dinâmica e natureza do pecado. Ed. Cultura Cristã, p. 168-169,177-178. 1998.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

NÃO transforme boas novas em bons conselhos!

"Reduza o cristianismo a um bom conselho e ele se harmoniza perfeitamente à cultura do treinamento de vida. Pode parecer relevante, mas, na verdade, ele acaba perdido no mercado das terapias moralistas. Quando anunciamos o cristianismo como o melhor método de aprimoramento pessoal, inclusive com depoimentos sobre o quanto estamos cada vez melhores desde que "entregamos tudo", os não cristãos podem, com toda razão, nos questionar: "Que direito você tem de dizer que a sua [religião]* é a única fonte de felicidade, significado, experiências emocionantes e aperfeiçoamento moral?". Jesus claramente não é a única forma eficaz para uma vida melhor ou para um eu melhor. Qualquer pessoa pode perder peso, parar de fumar, melhorar um casamento e se tornar mais agradável sem Jesus.

O que distingue o cristianismo, em sua essência, não é seu código moral, e sim sua história - a história de um Criador que, embora rejeitado por aqueles que criou à sua imagem, se inclinou para reconciliá-los consigo mesmo por meio de seu Filho. Essa não é uma história sobre o progresso do indivíduo para o céu, e sim a narrativa dos acontecimentos históricos da encarnação de Deus, da expiação, da ressurreição, da ascensão e do retorno, bem como da exploração de seu rico significado. Em sua essência, esta história é um evangelho: as boas-novas de que Deus nos reconciliou consigo mesmo em Cristo."

*Esta palavra foi inserida por mim pra dar sentido a frase, pois ela não constava na tradução.


Fonte: Michael Horton. Cristianismo Sem Cristo, editora Cultura Cristã, p. 86, 2010.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O Kardecismo reprovado no seu próprio teste de veracidade

"Devemos seguir o argumento até onde ele nos levar"


Na sessão II da introdução do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo (editora FEB, p. 28, 2008), Allan Kardec, recebendo comunicações mediúnicas de aproximadamente mil centros espíritas sérios espalhados pelos mais diversos pontos do globo*, propõe o seguinte teste de veracidade com relação aos ensinos espíritas:

"O primeiro controle é, incontestavelmente, o da razão, ao qual é preciso submeter, sem exceção, tudo o que venha dos Espíritos. Toda teoria em notória contradição com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possui, deve ser rejeitada, por mais respeitável que seja o nome que traz como assinatura."

De maneira equilibrada, justa, devemos ainda dizer que tal teste não é o melhor, segundo Kardec, pois pessoas podem possuir conhecimento insuficiente e serem tendenciosas em seus juízos. Porém o teste "é incontestavelmente" o primeiro se baseado em uma sólida lógica. Assim, o bom senso deverá prevalecer, ou seja, uma doutrina em contradição não pode ser digna de confiança. Crer nela é crer levianamente. Analisemos, então, a seguinte declaração espírita no capítulo I, p. 61:

"... o materialismo foi vencido... É toda uma revolução moral que neste momento se opera e trabalha os espíritos. Após uma elaboração que durou mais de dezoito séculos, chega ela à sua plena realização e vai marcar uma Nova Era para a Humanidade. As consequências dessa revolução são fáceis de prever; deve produzir inevitáveis modificações nas relações sociais, às quais ninguém terá força para se opor, porque estão nos desígnios de Deus e resultam da lei do progresso, que é uma lei de Deus."

O Kardecismo reivindica uma revolução moral fundamentada na lei do progresso. Do século XVIII ao XXI, houveram vários progressos (industrial, trabalhista, científico, tecnológico, etc.), porém nenhum que produzisse divinas modificações nas relações sociais. Não há muito o que comemorarmos no campo da moral quando lemos sobre os campos de concentração nazistas de Hitler; quando sabemos que o materialismo filosófico é dominante nas Academias (Nietzsche, Marx, Darwin, Freud, Sartre, Heidegger...); que os índices de assassinato e suicídio são preocupantes especialmente entre os jovens; quando olhamos para o aumento e facilitação do divórcio matrimonial ou vemos tanto guerras latentes quanto eminentes pelo globo... O clima de otimismo moral deveria ser triunfante ao passo que os espíritos trabalham para isso. Todavia, não é!

Pode-se levantar uma objeção por parte dos espíritas dizendo que a "Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e de provas, razão por que aí o homem está exposto a tantas misérias" (p. 79). Esse ensino explicaria o problema da revolução moral se ele condicionasse a Terra a ser um mundo somente de expiação, de provas. No entanto, o próprio Kardec excluiu essa idéia:

"Todavia, não deduzais das minhas palavras que a Terra esteja destinada para sempre a ser uma penitenciária. Não, certamente! Dos progressos realizados podeis facilmente deduzir os progressos futuros e, dos melhoramentos sociais conquistados, novos e mais fecundos melhoramentos. Essa é a tarefa imensa que será realizada pela nova doutrina que os Espíritos nos revelam." (p. 131)

Em uma seção de comentários de um vídeo do YouTube eu discutia com um espírita sobre essa questão da revolução moral. Ele contra-argumentava dizendo que as aflições da vida são de duas espécies: de causa presente ou de passada (daí os judeus terem sofrido tanto no holocausto, pois certamente no passado eles fizeram algo que trouxeram as consequências do antissemitismo!). No entanto, eu disse a ele que isso é a explicação das aflições e não a corroboração sobre a máxima de Kardec conforme citei. O materialismo na minha opinião não foi vencido e o relativismo ou anarquia moral é crasso em qualquer nível da sociedade, inclusive na Igreja.

Não ajuda muito também os espíritas esperarem o tempo passar e terem fé que lá na frente a coisa muda. Isso na verdade é um salto de fé e não seguir as implicações de um dos pilares da Doutrina. Kardec reivindicou uma revolução moral em PLENA REALIZAÇÃO que produziria modificações que NINGUÉM TERIA FORÇA PARA SE OPOR (o que está em caixa alta são citações diretas). A claridade do texto não lança dúvida no que estou dizendo. A questão é a veracidade do cumprimento dessas palavras; e não como e quando elas irão se cumprir ou porque não estão se cumprindo.

Se ciclos de encarnação-desencarnação elevassem os espíritos a estados superiores, purificando-os ainda mais, porque não percebemos as consequências dessa doutrina central do Kardecismo nas manchetes dos jornais e nas newsletters da web? Vivemos uma grande crise moral e não uma revolução pela lei divina do progresso. Involuímos.

No livro A República, Platão atribuí a Sócrates a seguinte frase: "Devemos seguir o argumento até onde ele nos levar". Se a lógica dos dados é positiva, devemos evocar o resultado da aplicação do teste: "toda teoria em notória contradição com o bom senso... deve ser rejeitada". O argumento aqui proposto no mínimo nos leva para o descrédito da revolução moral de Kardec bem como a uma revisão de seus pressupostos filosóficos.

Portanto, o Espiritismo não pode ser aprovado como verdadeiro mediante suas asseverações de moral. O bom senso, nesse caso, não nos convida a uma fé espírita. A coletividade ou conjunto dos fatos mais a lógica contrariam a Doutrina em sua base.


*Não há citações dos nomes dos médiuns nem como se realizou essa tão grande coleta de informações pelo mundo, se é que foi realizada. É interessante notar que tais centros são classificados como "sérios". Sérios com base em quê? Fica a pergunta.


Soli Deo [Jesus] Gloria.


Danilo Neves de Almeida.