segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sobre o III Simpósio Internacional Darwinismo Hoje

Se pudesse ser demonstrada a existência de qualquer órgão complexo, o qual não pudesse ter sido formado por meio de numerosas, sucessivas e pequenas modificações, minha teoria se tornaria inútil.

Charles Darwin,

em “Origens das Espécies”


O legado que Charles Darwin (1809–1882 †) nos deu com a sua teoria evolutiva naturalista foi um poderoso método de estudo científico. O mecanismo[1] desse biólogo já perdura, hoje, por mais de 150 anos na história e se estabeleceu na Academia como uma elegante e simplificada teoria de explicação sobre os fenômenos naturais em relação à diversidade da vida. No entanto, comenta o renomado bioquímico Michael Behe, em seu livro “A Caixa Preta de Darwin”, na sessão “Os Limites De Uma Idéia” :


Quase um século e meio após Darwin ter apresentado sua teoria, a biologia evolutiva tem obtido muito sucesso na explicação dos padrões de vida que vemos ao nosso redor. Para muitos, seu triunfo é completo. A verdadeira obra da vida, porém, não acontece no nível do animal ou do órgão completos. As partes mais importantes dos seres vivos são pequenas demais para serem vistas. A vida é vivida nos detalhes, e cabe as moléculas se encarregarem desses detalhes. A idéia de Darwin pode explicar cascos de cavalos, mas poderá explicar os alicerces da vida?


No III Simpósio Internacional Darwinismo Hoje, realizado naMackenzie - SP, foram dadas duas respostas para essa pergunta deM. Behe.


De acordo com os adeptos do Design Inteligente (D.I.), dada a alta improbabilidade de formação de proteínas e/ou DNA ao acaso e por longo período de tempo, é estatisticamente, e por demais, improvável a síntese desses elementos fundamentais para a origem da vida e da informação contida nos códigos genéticos. Os alicerces da vida, as máquinas moleculares da célula, são muito complexos para uma teoria darwiniana, ou semelhante a ela, explicar como elas surgiram e se desenvolveram e por isso a teoria do D.I. é a melhor inferência dentre as hipóteses explicativas sobre essa questão. A evolução química ou pré - biótica se tornou insustentável pela própria Evolução, argumentaram eles, sendo portanto necessário, por inferência, a existência de um Designer (?), uma Mente, que tenha criado os organismos vivos e funcionais.


Por outro lado, os proponentes da Biologia Evolutiva, defenderam que o (neo)darwinismo é uma teoria com bastante corroboração científica e com alto poder de explicação para vários fenômenos observados em diferentes ramos do conhecimento biológico, como zoologia, embriologia, paleontologia, genética e outros. Para esses teóricos, o que é percebido na natureza é simplesmente uma “aparência” de design causado pela ação do mecanismo de Darwin. Porém, em relação à temática sobre a origem da vida (evolução química), origem da informação genética e a macroevolução (especiação), claramente, foram assuntos pouco expostos nas conferências e oficinas do evento pelos evolucionistas darwinistas, deixando assim uma “lacuna de explicação” em relação a esses assuntos fundamentais para o debate sobre qual o melhor método explicativo-científico dado os desafios da química e bioquímica.


Com a presença do ilustre Dr. Stephen C. Meyer, maior nome do Simpósio, o evento divulgou a mensagem de que o D.I. é uma teoria científica, com metodologia séria e comprovável pelas inúmeras publicações de artigos feitas em livros, revistas especializadas em Ciência e pelo Discovery Institute, um centro de desenvolvimento e divulgação científica do D.I., localizado em Seattle, Washington(EUA). A menção a isso se deve ao fato do D.I. não ser amplamente aceito pela comunidade científica como uma teoria científica, chegando no máximo ao nível de um método intuitivo-filosófico. Esse foi um ponto de divergência em todo o debate e certamente o motivador para a realização de mais um Simpósio Internacional “Darwinismo Hoje”. Aguardamos o IV Simpósio, se assim o Criador quiser.

[1] Basicamente um processo espontâneo, randômico e gradual onde atuam seleção natural e mutações, as quais geram toda variabilidade encontrada nas espécies com o pressuposto de transmissão de características favoráveis aos descendentes mais aptos de uma população que possuem um ancestral comum. Um detalhe importante é o fato de tal mecanismo só começar a atuar a partir da existência de um primeiro ser vivo (Luca).

*Foto: Seminaristas do Seminário Presbiteriano Conservador/São Bernardo do Campo-SP com os principais preletores do evento (acima, da esquerda p/ direita, Dr. Stephen C. Meyer (D.I) e, ao lado, Diogo Meyer (darwinista); embaixo, Dr. Henrique Paprocki (darwinista) e Dr. Marcos Eberlin(D.I) ). No meio (primeiro à esquerda), Dr. Mauro Meister, um dos organizadores do Simpósio e tradutor.


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