quarta-feira, 3 de junho de 2009

"Espiritismo e Livre-Arbítrio"

"Tudo o que o Senhor deseja ele o faz, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos" Sl 135:6



Na doutrina espírita, o livre-arbítrio ocupa uma posição fundamental. No Livro dos Espíritos Allan Kardec escreveu:

"Sem o livre-arbitrio, o homem não teria nem culpa por praticar o mal, nem mérito em praticar o bem, e isto a tal ponto está reconhecido que, no mundo, a censura ou o elogio são feitos à intenção, isto é, à vontade. Ora, quem diz vontade diz liberdade".

O sistema espírita se baseia numa espécie de contabilidade, onde a prática do bem gera créditos e do mal são lançadas como débito e o espírito evolui conforme o saldo for positivo. Num sistema assim, o livre-arbítrio é uma condição sine qua non para atribuição de culpa e mérito, e se este não existir todo o edifício do kardecismo vem abaixo.

Da mesma forma que advoga o livre-arbítrio, o espiritismo posiciona-se contrário à predeterminação dos acontecimentos. Na mesmo obra citada, à pergunta:

"Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme o sentido que se dá a essa palavra, ou seja, todos os acontecimentos são predeterminados? Nesse caso, como fica o livre-arbítrio?"

Allan Kardec responde:

"A fatalidade existe apenas na escolha que o Espírito faz ao encarnar e suportar esta ou aquela prova. E da escolha resulta uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição que ele próprio escolheu e em que se acha. Falo das provas de natureza física, porque, quanto às de natureza moral e às tentações, o espírito, ao conservar seu livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor para ceder ou resistir ...”.

E como o espiritismo concilia a prescidência divina com o livre-arbítrio? León Dennis responde nas seguintes palavras:

"Deus, cuja ciência infinita abrange todas as coisas, conhece a natureza de cada homem e as impulsões, as tendências, de acordo com as quais poderá determinar-se. Nós mesmos, conhecendo o caráter de uma pessoa, poderíamos facilmente prever o sentido em que, numa dada circunstância, ela decidirá, quer segundo o interesse, quer segundo o dever. Uma resolução não pode nascer de nada. Está forçosamente ligada a uma série de causas e efeitos anteriores de que deriva e que a explicam. Deus, conhecendo cada alma em suas menores particularidades, pode, pois, rigorosamente, deduzir, com certeza, do conhecimento que tem dessa atina e das condições em que ela é chamada a agir, as determinações que, livremente, ela tomará"

Pelas citações acima, é possível perceber como a visão espírita do livre-arbítrio é quase que indistinguível da idéia popular no meio evangélico de liberdade humana.



Fonte: http://cincosolas.blogspot.com (precisamente encontrado aqui)
Autor: Clóvis

Um comentário:

Floriano Nascimento disse...

Um ótimo texto meu primo! É interessante observar a semelhança q ha entre o meio evangelico atual e o espiritismo no q se diz respeito a esta doutrina. O mais interessante é ver a tamanha soberania de Deus em Is 55:10-11 "Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei." Não estou querendo dizer com isso q todos os problemas são designados por Deus. Na verdade o sofrimento que passamos é por causa do nosso pecado. Mas quero dizer q não ha como resistir ao q Deus ja falou. Daí a grande importância de lermos sempre as Escrituras e examinarmos para saber qual é a boa e perfeita vontade de Deus e daquilo q Ele ja determinou na Bíblia. Certas coisas ja nos foi revelada, mas outras coisas ainda nos são ocultas (Dt 29:29). Q Deus nos ilumine para q não possamos axar q podemos sobrepor algo q Deus ja determinou.