“Compassivo e justo é o SENHOR; o nosso Deus é misericordioso”. (Salmo 116.5)
Quando nós pensamos em Deus,
invariavelmente nos lembramos (ainda que muitas vezes de uma maneira vaga) que Ele
é amoroso, misericordioso, paciente, justo, etc., mas raramente consideramos que
Deus é compassivo.
O nosso Deus tem
compaixão pelos Seus filhos. E a palavra compaixão significa literalmente “sofrer com”. A definição do
dicionário segue esta mesma ideia, ao dizer que compaixão é o “sentimento
piedoso de simpatia para com a tragédia pessoal de outrem, acompanhado do
desejo de minorá-la”.
Deus não é indiferente
ao nosso sofrimento. Ele sente as nossas angústias. Deus sofre conosco! Ele está presente ao nosso lado,
compartilhando o nosso sofrimento.
Deus não apenas conhece
o nosso sofrimento pela Sua onisciência, mas o Deus Filho, Jesus Cristo,
caminhou nesta Terra e sofreu tal como nós. Ele conheceu na Sua carne os
sofrimentos humanos, as angústias humanas, os temores humanos e de uma tal forma
que nenhum homem jamais vivenciou:
“[Cristo] era desprezado e o mais rejeitado entre
os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem
os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.” (Isaías
53.3)
Ao fitarmos os nossos
olhos em Jesus, que sofreu na cruz tanto a agonia física quanto a agonia
espiritual (pelos nossos pecados), vemos que Deus entende o sofrimento humano
tanto pela onisciência quanto pela experiência. Na cruz devemos compreender plenamente
o que significa dizer que Deus é compassivo.
Deus não nos desampara
no sofrimento e nas dificuldades, mas caminha ao nosso lado e até nos carrega
em Seus braços! Ele toma as nossas dores e sofrimentos para Si.
E a compaixão divina não
se restringe apenas aos nossos sofrimentos, mas também às nossas tentações e
pecados, como é dito pelo escritor de Hebreus (4.14-16):
“Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande
sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque
não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se
das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa
semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao
trono da graça, a fim de recebermos
misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.”
Diante das tentações e
principalmente durante o nosso sofrimento temos que ter em mente as palavras que
John Stott escreveu em seu livro “A Cruz de Cristo”:
“[Diante do sofrimento] não devemos vê-lo [Deus]
numa cadeira de balanço, mas numa cruz. O Deus que nos permite sofrer, ele
próprio uma vez sofreu em Cristo, e continua a sofrer conosco e para nós hoje.”
Que nos lembremos dessa
verdade do caráter de Deus — a compaixão.
P.S.: alguns textos sobre a Trindade
compassiva e que consola:
O Pai: Lc 15.20; 2Co
1.3-4;
O Filho: Mt 9.36; Mt
14.14; Mt 15.32; Mc 1.41; Lc 7.13;
O Espírito Santo: Jo
14.16.
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