quarta-feira, 24 de março de 2010

"É Certo que... o Evangelho Perecerá" Lutero

Certa vez, Lutero disse corajosamente: “É certo que, a menos que as línguas [grego e hebraico] permaneçam, o Evangelho perecerá”. Lutero disse essas palavras em um contexto de mil anos de escuridão da igreja, nas quais ela viveu sem a Palavra. À sua pergunta: “Você pergunta qual a utilidade de aprender as línguas originais? (...) Você diz: ‘Podemos muito bem ler a Bíblia em alemão’?” (Como muitos pastores americanos [e brasileiros] hoje dizem: “Não é a tradução em inglês [ou português] boa suficiente”?) Lutero responde:

Sem as línguas originais não poderíamos ter recebido o Evangelho. As línguas originais são a bainha que contém a espada do Espírito; elas são a [caixa] que contêm as inestimáveis jóias do pensamento da Antiguidade; elas são a vasilha que guarda o vinho; e como o Evangelho diz, elas são as cestas nas quais os pães e peixes são guardados para alimentar a multidão.
...
O teste da nossa fidelidade à Palavra, se não podemos ler as línguas, é esta: temos nós uma preocupação suficientemente grande pela Igreja de Jesus Cristo para promover a preservação dessas línguas originais, para ensinar o que dizem e utilizá-las nas igrejas? Ou será que nós, para nos proteger, minimizamos a importância das línguas originais porque se a enfatizarmos podemos ser muito feridos?

Pode ser que hoje em dia, para muitos de nós, as palavras fortes de Lutero sobre nossa negligência ou indiferença sejam corretas quando ele diz:

“É um pecado e uma vergonha não conhecer nosso próprio Livro ou não entender as palavras de nosso Deus; é um pecado e uma perda maior ainda que não estudemos as línguas originais, especialmente nestes dias, em que Deus está nos oferecendo homens e livros e toda facilidade e encorajamento para esse estudo. Ele deseja que sua Bíblia seja um livro aberto. Ah, como nossos queridos pais teriam ficado alegres se tivessem tida a oportunidade de estudar as línguas e vir, portanto, preparados às Escrituras Sagradas! Que esforço e labuta eles tiveram para juntar apenas algumas migalhas, enquanto nós, com metade do trabalho – sim, com quase nenhum trabalho – podemos adquirir o pão inteiro! Ah como seus esforços envergonham nossa indolência!”

Fonte: PIPER, J. O legado da alegria soberana: a graça triunfante de Deus na vida de Agostinho, Lutero e Calvino. Editora Shedd Publicações, 1ª ed., pg 101,102,104,105. São Paulo - SP, 2005.

Nenhum comentário: