terça-feira, 27 de outubro de 2009

Morto Faz Alguma Coisa?

Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados...” Ef 2.1



Ao escrever resumidamente aos santos que vivem em Éfeso (1.1) sobre o plano de Deus para a salvação de judeus e gentios (cf. 3.3), Paulo declara a condição espiritual daqueles que não estão “em Cristo”. E esta é a mensagem: o ímpio está tão indiferente a Deus quanto um cadáver. Ele não busca a Deus (Rm 3.11) e ainda que ele faça coisas boas no aspecto moral (cf. Lc 6.33, At 28.2, Rm 2.14), sua alma está morta. Longe de Deus há morte, escravidão e condenação (Ef 2.1-3), sintetiza o apóstolo.

Em Efésios, Paulo não desenvolve toda a sua idéia antropológica e nem sequer faz menção explícita quanto ao homem ser criado à imagem de Deus. Certamente isso foi intencional e o quadro exposto em Ef 2.1-3 tem uma forte ênfase na condição desesperadora da humanidade sem Deus. Se essa epístola terminasse nesses três primeiros versículos, não haveria esperança para o homem. De fato, assim entendemos, porque “morto” não ressuscita naturalmente (2.6), não doa ou produz a fé (2.8; Hb 12.2a), não pratica as boas obras de Deus (2.10) e, então, jamais se salvaria da ira vindoura (1Ts1.10).

Portanto, quando a Bíblia nos diz que estamos “mortos em nossos delitos e pecados”, ela está dizendo que somente Deus - o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Ef 1.3-14) - é o agente da nossa salvação. “Mas Deus... nos deu vida... nos ressuscitou... nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (2.4-6). “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (2.8). A linguagem que Paulo utiliza em Efésios deveria ser bastante clara para os cristãos, especialmente quando ele diz “mortos”.

4 comentários:

Leonardo Bruno Galdino disse...

Caro Danilo,

Mais uma ótima postagem sua. Spurgeon também se refere aos falsos convertidos, quando ele diz que "a profissão de fé sem a graça divina é a pompa funerária de uma alma morta". Mas esse é um outro tema para uma outra postagem, não é mesmo (rsrs!)?

Abraços!

Danilo Neves disse...

Olá, irmão Leonardo.
Lembro-me dessa frase. Ela é uma das aplicações que o Spurgeon fez no texto de Mt 21.17-20 (A figueira murcha). Como ela é poderosa em significado. Vou esperar vc desenvolver o tema dela no seu blog rsrs

Abç, futuro reverendo.

Leonardo Bruno Galdino disse...

Danilo,

Realmente, essa frase é do sermão "A Figueira Murcha", de Spurgeon. Pra mim é o melhor sermão impresso dele publicado em língua portuguesa (dos que eu já li, é claro).

Quanto ao tema proposto, acho que, se eu for escrever algo no meu blog, usarei aqueles debates que travamos com o Pr Ciro, lembra (sobre a perseverança dos santos)? O assunto é muito semelhante.

Abç, futuro reverendo (2).
rsrsrsrs!

Danilo Neves disse...

"Debates" que de debates não tinham nada! Houve uma censura gospel, kkk... coisa de pastor, opa!, ditador. Mas é raro achar blogs de livre circulação das idéias.

Que texto bíblico o irmão está pensando em trabalhar pro seu blog?