quarta-feira, 16 de outubro de 2013

"Uma parábola de confusão de gênero". De Katy Hudson à Katy Perry.

“Eu beijei uma menina e gostei” era o título de uma música que dominou a onda da música pop durante o verão de 2008. Embora a letra tenha escandalizado muitos ouvintes, adolescentes ao redor do país adotaram a música em ritmo de rock como o hino oficial da nova geração. Katy Perry escreveu e gravou essa canção acerca de uma garota que vai a uma festa, bebe de mais e decide fazer experiência com sua sexualidade. Perry narra a experiência na primeira pessoa e descreve sua ambivalência sobre o acontecimento dizendo: “Parecia tão errado, parecia tão certo”. Ela se preocupa sobre se o seu namorado ficará ou não ofendido com o seu comportamento. Aparentemente, ao não se declarar lésbica, ela simplesmente diz que fez o que fez “apenas para experimentar”.

Toda pessoa que estivesse sintonizada com cultura popular em 2008, saberia quem era Katy Perry. O que muitas pessoas não sabiam é que Katy Perry era conhecida no passado como Katy Hudson e que ela foi criada por pais que eram copastores de uma igreja carismática no sul da Califórnia. Em 2001, ela já era conhecida no meio evangélico como uma adolescente estrela de 16 anos da música popular cristã. Nesse ano, ela lançou um álbum musical que incluiu uma música com o título: “A fé não vai falhar”. Nessa música, ela proclamava que não importava o que pudesse aparecer no seu caminho – provações, tribulações, sofrimentos, tentações, fracassos – a sua fé não seria abalada. A música era uma firme declaração de seu permanente compromisso com Cristo.

Obviamente, o tema principal da música de Perry mudou dramaticamente de 2001 a 2008. A pergunta é: o que aconteceu? Nas notas de capa do seu CD de 2008 ela diz: “Estou feliz por saber que há Alguém maior do que eu que controla todas as coisas. Reconheço que os meus talentos são dados por Deus... e por isso, eu agradeço a ele”. No entanto, numa entrevista para a Entertainmente Weekly, Perry parecia insegura ao dizer:

"No sou exatamente uma garota modelo para qualquer coisa ligada à religião e, definitivamente, não sou o que eu era quando estava em fase de formação. Mas fiz essa tatuagem de Jesus em meu punho quando tinha 18 anos porque eu sei que ela sempre vai fazer parte de minha vida. Quando estou me divertindo, é como se ela estivesse olhando para mim: “Lembre-se de onde você veio”. Depois de experimentar um pouco do mundo, a um ponto de interrogação na minha mente sobre em quê acredito. Ainda estou procurando."

Não conto essa história para ofender Katy Perry. De qualquer modo, o melhor que os evangélicos fariam seriam simplesmente orar por ela. Conto a história dela porque, de algum modo, é uma parábola de confusão de gênero, tanto na cultura mais ampla como também dentro de alguns setores da subcultura evangélica. Há ainda para muitos um “ponto de interrogação” sobre o que eles pensam que significa viver como homem ou mulher.”




Fonte: Denny Burk. Confusão de gênero sexual: uma contracultura moldada pelo evangelho. Extraído do livro “A fé que nos foi dada”, org. Kevin L. DeYoung, ed. Cultura Cristã, p 173-174. 2013.

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