domingo, 23 de agosto de 2009

Um Notável Menino, que Seria Conhecido como “o Príncipe dos Pregadores”


“Quando ainda menino, Charles revelou forte coragem moral. Por exemplo, sabedor de que seu avô {reverendo James Spurgeon} se afligira com a conduta de um dos membros da sua igreja que tinha começado a freqüentar uma taverna, ele marchou ousadamente até aquele local e o confrontou. O homem, Thomas Roads, disse sobre o evento:

‘Pensar em um homem idoso como eu ser chamado às falas... por um pedaço de gente como esse! Bem, ele simplesmente apontou o dedo pra mim, e disse: “Que fazes aqui, Elias?, sentado junto com os ímpios; e o senhor, membro da igreja, e partindo o coração de seu pastor. Tenho vergonha do senhor! Eu não gostaria de partir o coração do meu pastor, disso estou seguro”. E foi embora... Eu sabia que ele tinha toda a razão, e que eu era culpado; então joguei fora meu cachimbo, não toquei na minha cerveja, mas corri para um canto isolado e me prostrei diante do Senhor, confessando o meu pecado e pedindo perdão’

A restauração de Thomas Roads foi comprovadamente real e duradoura, e ele veio a ser um zeloso cooperador na obra do Senhor...Jahn Spurgeon {pai de Charles} queria que os seus meninos tivessem a melhor educação que ele pudesse pagar... Foi numa escola pequena... que ele demonstrou que era um excelente estudante... Seu pai declarou:

‘Charles era uma criança, um menino, saudável, com boa constituição, tinha disposição afetuosa e era muito estudioso. Estava sempre lendo livros – nunca mexendo no jardim ou alimentando pombas, como os outros meninos faziam. Eram sempre livros e livros. Se sua mãe queria dar uma volta com ele, saberia que ia encontra-lo em meu gabinete, esparramado sobre um livro. Claro está que ele era inteligente em muitos ramos dos estudos. Ele aprendeu a desenhar muito bem’.

Quando fez catorze anos, seus pais o transferiram para a Escola de Agricultura St. Agostinho, na cidade de Maidstone, algumas milhas ao sudoeste de Londres. A provação de estar longe de casa foi abrandada pelo fato de que ele não estava só, pois seu irmão James entrou na escola com ele. Além disso, um dos seus tios era o diretor da escola, e os dois meninos se hospedavam na casa dele.

Durante os anos que ele passou ali, duas vezes Charles manifestou algo da sua audácia nata. O primeiro caso foi numa conversa que ele teve com um clérigo da Igreja da Inglaterra que vinha regularmente à escola ensinar religião. O homem o levou a uma discussão sobre batismo, e Charles replicou com forte confiança e expressou a sua opinião completamente diferente da do clérigo. O segundo caso foi o ato de corrigir um erro de matemática cometido por seu tio – ato pelo qual ele foi disciplinado, tendo que levar seus livros portas afora (fazia calor) e estudar à sombra de um carvalho que havia à beira do rio. Não obstante, seu tio reconheceu sua habilidade em matemática e permitiu que ele reproduzisse um conjunto de cálculos, que redundou em tal benefício que uma firma de seguros os utilizou durante meio século ou mais.

Foi dessa forma que ele chegou a idade de quinze anos. Era um moço de profunda sensibilidade, mas de maneira nenhuma era reticente, e nunca tinha medo de homem algum. Ele era um rapaz bom em todos os aspectos, inteiramente íntegro e honesto; tinha imaginação viva e memória incomumente retentiva. As dimensões das suas leituras eram simplesmente espantosas para alguém tão jovem, e ele era especialmente versado nas obras dos seus escritores preferidos – os teólogos puritanos.

Seu irmão, James o conheceu, talvez, melhor do que ninguém:

‘Charles nunca fez outra coisa, senão estudar. Eu lidava com coelhos, frangos, porcos e com um cavalo; ele vivia com os livros. Enquanto eu ficava ocupado aqui e ali, mexendo com toda e qualquer coisa que um rapaz consegui tocar, ele vivia com os livros, e não conseguia para de estudar. Mas, apesar dele não querer nada com outras coisas, era capaz de dizer tudo sobre elas, porque costumava ler a respeito de tudo, com uma memória tão tenaz como um torninho e tão copiosa como um celeiro abarrotado’


Arnold A. Dallimore

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