“Eu beijei uma menina e gostei” era o título de uma música
que dominou a onda da música pop durante o verão de 2008. Embora a letra tenha
escandalizado muitos ouvintes, adolescentes ao redor do país adotaram a música
em ritmo de rock como o hino oficial da nova geração. Katy Perry escreveu e
gravou essa canção acerca de uma garota que vai a uma festa, bebe de mais e
decide fazer experiência com sua sexualidade. Perry narra a experiência na
primeira pessoa e descreve sua ambivalência sobre o acontecimento dizendo: “Parecia
tão errado, parecia tão certo”. Ela se preocupa sobre se o seu namorado ficará
ou não ofendido com o seu comportamento. Aparentemente, ao não se declarar
lésbica, ela simplesmente diz que fez o que fez “apenas para experimentar”.
Toda pessoa que estivesse sintonizada com cultura popular
em 2008, saberia quem era Katy Perry. O que muitas pessoas não sabiam é que
Katy Perry era conhecida no passado como Katy Hudson e que ela foi criada por
pais que eram copastores de uma igreja carismática no sul da Califórnia. Em
2001, ela já era conhecida no meio evangélico como uma adolescente estrela de 16
anos da música popular cristã. Nesse ano, ela lançou um álbum musical que
incluiu uma música com o título: “A fé não vai falhar”. Nessa música, ela
proclamava que não importava o que pudesse aparecer no seu caminho – provações,
tribulações, sofrimentos, tentações, fracassos – a sua fé não seria abalada. A
música era uma firme declaração de seu permanente compromisso com Cristo.
Obviamente, o tema principal da música de Perry mudou
dramaticamente de 2001 a 2008. A pergunta é: o que aconteceu? Nas notas de capa
do seu CD de 2008 ela diz: “Estou feliz por saber que há Alguém maior do que eu
que controla todas as coisas. Reconheço que os meus talentos são dados por
Deus... e por isso, eu agradeço a ele”. No entanto, numa entrevista para a
Entertainmente Weekly, Perry parecia insegura ao dizer:

Não conto essa história para ofender Katy Perry. De qualquer
modo, o melhor que os evangélicos fariam seriam simplesmente orar por ela.
Conto a história dela porque, de algum modo, é uma parábola de confusão de
gênero, tanto na cultura mais ampla como também dentro de alguns setores da
subcultura evangélica. Há ainda para muitos um “ponto de interrogação” sobre o
que eles pensam que significa viver como homem ou mulher.”
Fonte: Denny Burk. Confusão de gênero sexual: uma contracultura moldada pelo evangelho. Extraído do livro “A fé que nos foi dada”, org. Kevin L. DeYoung, ed. Cultura Cristã, p 173-174. 2013.