Música transmite conteúdo,
por Bob Kauflin*
“Filipenses
4.8 fornece as normas de Deus para o conteúdo das músicas que ouvimos e nos
fala sobre o que a música deve nos levar a pensar:
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo
o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa
fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o
vosso pensamento.”
Instantaneamente,
esses padrões bíblicos colocam em questão boa parte da música que hoje é
popular e disponível a nós. Quando nem mesmo considero ímpio o conteúdo das
músicas que ouço, estou permitindo que a música me seduza.
Não
é uma pratica incomum cristãos louvarem a Jesus por sua morte expiatória na
cruz aos domingos de manhã, para depois, durante a semana, cantar músicas que
exaltam os pecados pelos quais ele morreu. Cantamos “Não estou mais
acorrentado, agora eu sou livre” e permanecemos escravos das letras que promovem
a fornicação, a obscenidade, a fúria, os prazeres imorais, a sensualidade e o
materialismo. “Da mesma boca procede
benção e maldição. Não convém, meus irmãos, que se faça assim” (Tiago
3.10). Tiago está certo, não convém que façamos assim. Mas quando alguém
demonstra uma preocupação sobre letras de música, geralmente respondemos com
prontidão: “Nunca presto atenção à letra. Nem sei do que estão falando”.
Então
eu pergunto, “Por que não?” Os cristãos, dentre todas as pessoas, deveriam
perguntar o que as músicas querem dizer. Devemos fazer “tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10.31). E se “nunca”
prestamos atenção às palavras proferidas na música, estamos nos treinando a
ignorar o seu conteúdo e simplesmente permitir que elas nos afetem. Isso torna
mais difícil nos concentrarmos nas verdades que entoamos aos domingos. Teremos
a tendência de ser mais influenciados pelo som, pela batida e pela pulsação do
que pela palavra de Cristo que estamos proclamando.
Não
me entenda errado. Ouvir uma música com uma letra sexualmente sugestiva não o
fará correr para a internet e começar a baixar pornografia. Ouvir uma música
obscena não significa que amanhã você vai apimentar suas conversas com
palavrões. Mas, com o tempo, as letras de música podem enfraquecer nossas
defesas, confundir nosso discernimento e redirecionar nosso amor para o mundo.
Ouvir música nunca é algo neutro, pois nosso coração pecaminoso está envolvido.

Músicas
com letras ímpias podem nos persuadir a amar coisas que normalmente não amaríamos
– em particular, “a concupiscência da
carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1 João 2.16). Vi
isso acontecer na vida dos meus filhos, amigos e na minha própria vida. Pode
acontecer na sua. É tolice de nossa parte nos submetermos repetidamente a
músicas cujas letras podem tornar nossa consciência indiferente e fazer com que
os gloriemos em desejos pecaminosos em vez de na cruz de Jesus Cristo (Gálatas
6.14).
As
vezes, nos orgulhamos de ser capazes de lidar com tentações, com se nos
expormos a elas fosse uma virtude... Se realmente nos preocuparmos com o efeito
sedutor que as letras mundanas podem ter sobre nossa alma, não vamos permanecer
à beira do pecado, vendo o quanto podemos tolerar até que sejamos
influenciados. Não vamos nos tentar com músicas que contém obscenidade,
sensualidade, rebeldia ou qualquer outro comportamento mundano. Vamos desejar
permanecer o mais longe possível da beira da estrada.”
*Bob
Kauflin é Diretor de Worship Development da Sovereign Grace Ministries. Blog
dele: worshipmatters.com
Fonte:
Mundanismo. Editora Tempo de Colheita. p. 57-59.